Depois de aqui termos abordado e explicado que só se é caloiro uma vez, e que não há o mínimo fundamento para andarem por aí a “reconhecer matrículas” [a Praxe não tem essa competência; apenas e só as instituições de ensino], vamos agora fazer um breve comentário a algo que, de tão absurdo (não encontramos adjectivo mais brando), merece que nos questionemos sobre se merece tempo de antena neste blogue...

Muitos leitores terão acabado de ficar de boca aberta e queixo descaído, tal como nós, naquela espécie de gargalhada congelada, própria do sentimento de perplexidade/incredulidade [e que os norte-americanos tão expressivamente transmitem através da sugestiva expressão “What the fuck...?”], quando nos deparámos com essa “modalidade” avaliativa em Praxe...
Parece que, em algumas instituições,
os organismos de prache e certos pracheiros (com “Ch” para não sujar o nome
Praxe, com X), tiveram a “originalidade” de fazer exames orais, para
aferir se os caloiros estavam em condições de subir na hierarquia - esquecendo
esses ignaros [não encontrámos nome mais brando...] que a passagem entre
graus hierárquicos em Praxe é automática, não sendo necessário prestar
quaisquer provas, apresentar passaportes, constar de listas de chamadas ou
folhas de presenças em “actividades de prache”.
Recordávamso AQUI um texto que publicámos, precisamente a parodiar aqueles pracheiros que, embora nada saibam de coisa nenhuma, julgam, do alto do seu autismo, que sabedoria é proporcional ao seu nº de matrículas ou hierarquia praxística.
Recordávamso AQUI um texto que publicámos, precisamente a parodiar aqueles pracheiros que, embora nada saibam de coisa nenhuma, julgam, do alto do seu autismo, que sabedoria é proporcional ao seu nº de matrículas ou hierarquia praxística.
Se ainda fosse só a caloiros...
seria menos absurdo. No entanto, começam a chegar notícias de que a prática
está a estender-se a todos os graus hierárquicos...
A praxe não é uma espécie de
recruta da tropa. Não é preciso ser praxado para estar em Praxe. Mas por mais
que se diga e explique, há sempre quem prefira viver nos delírios da própria ignorância.
Se há “orais”, deverá haver
matérias, currículo, conteúdos e aulas...
Perguntamos nós, então, o
seguinte:
- Que aulas e matérias específicas foram leccionadas aos caloiros, para serem avaliados?
- O que consta do programa curricular?
- Quem deu essas “formações/informações” e que formação tem quem “ensinou” a dita Praxe?
- Existem sebentas ou o saber confina-se a decorar o código de “prache” local?
- Que tipos de questões constam dessa prova oral e quais os critérios de avaliação/correcção?
- Quem “chumbar” na oral fica retido no grau de caloiro?
- (esta pergunta surgirá no final...)
Parece anedota, mas a verdade é
que, em algumas casas, há gente que se presta a esse exercício ridículo, onde
rotos questionam esfarrapados, onde o burro velho quer aferir se (e até que
ponto) conseguiu ensinar o caloiro a ornear. Quer-nos mais parecer que deve ser
uma coisa assim a modos de câmara de eco (os burros perguntam, os asnos praxam e os jumentos aplaudem) ....
É que, mediante o que apurámos,
esse tipo de “brincadeira” não serve para mais do que hierarquizar a
ignorância, o que não apenas é ridículo, como, em Praxe, não tem nenhuma razão
de ser.
Em prache, terá. Em Praxe,
não.
E eis então a pergunta final –
a million-dollar
question:
Os que vêm agora propor as “orais” foram eles próprios sujeitos a exame oral?...
Orais em
Praxe?... Esta vai directa para os anais! E a sangue-frio.
Santa Paciência, ora pro nobis!
Santa Paciência, ora pro nobis!