domingo, janeiro 01, 2023

Erros de palmatória em trabalho publicado

 Começamos o ano com a rápida análise a um trabalho com o título O Protocolo Universitário Português: Coimbra, paradigma e referente, redigido por Artur Filipe dos Santos.



Aquilo que se esperava ser apenas um artigo estritamente sobre o tema anunciado, acaba por incluir vários aspectos colaterais e algo fora do âmbito do tema anunciado, sobretudo quando aborda questões de "rivalidades" entre universidades ou o valor de Coimbra como marca de prestígio na vida civil do diplomado, entre outros sem um nexo com o tema proposto (como falar, "en passant", de Tunas ou a referência às "Repúblicas", cuja origem apresentada enferma igualmente erros).
Diremos que vale, essencialmente, pela explicação do acto de doutoramento (ainda assim muito epidérmica, ao não aprofundar várias questões, como explicar o que é uma charamela, explicitar e caracterizar as várias peças do vestuário do doutorado e sua origem, as cores...), embora carente de uma explicação histórica das origens do mesmoe, por exemplo, das claras influências importadas, nomeadamente, de Salamanca.

As referências à Queima, ao rasganço... são feitas pela rama (Cf AQUI, AQUI e AQUI), com grande omissão de outros rituais e onde, desde logo, não se faz devidamente a explicação da própria noção de "Praxe", que significa, precisamente, o conjunto de ritos e protocolos usados entre os estudantes, ficando a faltar menção a vários usos e costumes regrados pela Praxe (baptismo, imposição de insígnias....).

Mas o trabalho enferma alguns erros de palmatória, como afirmar que o actual traje tem inspiração nas vestes eclesiásticas, algo totalmente falso (ver AQUI) ou comparar a loba (peça de vestuário) à abatina (esse é o nome técnico) eclesiástica, já que são peças totalmente distintas e de épocas totalmente díspares.

A explicação, mirabolante e algo néscia sobre o "sagrado feminino" (alguém andou a ler o Código da Vinci e confundiu-o com o código de Avintes) como se tivesse algo que ver com Igreja Católica ou, mais ridículo ainda, com o traje.

Não, o n.º ímpar nada tem a ver com a Igreja e não é tradição alguma que os emblemas , botões, furos dos sapatos e quejandos tenham de ser em n.º ímpar (ver AQUI). Isso nem sequer está contemplado no Código da Praxe de 1957 nem em documentos anteriores. 


Essa falácia do n.º ímpar é uma invenção produzida pela ignorância, fora de Coimbra (note-se) e que se difundiu, pandemicamente, por cópia acrítica (num época em que os códigos de praxe, que se começaram a urdir em várias academias, eram cópias adaptadas uns dos outros - onde cada um acrescentava um conto como marca "distinctiva" de cada localidade).

Pena que o autor, que até cita, na bibliografia, um artigo deste blogue, não se tenha dado ao trabalho de ler mais uns quantos artigos explicativos - o que teria evitado algumas argoladas).

Já agora, ao ler as obras citadas na bibliografia, há que sublinhar que algumas são de carácter duvidoso quanto ao rigor, nomeadamente ao citar Cerveira (2016) no qual se apoia para explicar a anedota dos n.º ímpares.

Já não é de agora que alertamos para a necessidade de maior rigor naquilo que se publica sobre esta temática, recordando o exemplo de uma questionável tese de mestrado sobre Traje e Tunas, produzida na UBI.

Contas feitas, salvo alguns dados sobre o doutoramento, pouco ou nada se explica, de facto, sobre os demais actos onde se aplica o Protocolo Universitário Português (algo, aliás, impossível em tão poucas páginas - que, já agora, convinha ter numeradas). Ou bem que se escolhia apenas os actos do corpo docente (ficando-se estritamente pelo doutoramento) ou apenas do corpo discente. Ambos davam, e dão, pano para mangas. Para falar de ambos, a abordagem teria necessariamente de ser diferente, tomando como exemplo um trabalho já existente sobre o tema, superiormente urdido por António M. Nunes: Identidde(s) e moda - Percursos Contemporâneos da capa e batina e das insígnias dos conimbricenses, o maior especialista nestas matérias.

Para um dito doutorado em comunicação, publicidade, relações públicas e protocolo, pela Universidade de Vigo (embora se estranhe tão amplo doutoramento, já que, da oferta existente apenas se encontra o de Comunicação), é um artigo/trabalho que não faz jus, muito pelo contrário, a alguém que se apresenta com tal habilitação.


sexta-feira, fevereiro 18, 2022

16 Anos de N&M

 São já 16 anos de Notas&Melodias.

Fica o registo da efeméride e um agradecimento aos leitores que o elegem, e divulgam, como fonte preferencial de informação sobre Tradições Académicas e sobre Praxe.




domingo, outubro 10, 2021

Notas aos charlatães Influencers

 Nunca perceberei, por mais anos que ainda viva, como a nossa sociedade caiu nesta loucura de promover idiotas ao patamar de "influenciadores" e doutos veículos de opinião e saber.

Podendo haver honrosas, e raras, excepções, toda esta gente que se produz nos vlogs e afins, nas redes sociais e youtube, falam das coisas como se fossem gurus, especialistas ou reconhecidos "experts" naquilo que abordam.



Ora, a quase totalidade desta gente fala sobre coisas sobre as quais não tem qualquer competência, formação, estudo ou obra reconhecida; gente que sob a dúbia cortina de estar a dar opinião, procura fazer disso facto a tomar em consideração, pretendendo estar a passar informação correcta e levando a que outros acreditem na treta e a retransmitam.

No caso concreto da Praxe, das praxes e, grosso modo, das Tradições Académicas, há muito que temos assistido a uma legião de vaidosos incompetentes a falar sobre temas acerca dos quais mostram apenas a sua medíocre formação académica, a sua falta de senso e pretendendo ter propriedade para comentar e falar sobre tudo, como especialistas encartados; gente que, a partir da sua "experiência", generaliza, advoga, profetiza, aconselha e, ás custas da cegueira alheia, acumula vaidade mitómana.

Nunca como hoje, Umberto Eco esteve tão certo sobre esta realidade.





Pior é ver que estes incompetentes são seguidos por muita gente, gente também ela sem critérios sobre rigor informativo, sem capacidade de questionar e demonstrando uma preguiça dantesca em procurar informar-se em fontes fidedignas.

Dar ouvidos a todos estes charlatães é perigoso, sobretudo porque é gente que nos assuntos em causa (mas em muitos outros também) apenas tem o diploma do "acho que", mas que sabe coisa nenhuma, porque o tempo que gasta a brincar aos locutores, é tempo que desperdiça em cultivar-se e estudar as questões.

Se há já largos anos que, por exemplo no youtube, temos arrivistas e chicos-espertos a falar sobre Praxe, seleccionei apenas os vídeos publicados neste último ano.



Como se pode verificar, é tão medíocre que até é de perguntar como pode o Ensino Superior ser frequentado por pessoas que assim falam de Praxe (veiculando erros, patetices e falsidades) e por pessoas que as elegem como seus guias "espirituais".

"Os Deuses devem estar loucos", tal como no filme.

quarta-feira, abril 21, 2021

Notas&Conversas (Tertúlia) Traje Académico - Vestir a Tradição (24 Abril 2021)

 Tertúlia sobre o Traje Académico, inserida nas comemorações do 15.º aniversário do blogue Notas&Melodias.



Evento no Facebook 

Link para participar (até 100 pessoas)

quinta-feira, março 18, 2021

Notas&Conversas - Tertúlia online (27 de Março 2021)

Para assinalar os 15 anos do N&M, terá lugar uma tertúlia online, sábado, dia 27 de Março, pelas 17h30, aberta a todos, e que contará com a presença de diversos notáveis, ligados ao grupo de FB "Tradições Académicas & Praxe", e ilustres amigos do blogue.


Clique na imagem para participar (até 100 pessoas)




Dos mais de 300 artigos produzidos pelo N&M, qual consideram o mais importante, aquele que mais vos marcou ou que mais impacto teve para cada um de vós e porquê?
Por outro lado, há algum que destaquem como tendo sido particularmente importante para a vossa comunidade?
TRAGAM ISSO À CONVERSA, DIA 27!


O que mudou no panorama académico, na vossa comunidade estudantil, em virtude do trabalho desenvolvido quer pelo N&M quer por outros sites do género?
TRAGAM PARA A CONVERSA, DIA 27!


O N&M possui uma página de FB na qual disponibiliza um dos maiores acervos documentais iconográficos sobre Praxe e Tradição Académica portuguesa.
A importância de reunir, catalogar e, depois, partilhar esse vasto espólio é uma missão que cabe a quem tem por finalidade o conhecimento e preservação da memória.
Conhecemos e valorizamos o nosso património académico?
TRAGAM PARA A CONVERSA, DIA 27!


Em Junho de 2013, era criado o grupo de FB "Tradições Académicas & Praxe", como plataforma de ligação entre o N&M e a comunidade estudantil, com a colaboração de vários antigos estudantes (estudiosos/conhecedores do fenómeno).
Possui, actualmente, um conjunto de colaboradores e fiéis seguidores, muitos deles ilustres protagonistas nas suas instituições (e hoje moderadores/referências do grupo).
TRAREMOS UNS QUANTOS À CONVERSA, DIA 27!


O grupo "Tradições Académicas & Praxe" e a página "Notas&Melodias", no Facebook, guardam, em separador próprio, várias dezenas de máximas e citações de referência, publicadas nessas mesma páginas, ao longo dos anos.
Alguma há que vos tenham especialmente marcado e/ou tenham utilizado nas vossas argumentações praxísticas?
TRAGAM ISSO À CONVERSA, DIA 27!



O N&M desenvolveu, ao longo dos anos, uma actividade de recolha e catalogação de itens, fossem na área do coleccionismo, da bibliografia ou outros, ligados à Praxe e às Tradições Académicas.
Parte desse espólio está disponível para consulta, a par com documentos iconográficos (fotos, artigos...), na página de FB do blogue.
TRAREMOS ISSO À CONVERSA, DIA 27!




A informação/formação assume um papel central para um correcto conhecimento e exercício da Praxe e vivência da Tradição Académica.
Para tal, têm sido organizadas (normalmente pelos organismos de Praxe) tertúlias/debates/palestras. 
Mas com que rigor, credibilidade e intervenientes?
Que critérios devem presidir, para a garantir a qualidade dessas iniciativas?
TRAGAM O ASSUNTO À CONVERSA, DIA 27!

domingo, março 14, 2021

Notas às I Jornadas de Praxe de Lisboa (Março de 2021)

 

Tiveram lugar, entre 9 e 13 de Março, as I Jornadas de Praxe, organizadas pelo MCV (Magnum Consilium Veteranorum) de Lisboa, um organismo que  reúne já várias instituições da academia lisboeta em torno de conceitos e práticas comuns, baseadas na defesa da Tradição e Praxe Académicas mais genuínas, e pertinentes aos tempos que correm, para isso aproximando algumas "casas" em torno do projecto de  código comum, isento de ficções, balelas e invenções de 3/4 de mês.



Estas jornadas, em modo online (via zoom), com diversos temas a debate (alguns mais pertinentes que outros[1]), visaram, antes de mais, servir de apresentação do projecto do MCV de modo mais alargado, como que antecâmara de aproximações futuras a outras instituições, auscultando um pouco da realidade das práticas e conceitos vigentes na capital e, por outro lado, dando a conhecer os critérios e metodologia em que assenta.

 De tudo se ouviu, da parte dos participantes (que não se esgotaram em malta de Lisboa, pois teve participação de outras geografias), desde intervenções ponderadas e expressivas de conhecimento e estudo, até às costumeiras patetices e aos argumentos do "na nossa casa" cheios de confusas noções.

Independentemente de tudo isso, e da muita pedra que ainda está por partir, de muitos mitos e equívocos por desfazer, facto é que estas jornadas foram um oásis no deserto de iniciativas abertas que ocorreram nesta época de pandemia.

Os debates decorreram de forma serena, educada e respeitosa, o que, só por si, foi algo meritório e louvável.

Ao serem abertas ao público afecto, garantiram uma sempre necessária transparência que permitia o contraditório, sem ditaduras de pensamento único (tão ao gosto de muitos organismos de praxe).

E isso foi o que mais enriqueceu as jornadas, precisamente pela participação de antigos estudantes (muitos deles pioneiros deste projecto do MCV) cujos conhecimentos vieram, tantas vezes, recentrar as coisas e apresentar factos para contrapor a invenções sem fundamento.

Será de equacionar, em futuras iniciativas deste género, garantir a presença de alguns desses antigos estudantes, de estudiosos do fenómeno, como recurso (tipo comité científico) - assegurando que, mediante dúvidas ou desvios, há sempre possibilidade de consultar quem possa, de forma isenta e equidistante, esclarecer mais detalhada e fundamentadamente as coisas.

Estão de parabéns os organizadores e animadores dos vários painéis e, obviamente, todos os que participaram destas jornadas.

Há que convir que a ferramenta online tem muitas mais vantagens nestas coisas, pelo simples facto de facilitar a vida quanto a horários e colmatar distâncias/deslocações que, à partida, impedem muitos de estar presencialmente. Só não substitui tudo o que é o contacto presencial, naturalmente.

Em ano em que o Notas&Melodias festeja os seus 15 anos, não podia ter tido melhor prenda.

Obrigado ao MCV pela ousadia, pelo empenho e pelo esforço que tem vindo a realizar, de que estas jornadas são apenas mais uma das muitas e boas iniciativas que tem levado por diante.

Possa tudo isso servir de referência a tantas outras instituições de Lisboa e demais academias do país.

A procissão ainda mal saiu do adro, mas, para já, parece bem encaminhada, conquanto não percam o rumo e o propósito.

 

 

 

 



[1] Um dos pontos menos conseguidos no programa - muito ainda agarrado a praxes/gozo ao caloiro (seja nas práticas, hierarquias, conceito, utilidade...).

quinta-feira, fevereiro 18, 2021

15 Anos de Notas & Melodias

  

São 15 anos de blogue dedicado à Tradição Académica, sempre no intuito de partilhar as investigações, os factos, os dados e documentos que permitam perceber e compreender o que é isso de Praxe, de Tradição Académica e, deste modo, distinguir as narrativas ficcionadas daquilo que é genuíno.

Nem sempre com pés de lã, face ao contexto em que urgia chamar "à pedra" quem, julgando-se impune e sabichão, distribuía ignorância e engano, mas sempre honesto na apresentação dos factos.

É hoje uma ferramenta muito solicitada por aqueles que querem algo mais que balelas sobre estas questões, bem como por estudiosos do fenómeno, o que só valida os motivos da sua criação, o seu critério editorial firme, sério e rigoroso, e, acima de tudo, dá a satisfação de poder contribuir para o conhecimento e melhores práticas praxísticas da comunidade estudantil.

Fica adiado o sonho de transpor todo o material investigado (e muito dele aqui publicado) em livro. Quem sabe um dia.






Os assuntos mais pesquisados, em documento PDF, com link para os artigos
(actualização de Maio de 2019)

domingo, janeiro 24, 2021

Notas negativas a Tese de Mestrado sobre Traje...e Tunas

 

São cada vez mais as teses abordando a Traje, tradições académicas, tunas...

Mas o facto de ter a denominação "Tese" não é garante de qualidade. E quando os orientadores são incompetentes e pouco percebem do assunto (nem sequer devem verificar as fontes)....dá asneira.

 

SILVA, Rebecca Nantes - Uma análise sobre o Traje Académico Português, Um Desenvolvimento Projetual. UBI, 2020.

Nesta tese, há muitíssimas imprecisões e erros graves de palmatória, desde logo na interpretação das fontes.

Disso é exemplo a afirmação que a mestranda atribui aos autores de "Qvid Tvnae", no qual defenderiam que a palavra Tuna tem origem no latim "Tonare", quando nada disso corresponde aos factos.
Na dita obra, os autores apresentam as várias teses que foram sendo formuladas sobre a origem da palavra "Tuna", sem eleger nenhuma, embora inclinando-se para a que os filólogos e dicionaristas apresentam (origem em "Thune").

Saber ler e interpretar os documentos e as fontes é essencial (e confirmar as fontes referidas pela mestranda também).

Este é apenas um exemplo, de muitos outros constantes neste trabalho (sobre traje sobre tunas), e que levam a questionar dos critérios de exigência no Ensino Superior.

No que respeita ao Notas&Melodias, algumas vezes citado, temos pena que a mestranda não tenha, efectivamente, lido, com olhos de ler, os muitos artigos sobre Traje (e que colocariam em perspectiva algumas linhas de raciocínio enviesado da dita "tese"), os quais, estranhamente, não aparecem citados (nem devidamente referenciados sequer, conforme as boas regras de um trabalho académico).

Anda-se a dar canudos a pessoas que produzem trabalhos sem rigor algum, com orientadores (e júris) que fazem apenas figura de corpo presente, promovendo uma cultura de mediocridade.

sexta-feira, janeiro 10, 2020

Fado Académico

Começar por dizer que não sou um especialista na área do fado, contudo, não passo ao lado do fenómeno, especialmente quando ligado às manifestações estudantis.
Não sendo especialista, não deixo de ler, procurar saber e acompanhar quem sabe e, com propriedade, se pronuncia/publica sobre o assunto.

Ora, há alguns anos, surgiu uma pequena questiúncula sobre a categorização "Fado Académico", na ideia de respeitar ao fado de "contexto" estudantil.
Há quem defenda essa categorização (com argumentos respeitáveis), assim como quem rejeita tal compartimentação.

É apenas mais uma dissensão, como outras houve/há entre "fado de Coimbra" e "canção de Coimbra".



Longe de mim tomar partido, não posso deixar de partilhar o seguinte dado que, nem que não seja, comprova que a ideia de "fado académico" não é algo que tenha aparecido assim tão recentemente.

Jornal de Estudantes da Universidade. Ano I, 20 de Fevereiro 1934, p.3.
Coimbra, Jornal de Estudantes da Universidade. Ano II, 17 de Março 1935, p.1.

sexta-feira, dezembro 13, 2019

Os LYSOS em livros

Duas obras assinadas pelo Zé Veloso (uma delas em co-autorias com outros "Lysos") um estudioso das tradições académicas, sobre a Real República dos Lysos, do Porto, onde se mistura o conhecimento empírico de quem vivenciou em primeira mão, a par com o estudo e investigação sérios que lhe reconhecemos, através, nomeadamente, do seu blogue "Penedo d@ Saudade".




O "Real República dos LYSOS no seu V Milenário", de 2009 (escrito em co-autoria com "Lysos" de várias gerações), e agora , a solo,"Os Lysíadas - A epopeia de uma república de Coimbra no Porto,  Volume I, de Coimbra ao Porto", de 2019 (e aguardamos expectantes do segundo), são mais um contributo que enriquece, de sobremaneira, o conhecimento sobre os costumes estudantis, o contexto, evolução e idiossincrasias próprias à vida comunitária estudantil, especialmente na Invicta.


Um enorme e penhorado bem-haja ao amigo Zé Veloso pela oferta desses dois livros (com dedicatória), pela amizade e por tudo o que com ele tenho também vindo a aprender.

Um grande FRA para os Lysos e para o Zé Veloso.

sábado, setembro 21, 2019

Código de praxe do ISCSP, 2019 - Mais da mesma mediocridade!

Não há outra forma de o dizer: Burros (novos os velhos) destes não aprendem, porque não querem aprender!
 
Mais uma vergonha inadmissível em alunos que cursam um curso superior e que demonstram tanta incompetência e ignorância sobre o assunto.
 
É já o 3.º Código de "Praxe" do ISCSP que aqui é tratado.
Pouco ou nada aprenderam com os reparos e críticas feitos às duas anteriores versões.
 
A versão de 2013 foi analisada AQUI.
A versão de 2017 foi analisada AQUI.
 
 
Esta actual edição de 2019, disponibilizada via ISSU, pouco ou nada muda, no essencial. Mais da mesma mediocridade. 
Um código que é um atentado à Tradição Académica e ilustrativo de incapacidade e da ausência de saber sobre Praxe.
Um organismo composto, portanto, de ineptos absolutos cuja tradição é deturpar, delapidar e destruir o nosso património académico nacional.
 
Ficam aqui algumas imagens desse novo "código".
 







 
 
 
 
 
 
 
 
 

Caloiros não podem tocar na Pasta? É falso!


Continuamos a assistir a afirmações que, repetidas ad nauseam, se espalham como dogmas, contribuindo para deturpar e distorcer a verdade dos factos.
É o que sucede com a afirmação de que os caloiros "não podem tocar na pasta (da praxe)[1]" ou, num fundamentalismo ainda maior, de que "não podem tocar no preto".
1.º ponto do documento publicado pelo CV de Coimbra em Setembro de 2019, o qual contém, igualmente, outros equívocos,
algo pouco condizente com o conhecimento e rigor que, dele, supostamente, se esperam.
 
 
 
Sobre as origens da actual pasta, pode o leitor clicar AQUI.
 
O que se sabe?
 
 O que sabemos é que o 1.º Código de Praxe, o Código de 1957, determina que a pasta não pode ser usada nem pelos "bichos" (art.º 19.º), ou seja alunos de liceu, colégios ou seminário (art.º 19.º), nem pelos  caloiros  (art.º 22.º).
 
Em momento nenhum se diz que não podem tocar nela.
 
E em lado algum se diz que não podem tocar no preto - o que seria aliás um non-sense, já que ambos usavam traje académico (vulgo "capa e batina").
O que se pode adiantar é que antes do Código de 1957, não se conhece qualquer proibição para o uso de pasta, já que (e após a época de transportar livros atados ou dentro do gorro) só a mesma era permitida para transporte de livros e sebentas aos alunos trajados.
Não se entende, pois, como, em 1957, alguém teve a peregrina e descabida ideia de inventar tal proibição.
 
Mas de onde vem tudo isso?
 
Mas quando olhamos para o Código de Praxe de Coimbra de 1993, na página 23, aí descobrimos, com espanto, que se afirma que, e passamos a citar:
 
 "Os Caloiros e os Caloiros estrangeiros não podem tocar na pasta da praxe, salvo se interpuserem entre ela e as suas mãos qualquer peça do seu vestuário ou lenço".
 
Estamos, portanto, perante não apenas uma nova determinação que não apenas não tem qualquer precedente ou fundamento, mas que se reveste de absoluto ridículo, ilustrando perfeitamente a mediocridade de quem presidiu à revisão que resultou na edição de 1993.
O que estranhamente se contempla no Código de 57 (e que o de 1993 replica) é que os "bichos" podem usar outras pastas, desde que não se confundam com a "pasta da praxe" (art.º 19.º). Não se explicita nenhum regra para essa outra pasta.
Mais estranho ainda é que o caloiro nem sequer uma outra pasta qualquer possa usar, apesar de ser norma que, com capa e batina, os livros só podem ser transportados na pasta.
 
 
Praxismos e praxização 
 
O facto é que o art.º 254ª (quer na versão de 1957 quer na de 1993), determinam que só "doutores" podem usar pasta, ou seja, assistimos, e fica claro, à praxização de uma peça que deveria gozar da mesma premissa do traje e não ser transformada em insígnia pessoal de uma hierarquia da praxe.
 
É exactamente aqui que o CP de 1957 e seguintes cometem um crime hediondo contra a tradição.
 
A Pasta servia (e serve) para transportar livros/sebentas, ou seja como ferramenta do estudante, ao serviço do estudo e não de praxismos. Nunca existiu para distinguir e determinar hierarquias praxísticas.
Tal como o traje é uniforme de qualquer estudante, a pasta está-lhe intimamente ligada, porque de uso obrigatório com traje.
 
As próprias insígnias pessoais (nomeadamente grelo e fitas que se prendem à pasta) não estão ao serviço da hierarquia praxística (no sentido em que não se usam em função do n.º de matrículas) e qualquer aluno pode usá-las, desde que frequente o ano a que correspondem essas insígnias.
 
A pasta, não sendo insígnia alguma, não pode ser vedada a caloiros, porque ela existe para servir ao estudante.
 
Um dos equívocos maiores, criados por Coimbra, foi terem passado a chamar à Pasta de "pasta da praxe", porque daí foi fácil muitos ignaros a associarem à Praxe no sentido das "praxes" (por isso a vedando aos bichos e caloiros).
Aliás, a larga maioria das academias, e também Coimbra (por causada parvoíce absoluta do 1.º artigo do Código de 1957 - e que é um erro crasso), associa Praxe às praxes e considera Tradições Académicas como algo sob alçada da Praxe ou uma sua forma sinónima.
Só que a Praxe não é nada disso e muito menos o que lemos no art.º 1º de tudo quanto é código (Vd. AQUI).
 
Quanto a não se poder "tocar no preto", resulta da enorme capacidade em inventar e da passividade perante idiotas serem levados a sério por outros idiotas (como se a idiotice fosse -e ás tantas até é - Praxe).
O "raciocínio" que levou a tal parvoíce deverá ter sido algo como "Se o caloiro não pode tocar na pasta, que é preta, logo não pode tocar em nada dessa cor".
 
Portanto, em abono da verdade, não apenas os caloiros podem trajar, como podem usar pasta.
Essa seria a tradição, antes da tentativa desajeitada e autoritária de a passar para o papel (sob forma de Código), pois nada antes indica que a pasta fosse vedada a caloiros.
 
Se é facto que o Código de Praxe da UC de 1957 procurou manter e organizar muito daquilo que era a prática existente até então, acaba por ser um documento em que uma boa metade  são invenções - coisas que, até essa altura, nunca tinham sido tradição.
Recordemos, igualmente, que, em termos práticos, o CP de 1957 só passou a ser observado, de maneira mais generalizada, a partir da década de 1980.
Antes disso, e quando foi publicado, quase ninguém lhe ligou patavina (quer porque ainda reinava a tradição oral quer porque, em muitos casos, os próprios estudantes não se reviam nas invenções ali impressas[2]).



[1] A expressão "da praxe" foi a tentativa do CV da UC de se apropriar e praxizar. Deve entender-se pasta como "da Praxe" àquela que é costume e norma utilizar-se com traje.
[2] Como sucedeu, por exemplo, com o traje feminino (Vd AQUI).

quinta-feira, junho 27, 2019

Relógios de Bolso não são de Praxe!

Lá se vai o tapete e lá se vai o artigo de alguns códigos da treta onde se determina que só o relógio de bolso é permitido.
 
Olhando à letra da tradição e do regulamento disciplinar que está na base das regras praxísticas quanto ao uso correcto do traje académico, quanto á sua etiqueta (Praxe), o que está clarinho como água é que o uso de relógio de bolso era considerado adereço, adorno incompatível com o uso do uniforme académico.
A par disso o uso de certas cores que alguns estudantes, em tom provocatório e desafiador usaram nas primeiras décadas de 1830, quando esperavam uma laicização da Universidade que abolisse o traje.
Com efeito o uso de certos adereços, como relógio de bolso era precisamente usado, por alguns (alunos com mais posses) como forma de desafiar a autoridade, já que não era costumeiro o seu uso.



Tal ajuda a explicar por que razão existem tão poucos documentos fotográficos com estudantes a usarem relógios de bolso ou se não encontrem referências significativas a esse uso em documentos da época. Com efeito, o uso de relógios de bolso, sendo proibido, foi residual, mesmo nas décadas seguintes.
 
Assim, historicamente, os relógios de bolso não são de Praxe.
Os tempos, contudo, avançam e o que hoje podemos dizer é que seja de bolso ou de pulso, ambos são legítimos.
 
E fica a nota adicional sobre a limpeza do traje, reforçando o que qualquer pessoa inteligente percebe: é para andar limpo e a capa lava-se, quando está suja, assim como o restante traje.

quarta-feira, maio 01, 2019

Notas à Imposição da Cartola e afins

Tem sido cada vez mais comum que o uso da cartola e demais adereços festivos que os finalistas usam no cortejo da Queima, passem por uma cerimónia de imposição.
António Nunes refere-se a isso como um acto inspirado nos rituais de cavalaria (com toda o imaginário hollywoodesco associado).
O que é que os rituais de cavalaria têm a ver com estudantes? Nada.
 
Que o uso de bengaladas seja comum entre colegas, como quase sempre o foi, aliás, pois nada a obstar. Que se transforme tudo isso num cerimonial revestido de praxis é que já roça o ridículo.
E ridículo porque, há que recordar, cartola, bengala, laço, roseta...não são propriamente insígnias pessoais (e muito menos da Praxe), e apenas se usam na Queima (no cortejo).
As insígnias de finalista são as fitas que usa na pasta!!!
Esses adereços festivos, carnavalescos, são isso mesmo: adereços de fantasia.
O Notas&Melodias já abordou e explicou a questão dessas "insígnias de finalista" e insígnias pessoais. É cada um ponderar.

Não há cá, portanto, lugar a pessoas de joelhos, como cavaleiros, e a bengala a servir de espada a investir seja quem for. Torna-se, até, estranho, quando vemos pessoas ajoelhadas perante colegas do mesmo ano (ou ano inferior) para serem "investidos". Serão saudades de andarem de joelhos nas praxes?
Não vejo sequer razão para se ajoelharem perante seja quem for, ainda mais para meterem uma fantasia em cima da cabeça.
Guardem lá a genuflexão para quem, de facto, merece tamanha reverência e adoração e poupem-se à figura subserviente que aparentam num momento que não é para tais preparos sequer.
 
O finalista apenas precisa de vir para o cortejo já com a sua cartola, bengala, laço e roseta, e sujeitar-se às bengaladas dos colegas finalistas que assim o saúdam (se quiserem).
 

Bem sabemos que, nomeadamente no Porto, e desde há já muitos anos, há o costume de alguém da instituição como que solenizar o momento, dando também umas bengaladas, mas isso não é uma investidura, nem deve ser visto como uma imposição de insígnias.
 
Aliás, recordemos que as insígnias se colocam, secundum praxis, não na altura da Queima, mas no início do ano lectivo, pois as insígnias dizem respeito ao ano que se frequenta e não àquele que se vai frequentar. Isso de imposições de insígnias na altura da Queima é algo sem nexo algo que se espalhou como epidemia.
Nisso, perverteu-se totalmente, e de forma muito grave, o sentido e significado das insígnias (que são as 8 Fitas e o Grelo, e também, mais recentemente, a Nabiça e a Semente) que representam o ano curricular do aluno.
Nada há na Tradição que determine qualquer imposição de cartolas e afins, muito menos qualquer cerimonial.
Não tarda e temos imposição de pins, de emblemas, de relógios, de telemóvel e quejandos.
Afinal, se já temos essa estupidez pegada de "traçar a capa", é só uma questão de esperar para ver até onde vai a insensatez inventar.
Portanto, quando  estiverem muito preocupados porque não sabem como devem proceder; fiquem descansados: não há obrigatoriedades nem protocolo tradicional. Vão, divirtam-se e deixem os praxismos das cartolas de lado que nesse dia é para festejar.

terça-feira, outubro 02, 2018

Notas ao Código de Praxe da Universidade Europeia, 2018

Mais um código se analisa e não há meio de não nos perguntarmos "para onde vai isto?".
Ignorância, mediocridade, incompetência, são 3 adjectivos que podem caracterizar, este documento, o qual podem consultar AQUI.
 
 
E como se não bastasse, para além das palermices costumeiras, encontramos igualmente a falta de civismo (e criminalidade) tornada lei (com a apologia do roubo, que mais à frente abordaremos).
Lamentável, mas acima de tudo inadmissível, num "código" publicado em 2018, após tanta informação disponível e os muitos alertas feitos em páginas e blogues de referência.
 
Vamos lá, então.
 
 
A definição é, obviamente, uma palermice resultante da cópia da cópia, feita por pessoas sem qualquer preocupação com tradições académicas.
A definição de Praxe não é, de todo, essa (podem consultar AQUI, em que consiste), como não é pertença dos alunos de uma instituição.
A clara incapacidade em distinguir praxes (gozo ao caloiro) de Praxe, deixa, desde logo, claro, o que vem a seguir.
"Estar em Praxe" ser considerado o acto de preparar, participar ou executar o gozo ao caloiro evidencia, como se percebe, um entendimento totalmente afunilado de Praxe, deturpando-lhe o seu real sentido.
Sobre "Voz de Praxe" é algo tão ridículo que nem se comenta.
 
A Praxe não tem objectivo, mas como confundem Praxe com gozo ao caloiro, natural que troquem tudo. Seja como for, o gozo ao caloiro (as praxes) se supostamente pretende receber dignamente os alunos recém matriculados, depois de ler este código, percebemos que o "dignamente" não passa de lirismo "para boi dormir".
Essa de pretender incutir regras básica de bom comportamento, é demasiado estúpido para se deixar passar. Quando afirmam (mais à frente) que o "broche" (colher de café na gravata) deve ser roubado, estamos conversados. Sobre o respeito, depois de lido este código, também ficamos conversados. Praxe ser para incutir entreajuda é outra tanga, e pretender que serve para incutir amor e orgulho pela instituição é simplesmente néscio.
Se isto é Praxe, vou ali e já venho.
 
 
Na verdade, pode praxar quem não é caloiro, tenha ou não sido praxado. Verdade que, por princípio moral, não  deve exercer gozo ao caloiro quem não foi gozado, mas, uma vez mais, esta gente não sabe sequer de onde vem a origem das praxes.
Ter de ser classificado por uma comissão para poder praxar, usando uma fita (tipo certas organizações policiais de antanho) não tem qualquer nexo.
Depois de lido e analisado este código, verificará o leitor que a nenhum co-autor deste documento deveria ser permitido exercer gozo ao caloiro, nem que fosse por serem tão ineptos nestes assuntos.
E essa coisa de ter a capa traçada para praxar, sem se ver o branco é mais uma falácia de todo o tamanho. Mas como esta gente não procura informar-se, inventa. Só falta abolirem a camisa branca e usarem uma preta. Não, meus caros, não se ver branco apenas se regista em trupe e na Serenata Monumental. Em nenhum outro momento. Mais à frente voltaremos a este assunto.
 
Sobre "Voz de Praxe", nem sabemos que dizer. Ridículo? Será pouco.
Qualquer dia é bom para praxar?
Não, meus caros, na verdade, as praxes têm uma época própria e não todo o ano. Mas lá está, quem não sabe interpretar e só copia sem critério, dá argoladas. A Praxe vigorar o ano inteiro não tem a ver com praxes (gozo ao caloiro).
 
Uma vez mais, esta confusão entre "Gozo ao Caloiro" e "Praxe".
Tradicionalmente o gozo ao caloiro é individual e nunca colectivo. Mas desde os anos 90 que a malta quer é ver tropas alinhadas e sentir-se general por umas horas.
 E essa da Praxe ser um dever (um dever praxar caloiros) é tão parvo que não merece mais delongas. Dever, na verdade, seria os autores deste documento (e os que o aprovaram e executam) serem praxados pela ignorância e incapacidade de fazer uso de algo simples como "pesquisar".
 E quando afirmam, no artigo 12, que qualquer aluno da UE está vinculado à Praxe, significa que pode ser alvo de gozo, de praxes? Se é isto, valha-nos a Santa Paciência.
 
 
Esta protecção, designada "Tunum protectum" é............ESTÚPIDA!!!
O que tem a ver Tunas com Praxe? Nada, na verdade (Ver AQUI)!.
Tradicionalmente, esta protecção chama-se "protecção de instrumento", sendo que o caloiro portador está a salvo de gozo, se provar saber tocar com ele. Não, não é perante Tunas que devem mostrar que sabem tocar, mas perante as trupes (porque essa protecção valia para os caloiros que, usualmente, à noite, iam ou regressavam de ensaios/actuações).
Será que no meio académico só há instrumentos nas tunas? É que esta protecção é anterior ao boom das tunas, sabiam? Grupos de fado, entre outros grupos musicais que se podem formar no meio académico, diz-vos alguma coisa?
Se a burrice matasse, lá teríamos nós de ir às vossas exéquias.
 
 
Então, digam-me lá: onde está o receber dignamente, o respeito e blábláblá?
Agora vale extorquir o caloiro a pagar bebidas, para se safar de praxes?
A apologia do suborno começa cedo. Depois venham cá com moralismos sobre corrupção. Estamos já no âmbito da apologia do crime. Isto promete!
 
 
Esta de um aluno matriculado ainda não pertencer à academia, porque, para isso (para ser considerado caloiro), tem de se submeter às praxes é simplesmente ridículo, parvo e estúpido.
O termo "caloiro"  é cognome atribuído a qualquer aluno que frequenta pela 1.ª vez a universidade. Inicialmente tinha a designação de "novato".
Portanto, é "caloiro", qualquer aluno matriculado pela 1.ª vez, e faz parte da academia com a mesma legitimidade que um que tenha 150 matrículas.
Designações de "chibo" e "ET" são verdadeiramente algo sem sentido, de quem inventa porque não sabe fazer uso do intelecto.
Só se é caloiro uma vez (ver AQUI) e logo que se matricule no Ensino Superior!
 Depois essa palermice do "Ad Eternum" (nem sequer é assim que se escreve, mas "Aeternum" - até nisso são incompetentes), sem qualquer sentido, colocando como elegíveis membros da Comissão de Praxe, da Tuna e quejandos, como se isso fosse, per si, algo de fora do comum.
Essa designação é anti-Praxe, já que nenhuma pessoa que tenha terminado os estudos, e obtido grau, pode estar na Praxe. Cessa a condição de estudante e o vínculo com a Praxe, mal obtenha grau académico. O código não pode, portanto, legislar sobre o que está fora do âmbito estudantil.
 Essa do "Rex/Regina" é parvoíce.
 Mas simplesmente ridículo é ver como a ignorância desta gente leva a que pretendam que o feminino de "Dux" seja "Madre". Ora "Dux" não é sinónimo de "Padre/pater/pai", mas sinónimo de "Chefe", de "Líder" (a forma mais aproximada é italiana com o vocábulo "Duce", utilizado por Mussolini).
Agora vejam o triste papel feito por pessoas que, sabe-se lá como, andam numa universidade e demonstram tanta ignorância.
 E terminamos como mais uma achega ao exemplo de rigor e conhecimento dos autores e membros que publicaram este "código": é que nem sequer sabem escrever "Consilium", com S.
Sobre o termo "Consilium" leiam AQUI!
São dos que acham que "latim macarrónico" é simplesmente tornar palavras portuguesas parecidas com o latim.
Mas há regras para o latim macarrónico. Ora leiam AQUI.
Ainda nem vamos a meio e o nível de ignorância demonstrada já revela muito.
 
 
Insígnias de praxe são essas mesmas, mas elas não são envergadas, mas utilizadas. Alguém não foi às aulas de português.
As insígnias, quando muito, ostentam-se, mas não se envergam.
Por outro lado, as insígnias pessoas não são ceptros de poder só usados por alguns iluminados.
Usualmente são as trupes que as utilizam (sim, "Trupes" e não "Pandilhas, como querem inventar).
Sobre insígnias de Praxe, leiam AQUI.
 
 

Sobre essa coisa de direitos e deveres, veja-se a suprema falta de senso.
Não se entenda a referência a coisas óbvias. Esta gentinha ainda não percebeu que os direitos consagrados pela constituição portuguesa se sobrepõem a códigos de praxe?
Aconselha-se aos autores, os que aprovaram e seguem este código, que consultem a lei geral e fundamental do país, para não andarem a dizer coisas óbvias,  e defenderem o roubo e a extorsão.
Também se aconselha que parem de dizer coisas parvas, pois essas referências a "pirilau, pipi e maminhas" é simplesmente abjecto e vergonhoso.
 Caloiro deve obediência total? Caloiro é camareiro dos doutores ou funcionário da limpeza?
O caloiro só bebe, fuma, usa telemóvel conforme os doutores determinam?
Deve fazer tudo o que os doutores acharem por bem?
Venerar o Dux e praxantes?
E ainda falam em respeito e dignidade no vosso código, perante o que não passa de coação, restrição e violação de liberdades e direitos, e de um esclavagismo encapotado?
Tenham vergonha!
Como se pode respeitar, venerar, obedecer a gente com veste a pele de Maduros, Bolsonaros e outros ditadores de pacovia?
E terminam, em nota de rodapé, com ameaça velada, de mandar para tribunal ou resolver na hora (resolvem como? Recorrendo a processos de intimidação, ameaça, coação...?).
 
Este artigo é simplesmente caricato. Uma hierarquia/cargo (não sabem diferenciar) com a designação de Fiscalis é mesmo de mentes perversamente distorcidas por um qualquer saudosismo fascista.
Estamos, na verdade, perante uma versão, mais recente, de Inquisidor, o caça-bruxas, o que tem sempre de encontrar culpados e alguém para "torturar".
Uma espécie de Chefe da Gestapo ou da SS, com poder de roubar os colegas (sim, porque retirar a capa a alguém, para além de ser anti-Praxe, é crime).
Também só o farão até alguém perder os dentes, por tal mania.
 
 
E agora entremos nos disparates em catadupa.
O Traje Académico usa-se a partir do momento em que se está matriculado. Sim, os caloiros podem trajar (ver AQUI) e não precisam de cerimónias parvas para o fazerem (ver AQUI, sobre esses ritos ridículos).
Um traje vedado a caloiros é anti-Praxe e não pode ser considerado traje académico (Ver AQUI), quando o Traje Nacional (vulgo "capa e batina") é destinado a qualquer estudante - ver AQUI, inclusive do liceu - Ver AQUI.
Essa do dia do estudante ser a uma 5ª feira é algo sem nexo.  O traje usa-se quando nos apetece, sabendo que há momentos em que o seu uso é essencial, para certas cerimónias, e não por ser 5ª feira.
Sobre o traje masculino, dizer que o gorro (sobre o gorro, leiam AQUI) não é para Tunas (nunca foi, aliás, peça usada por tunas, como distintivo das mesmas), mas para qualquer estudante. Assim se perverte a história e a Tradição.
Já agora, essa da "Batina"  não poder ser a do modelo  "eclesiástico", é ridículo. Na verdade a "Abatina" (nome original) deixou de ser usada no séc. XIX. O que se passou a usar foi uma casaca. O que os estudantes usam no traje é uma casaca e não uma "batina". O termo "Batina" é um cognome, uma alcunha, uma designação que ficou, apesar de, na verdade, haver mais de um século que o traje académico não é constituído de "Abatina". Estes devem ser daqueles que ainda acham que o traje descende dos trajes eclesiásticos! Pobres...de espírito.
Os ignorantes copiam sem qualquer critério, como se pode ver.
E o que é isso de "Abas de gola"? São abas/lapelas ou, num termo mais correcto, "carcelas". Também é caricata a referência a "parte traseira".
 Sobre o traje, leiam AQUI, AQUI e também AQUI.

 E sobre o traje feminino, podem consultar AQUI e AQUI.
 
 

Posição da capa?
Mas que coisa mais sem nexo!
A capa usa-se como bem nos apetecer, meus caros! Apenas em algumas situações, muito escassas, existe um modo adequado para se usar, como podem ver AQUI.
Parem de inventar. Nem sequer há um lado obrigatório para se usar. Pena a ignorância e incompetência não doerem; sempre podia ser que tomassem consciência!
Quanto aos emblemas, podem riscar tudo de fio a pavio, porque só dizem asneira ( e desrespeitam a Tradição).
Emblemas são cosidos sem se ver do avesso.
Não, não têm de ser em n.º ímpar! Não, não existe ordenação apropriada ou regras para isso. Era o que mais faltava!
Não, não se mete qualquer emblema. Há uma tradição, uma história (aquela que desconhecem, como está bom de ver) que enquadra a colocação, e que podem consultar AQUI.
 

Quanto aos rasgões, estão certos, mas incompletos. Explicar as dimensões, os porquês, o que significam, ajudaria, e muito, pois há uma tradição para os mesmos (podem consultar AQUI).
 A capa não se lava? Quem disse, a vossa parvoíce ou a vossa falta de aprumo e higiene?
A capa lava-se quantas vezes for preciso, de acordo com uma das regras mais basilares do porte do traje.
Consultem AQUI, e vejam a porcaria que andam a disseminar!
Não se afasar da capa mais de 7 passsos, por alma de quem? Com que fundamento na Tradição?
O fiscalis anda de fita métrica ou a passar multas de mau estacionamento?
Essa norma é descabida!
 A capa é traçada pela 1.ª vez quando? Enterro do Caloiro?
Mas vocês sabem o que andam a dizer? De onde vem essa palermice?
Não, meus caros, a capa traça-se pela 1.ª vez quando se quiser e usa-se quando nos apetece.
 Acerca do traje, ora leiam sobre as quantidade de picuinhices e invenções que são tudo menos Praxe, AQUI.
 
BAPTISMO DA CAPA é mentira, não é?
Ser pisada, ser depósito de esperma?
É só bosta nessas mentes! Nem se dão ao respeito nem respeitam uma capa académica. Baptismo de capa? Ora leiam AQUI!
Traçar a capa implica esconder o branco do traje? Por alma de quem?
Ainda não perceberam que esconder o branco é apenas na Serenata e em Trupe e há razões históricas para isso? Podem ler AQUI.
Dobras por alma de quem? Inventam cada coisa que mereciam um prémio de estupidez!
A capa leva dobras no colarinho, tantas quantas as necessárias para ela se segurar bem pelos ombros. Mas em cerimónias solenes nenhum dobra sequer se faz.
Sobre os modos de usar a capa, leiam AQUI!
 Em caso de luto as lapelas não se usam "para cima" (nem português sabem), mas fechadas; ou seja as carcelas ficam abotoadas e a capa usa-se descaída, abotoada. Não se oculta o branco, porque a gola da camisa fica visível.
Sobre o luto académico, leiam AQUI.
 
Proibições da treta!
Essa de "sinais externos de vaidade" é ridículo. Nem sabem o porquê de certas restrições. Mas compreende-se, pois nem sequer sabem a função do traje e a sua história. Também devem ser dos que acham que o traje é para tornar todos iguais. Pobres... de espírito!
Proíbem o relógio de pulso, quando isso é anti-Praxe. Mas usar o de bolso já não é sinal de vaidade?
Pode-se usar relógio de pulso, sim senhor! Deixem-se de tretas!
Ora leiam AQUI e aprendam!
Permitido o uso de guarda-chuva, desde que seja  preto? Mas vocês são tontos ou fazem-se? Basearam-se em que fundamento histórico? Leram isso num flyer do IPMA?
O uso de guarda-chuva é incompatível com traje corporativo, como é o caso do traje académico. Santa Ignorância! Para proteger da chuva usa-se gorro ou capa pela cabeça. É essa a Tradição; sim: aquela que vocês andam a deturpar! 

Proibido etiquetas no traje? Mas vocês estão no vosso perfeito juízo (é retórico: está visto que não).
Proíbem as etiquetas com base em quê, na vossa estupidez ou ignorância (ou ambas)?
Ora leiam AQUI sobre as etiquetas do traje e poderem, se não for pedir muito, ponderarem sobre as tretas que dizem!
 Proibido maquilhagem, elásticos de cabelo, unhas de gel tapadas com adesivo?
Tapado com adesivo deviam estar estes artigos e todos os que os inventaram!
 
Um código que faz a apologia do roubo nem para papel higiénico serve!
Até agora, era acima de tudo um código repleto de parvoíces, decorrentes da profunda ignorância e incompetência, mas agora confirma-se que também é o curriculum dos autores no que concerne à sua falta de educação e civismo.
O "Broche" tem de ser roubado? Da mesma maneira que vos roubaram o bom-senso?
Vergonhoso!
E não, não se usam colheres de café na gravata. Isso é simplesmente anti-Praxe.
Ora leiam AQUI sobre o assunto, a ver se percebem!
 
Sobre pins, está visto que também evidenciam as mesmas parolices.
Não, meus caros, os pins têm uma praxis. E "madeiras" são circo e palhaçada! O traje não é fato de carnaval!
Para a conhecerem, e perceberam o quanto vocês andam a delapidar a Praxe, leiam AQUI.
 
O uso do Grelo é para finalistas? Será que li bem?
HERESIA!!!
Mas quem vos deixou ingressar no ensino superior? Já ouviram falar no processo de pesquisa, investigação, procura de fontes, confronto de dados, de modo a saberem do que falam?
E são vocês responsáveis pela Praxe da vossa instituição, demonstrando tamanha incompetência e desenfreada tendência em destruir tudo quanto é Tradição Académica?
É da Praxe que os que mandam por aí sejam os mais incompetentes? Parece, claramente.
O Grelo é tradicionalmente a insígnia colocada no penúltimo ano de curso (usa-se na Pasta - que nem referem sequer).
Os finalistas usam fitas, num total de 8. Ler AQUI.
Sobre as Insígnias pessoais e pasta, queiram informar-se, lendo AQUI.
 
Tunas num código de praxe?
Nem a isso nos poupam. Vocês quando é para fazer bosta, é à grande!
Tunas e praxe são coisas distintas. Leiam, AQUI, e percebam que cada coisa no seu lugar.
Quem não percebe de praxe e muito menos de tunas, deveria dedicar-se a algo mais de acordo com as suas áreas de saber. nenhuma delas é a vossa e, portanto, já se esperava que fizessem asneira em ambos os assuntos.
E aquela coisa de que o colete do traje é só para os membros de tuna feminina é outra estrondosa argolada.
 
 
E terminamos. Não analisámos todos os artigos, porque é esforço inglório. Estes exemplos bastam (os outros seguem na mesma onda).
Gostaríamos de desafiar os autores deste documento a definir o fenómeno "Espírito Académico", pois, pelos vistos, é algo que só se alcança a quem seguir este "código".
Ou seja, não bastando a ignorância, incompetência, falta de civismo e educação, falta de senso... ainda têm a presunção de acharem que o "Espírito Académico" (essa coisa que ainda ninguém conseguiu explicar) só está ao alcance dos iluminados seguidores deste documento, porque todos os outros, coitados, andam nas trevas.
 
Um pseudo-código de Praxe, mas que de Praxe pouco tem, não abordando muitos aspectos que são próprios à Tradição e à praxis a observar em diversos eventos, como é o caso  das insígnias pessoais e a sua imposição, latada, rito de baptismo .... um documento que se centra, e mal, em praxes, mas depois se diz Código da Praxe. Ou seja, estamos perante um documento que sobre Praxe e Tradição está muito incompleto e aquilo que contempla, está, na quase totalidade, errado. Chamarem isso de "Código de Praxe" só mesmo de quem não tem senso.

Não se entende como é que alguém pode sequer seguir um código destes, como é que as pessoas podem sequer respeitar quem produz algo tão medíocre.
Se quem manda na Praxe, e supostamente deveria ser quem mais sabe, demonstra tais lacunas e limitações, como esperar que sejam respeitados?
São esses os parâmetros de rigor, e exigência que colocam nos vossos estudos e formação?
Aceitariam ter professores tão incompetentes?
Então como aceitam ter líderes destes a produzir documentos deste tipo?
Não é por falta de informação, de bibliografia e sites acessíveis, especializados na matéria.
E se não é falta de informação, então é falta de formação e exigência em querer saber, e isso é ainda mais preocupante, pois tem a ver com carácter.