terça-feira, julho 16, 2013

Notas ao Código de Praxe da UALG


Mais um código sob análise, relevando-se  os seus erros mais crassos e graves.
Pode ser consultado AQUI 

Analisemos, pois, os artigos a merecerem reparo:

Art.º 1º

Diz que a Praxe Académica é, e passo a  citar: "...costume de cariz tradicional  praticado com vista à recepção dos novos alunos.". É tanto inexplicável como lamentável que nem sequer um documento deste tipo enuncie  e clarifique algo básico como é a diferença  entre praxes e Praxe.

Art.º 2º

Define os objectivos da Praxe, na base do  acima enunciado, pelo que temos erro  seguido de erro.

Art.º 3º

Define quem está vinculado à Praxe,  caindo no equívoco de dizer que todos estão vinculados,  mesmo que não se tenham manifestado nesse sentido.

Art.º 5º

Contempla como hierarquia o grau de  "Académico", esquecendo que académico é  qualquer estudante, desde o 1º ano da primária ao doutoramento, tanto professor como aluno. Académico é tudo o  que tenha a ver com estudos. Assim, todos são académicos e não apenas alguns.

Art.º 6º 

Define os locais onde não se faz praxe,  justificando que os locais de culto estão  isentos porque, pasme-se "...divino é  sagrado". Uma redundância que ignora que essa protecção em “solo sagrado” advém dos tempos em que existia,  na lei, o denominado "Asilo" (que Quasimodo reclama para Esmeralda, quando se refugia na Catedral de Notre-Dame, na famosa obra de Victor Hugo).

Art.º 7º

Define o que é o Espírito Académico. É  obra (e de uma enorme presunção, diga-se), ou seja, quem não sentir exactamente como definido no código, não tem Espírito Académico.

Art.º 9º

Define, como "Símbolos de Praxe", a  tesoura, colher de pau e, até o traje  académico, pasme-se!
Alguém esclarece os autores do código  que a colher, tesoura...são insígnias e não  símbolos? Alguém elucida os autores do texto que um traje não é um símbolo de Praxe, mas um uniforme identificativo do foro académico (do estudante)?

 Art.º 11º e 12º

Define o que é um anti-praxe e quais as  consequências desse "estatuto", num enorme mal-entendido e profundo desconhecimento da res praxis.  
Não é anti-Praxe quem se recusa a ser  praxado, que fique claro!
Está na Praxe quem quer e quando quer. Adere quando bem quiser, qualquer estudante. Para se estar na Praxe  basta que, para cada acto e momento, se  cumpra o estipulado. A Praxe não é feudo ou burgo de alguns. Cabe aos responsáveis pela Praxe, zelarem pelo cumprimento das regras, informar e formar, mas não excluir ou criar portagens.

O acto de praxar caloiros não depende de ter sido praxado. Ter sido praxado nem  sequer é garante de aprender coisa nenhuma de Praxe ou de como se praxa (praxes não são recruta). Não se caçam moscas com vinagre e, para bem integrar, não é com N artigos que têm mais de coacção e restrição do que de explicação e integração.

Chega este artigo, na sua alínea C, a dizer que um “anti-Praxe” perde o direito a trajar. Isso é o cúmulo;não faz sentido, nem se baseia em Tradição ou precedente algum, desculpem que vos diga! O Traje identifica o estudante e não o praxista !!!  Estranhamente, o regulamento do traje a que tivemos acesos nada diz sobre isso. Recordemos, igualmente, que se um traje é proibido a um suposto "anti-praxe", deixa de ser um traje académico (leiam AQUI)

Na alínea D, chegam a dizer que um anti-praxe não pode ir a jantares de  curso, como se jantares de curso fossem da Praxe (e não são). Mas quem foi o ignaro que  inventou isto? Haja um pouco de bom-senso, que diabo!

Art.º 16º

Define os deveres da "Besta" (mais uma expressão que seria escusada, porque   "Besta" não é grau hierárquico ou estatuto, mas apenas adjectivo que, por brincadeira, se dá ao caloiro).

De notar que erradamente, a nosso ver, criaram 2 hierarquias antes de Caloiro, o que não se percebe, porque a Tradição consagrou que um novato que se matricula pela 1ª vez no Ensino Superior se designa de “Caloiro”.  Mais um papismo que não traz nada de útil, quando a Praxe ser quer pragmática.

Mas este artigo enuncia autênticas heresias, totalmente inadmissíveis,  que chegam a  ser uma vergonha para a Praxe, como, e passo a elencar:
"...a  besta tem de ser servil, obediente e  resignada; não pode ter opinião; não pode rir, olhar nos olhos, não pode fumar, deve manter-se  sempre num plano inferior aos praxantes; deve respeitar os praxantes até na linguagem  corporal (???); não pode reclamar" e, entre outras  determinações estapafúrdias,  a ALÍNEA W diz que a "besta aproveita a sua  ignorância para procurar conhecimento" (onde me parece claro que este artigo se refere afinal, aos autores deste código!!!!).

É muito grave, meus caros, que este conjunto de ditames acabem por subsidiar  a promoção de abusos e de ver esses abusos “protegidos por lei”. Por outro lado, este “código” nada refere quanto a proteger os caloiros de abusos e nada quanto a penalizar quem os comete. Em lado algum se define o que é lícito, o que é admissível nas praxes e aquilo que atenta à lei. Assim, entende-se que violar a integridade física e moral do indivíduo, coagi-lo…. é algo lícito e uma filosofia inerente ao espírito do código e de quem aceita tal. Não podemos acreditar que os estudantes da UALG se revejam nessa doutrina que "permite" essa forma de olhar e tratar colegas.

Art.º 19º

Um artigo referente ao traje, mas nada diz sobre o mesmo; nem como é composto, nem como se usa.....nada! Poderíamos igualmente colocar reservas a certas explicações de indóle etnográfica, que "justificam" certas peças, mas este não é o cerne desta análise.
Refere haver um regulamento do Traje (que analisamos no fim), esquecendo que, a haver documento que formaliza e define o seu uso e constituição, esse documento é o Código.
Termina dizendo que o traje só é permitido a quem conhecer integralmente o regulamento do seu uso. E como fazem isso? Fazem oraisou testes escritos?
E o(s) autor(es) deste código prestaram alguma prova sobre conhecimento acerca de Praxe e Tradições Académicas? A julgar por este código.......hummmmm

Art.º 27º e 28º

Mais uma concepção equivocada entre "Veterano" e "Velha Guarda". Mais um papismo que confunde, complica e estratifica, sem benefício algum.

Art.º 31º

Define em que consiste a "execução da Praxe" (não se percebe esse “conceito”), dividindo-a, grosso modo, em época de recepção aos caloiros e Semana Académica.

Quanto aos ritos com caloiros:

- Alínea E: Fala em Missa do Caloiro para designar uma bênção Académica (alguém aqui não sabe a diferença entre ambos);
- Alínea F: Procissão das Velas (e, aqui, o autor do código, devia estar em Fátima e imaginou os peregrinos todos trajados e ele próprio transportado num andor);
- Alínea H: Alcoolização dos Perus ("Peru" é um grau hierárquico, neste código). Mesmo que referente a uma prática muito usada pelo povo na matança dos perus, essa conotação não deixa de ser pejorativa à imagem do estudante (já demasiado degastada pela conotação alcoólica);

Depois termina mencionando que a Semana Académica, e note-se o requinte, "…tem como principal objectivo a comemoração da passagem de perus a caloiros, assim como assinalar o término das praxes.". Eu que pensava que a Queima/Semana Académica assinalava, usualmente, o fim das aulas e o momento de formatura dos finalistas !

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Um código algo mal amanhado, que não explica nem circunstancia; que é bastante incompleto (pouco ou nada sobre, por exemplo, a Semana Académica: imposição de insígnias, serenata, cortejo, missa de benção das pastas....) e que dá demasiada ênfase aos caloiros (hierarquia, deveres, restrições, disposições) e ritos com os mesmos (o código é quase só, todo, sobre isso).
Não se pode chamar a isto um Código de Praxe, mas de praxes (e mesmo assim, com as lacunas evidenciadas)!

Critica-se, pois, quem esteve por detrás da redacção deste código, e não os actuais alunos (note-se,) carecendo de pesquisa e conhecimento basilar sobre Tradição Académica e, a espaços, de falta de cuidado com regras básicas de civismo e respeito pela dignidade do indivíduo (Artº 16º).
  
Caberá aos actuais líderes, se assim considerarem e ponderarem com seriedade, rever alguns aspectos aqui criticados, procurando retirar do código tudo quanto não tem fundamentação, de facto e/ou reajustar alguns conceitos que subsidiam alguns artigos aqui questionados.
Os actuais códigos não podem ser produto de meia dúzia (cuja competência nestas matérias não é líquida nem clara), imposto a uma grande maioria que nem chamada a pronunciar-se é/foi sequer.

Um código que, mesmo não sendo, porventura, exequível ser referendado, deveria ter a possibilidade de, antes de aprovação, ser posto à consulta e debate públicos da academia em que se insere, para que todos nele se revejam e possam contribuir para o seu enriquecimento, nomeadamentre em matéria de respeito pelso direitos civis e pela dignidade da pessoa. 

Fica o reparo, na esperança que possa merecer a atenção devida, desde já disponibilizando-me para colaborar na prestação de esclarecimentos.

ADENDA:

------------------------------- Regulamento do Traje ------------------------------- 




Analisemos, agora o dito regulamento do Traje, disponível para consulta AQUI:

Art.º 4º (sobre os acessórios)

Estipula que não é permitido o uso de t-shirt por baixo da camisa, pois quem tiver frio que trace a capa. Não se percebe, de todo, tal, pois em momento algum se pode passar revista à roupa interior e muito menos legislar sobre a mesma. Só faltava mesmo (como existem casos noutras academias) legislarem sobre a cor da roupa interior, não?
Também não permitem o uso de telemóvel visível. Isso significa o quê? Que o estudante trajado não pode fazer uso dele? Já lá vai o tempo em que o telemóvel andava em bolsas que se punham ao cinto, mas hoje ele costumam andar no bolso, daí que este papismo não passa disso mesmo.

Art.º 5º

Diz, na sua alínea J, que os rapazes podem usar cabelo comprido, preferencialmente solto. Porquê solto? Questões de gosto do legislador não são argumento.

Art.º 6º

Diz que, no caso das raparigas, na alínea I, também o cabelo deve ser usado solto. Quer parecer-me que esse tipo de sugestão não tem, também sentido algum. A sobriedade tanto se alcança com ele solto como amarrado.

Art.º 7º

- Alínea A: diz que os alunos com mais de 1 matrícula não podem traçar a capa debaixo de tectos, salvo serenatas, actuações de Tuna ou membro de uma "lutraria". Querem explicar a razão de ser de tal?
Então se, como diz o Art.º 4º, não se pode usar nada por baixo da camisa, e em caso de frio intenso deve-se é traçar a capa, o estudante em causa que sinta frio, mesmo debaixo de tecto, não o pode fazer? Era bom decidirem-se!

. Alínea B: diz que a capa não se pode encontrar a mais de 5 metros do estudante. Qual a razão? Com que fundamento? É que uma coisa é ter de se estar trajado a rigor em actos e cerimónias da Praxe, outra é cair no ridículo das pessoas andarem de fita métrica a medir distâncias (podiam por um alarme, já agora). Mais um papismo.

- Alínea C - Diz que na capa, para além dos emblemas, se podem por insígnias pessoais. Então nela podem colocar-se fitas, grelo...? Essa é nova!

- Alínea D: afirma que a capa só se usa de 2 formas (e lá diz como). Mais um papismo.

- Alínea F: diz que o nº de emblemas na capa tem de ser ímpar. Mais um mito do ímpar que bem gostaria que me explicassem, porque de praxe nada tem. Sobre esse mito, aqui fica esclarecimento.

- Alínea O: diz que se traça a capa "em fados e serenatas". Então ouvindo-se um fado de Lisboa (seja gingão ou vadio), que nada tem a ver com estudantes, traça-se a capa? Há aqui alguém que tem uma noção não muito esclarecida sobre fado.


Art.º 8º (emblemas na capa)

Nada a dizer quanto este artigo a não ser dar os parabéns, porque respeita a origem e tradição, o espírito, da colocação de emblemas

Art.º 9º

Alínea C, diz que o coser os rasgões é facultativo, mas faz-se em "ponto cruz". Alguém explica ao legislador que ponto cruz não tem a ver com coser, mas com bordar?????? Santa ignorância!

Art.º 10º

Começar por parabenizar o facto de, neste regulamento, permitirem aos caloiros trajar desde a hora em que se matriculam. Não há muitos códigos que assim o deixem claro.
Contudo estragam o soneto ao dizerem que não podem traçar a capa. Podem então usar T-shirt ou camisola interior em caso de frio? E numa Serenata ou ouvindo "fados" (art.º 7, alínea O) também não podem?
Não tem sentido.
Que não possa ainda usar emblemas, pins, fazer rasgões.... agora traçar a capa é algo próprio ao seu uso. A capa serve para agasalhar, é essa a sua principal função. A Praxe quer-se pragmática e não papista e incoerente.


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Depois o regulamento do traje cai numa misturada sem nexo ao contemplar artigos relativos a trupes (a que chamam "Lutrarias") e seu funcionamento (coisa que é matéria de código e não de regulamento de traje).
Mas analisemos alguns itens sobre a matéria:

Art.º 19º

- Alínea A: diz que sapatos, cintos, meias e outos que sejam estranhos ao traje são confiscados e entregues á Associação Académica. Ora 2 erros patentes, um deles grave: confiscar algo que nem sequer é considerado como da Praxe, está fora da alçada da mesma. Deve-se repreender, mas confiscar é roubo e crime (anti-Praxe, portanto). Depois estipula entregar as peças confiscadas à Associação Académica. Mas, afinal, a Associação tem a ver o quê com Praxe? Há aqui misturas inusitadas.

- Alínea D: prevê que quem for encontrado a mais de 5 metros da capa é obrigado a traçá-la e assim permanecer durante 1 hora, independentemente das condições climatéricas. Isso constitui crime e uma real estupidez. É coacção física e isso nada tem de Praxe.

- Alínea E: consagra que faltas reiteradas, cumulativamente a uma capa deixada a mais de 15 metros leva imediatamente á confiscação do traje. Mas o traje é do dono ou de quem? Quem pagou o traje?
Mais uma vez, a apologia do crime através do roubo e coacção. Se o estudante se recusar fazem o quê, batem-lhe, retiram-lhe o traje por meios violentos?
Há aqui quem não tenha noção dos limites e da própria lei de um estado de direito, armando-se em inquisidor e polícia. Isso não é Praxe, meus caros, é ditadura acéfala no seu estado puro.
Essa das distâncias da capa só me leva a perguntar por que raio é que não é considerada insígnia de praxe uma fita métrica (com o mínimo de 15 metros)?

 Art.º 21º (Casos Omissos)

Diz que são resolvidos pela Associação Académica. Então o traje é da tutela de quem, da Praxe e seus organismos próprios, ou da Associação de estudantes?
E que poderes legais tem a dita associação para, em matéria de infracção do uso do traje, poder obrigar seja quem for às sanções acima referidas?
Claramente que estas regras sancionatórias foram urdidas sem pensar e sem noção da realidade e do civismo, e muito menos com cariz pedagógico, formativo ou integrador.


Concluindo: repensar e rever certos conceitos e normativos, por uma questão de coerência, de respeito pela Tradição e, até, da imagem da Praxe e estudante da UALG.

23 comentários:

Anónimo disse...

O autor deste blog de opinião deve ter em atenção o seguinte reparo.
As praxes e suas tradições não são iguais em todas as instituições de ensino, bem como os graus académicos.
O desconhecimento da realidade da UAlg leva a que haja erros graves na análise.
Contudo, aceito que esta é uma opinião pessoal e como tal não vinculativa a qualquer tipo de necessidade de alteração de um regulamento perfeitamente normal e aceitável embora admita tenha alguns erros.

Um aluno da UAlg

Anónimo disse...

Convido-o a ler o regulamento de traje, onde os mesmo dizem e passo a citar:
"Os caloiros têm permissão para utilizar o traje académico a partir do momento em que são baptizados (...)"
Ora, sendo o traje um "uniforme identificativo do foro académico (...)" creio que pelo Algarve para se trajar é preciso ser praxado, o que é de facto inadmissível.

J.Pierre Silva disse...

Caro anónimo,

Tem de haver um maior cuidado quando se fala em "tradições", pois para que algo seja tradição não basta que haja um código a dizé-lo.

Depois, recordar-lhe que os aspectos enunciados dizem respeito a normativos que forma copiados de uma Tradição nacional e depois deturpados, ou seja nem sequer podem argumentar ser uma "tradição" própria, quando ela é copiada ou inspirada numa outra (ou, como sucede quase sempre, resulta de uma ideia sobre algo que se fazia noutro lado- sem se conhecer de facto, e depois se implementa com 90% de invenção que desvirtua).

O queo N&M aponta são cópias mal amanhadas, feitas com base na falta de conhecimento da sorigens e da Tradição Académica, desvirtuando o seu conteúdo e a própria forma.

Os itens que mereceram crítica são tradição com origem em que precedente, com base em quê? No "apeteceu-nos"?
É que para chamar a algo de Tradição, no caso da Praxe, isso não pode surgir do nada; deve ter uma justificação pragmática e lógica.
Nada contra adaptações da Tradição Académica (que não é de Coimbra, ou do Porto, ou de lisboa, mas nacional, independentemente de onde cada um dos usos teve origem - mesmo se grande parte decorre de Coimbra), mas uma coisa é adaptar respeitando a essência, e outra é desvirtuar e delapidar de tal forma que o resultado já pouco ou nada tem a ver com Praxe.

Seria, por exemplo, como pegarmos numa garrafa de vinho do Porto,, tirar-lhe metade do conteúdo substituindo-o por, sei lá, tequilha, trocarmos o rótulo e, no seu lugar, meter outro a dizer "Vinho do Porto de Santarém".
Ora nem o que temso é vinho do Porto, e muito menso de Santarém.

Desafio-o, por isso, a justificar e explicar o fundamnto de cada um dos itens que eu critiquei; e qu enão passe pelo argumento de "apeteceu-nos" ou "é a nossa tradição e ninguém tem nada aver comisso".

A tradição não se faz nem se cria....antes resulta de algo.
Muitas dessas "tradições" que vemso d enorte a sul do país são como que uma espécie de teste escrito onde quem o faz o resolve às 3 pancadas, copiando do lado ou da wikipédia e depois termina colocando logo a nota final.
Ora quem define o que é tradição não é nunca quem a criou, pois isso é artificialismo.

Muitos dos construtores que iniciavam a construção de uma catedral gótica não viviam para a ver finalizada. E nenhum desse tempo alguma vez lhe passou pela cabeça de dar nome ao estilo em voga - isso veio posteriormente, foi uma classificação posterior.

Não sei se me está a seguir.

Todos os dias me levanto e tomo banho e já os meu spais e avós o faziam também (tomar banho). Não é contudo, uma tradição.

J.Pierre Silva disse...

Caro anónimo,

Sobre o uso do traje, e do regulamento da UALG sobre o mesmo, é, de facto, incoerente que se proiba alguém de trajar só porqu enão foi praxado.
É uma determinação anti-Praxe.

Anónimo disse...

Se entrarmos pela analogia dos vinhos, o que é o vinho do Porto senão uma mistura de bebidas?
O que é o Rosé do que uma mistura de vinhos branco e tinto?
Como em tudo há espaço para algumas alterações e novas criações. A regulamento da UAlg é o colocar por escrito as tradições da UAlg, tenham elas uma inspiração noutros lados ou não, quer façam sentido para quem está de fora ou não. No caso do traje é aceite pela comunidade académica que o traje é um símbolo das praxes e não da academia enquanto noutros lados não é assim...simples, não?
Não digo que seja perfeito, não o é.
Mas a sua argumentação leva a que não faça sentido que exista mais do que um código de praxe neste país. Parece-me descabido tamanha indignação por haver alguém que tem tradições diferentes...se me permite a analogia, parece uma "guerra santa".
Não vou entrar em discussões ou a rebater ponto a ponto as suas ideias (remeto para o Conselho de Veteranos da AAUAlg tal coisa). Você é livre de as ter...
Eu só alertei para o facto de que o desconhecimento da realidade leva a esses equívocos.

Saudações Académicas

J.Pierre Silva disse...

Caro anónimo (podia, já agora, usar um nick, para evitar sobreposição de "anónimos"),

O Vinho do Porto não é mistura de vários vinhos, não confunda com o Martini.
O Vinho do Porto é feito a partir de uvas de diversas castas, variando depois as quantidades das mesmas, e que são Touriga Nacional, Tinta Cão (ou Tinto Cão), Tinta Barroca, Tinta Roriz e Touriga Francesa.

Já o Rosé é usualmente obtido da fermentação do mosto extraído de uvas pretas (tintas), com a coloração a resultar do muito breve contacto do mosto com a casca. Só muito raramente se obtém com acrescento de vinho branco. Os melhores rosés são de uva tinta, e os grandes ícones encontram-se na "Provence" (França).

Esclarecido?

Agora pergunto: antes od código, que tradições eram próprias e identificativas (únicas, portanto) da UALG?
Depois dizer-me que o traje é símbolo de Praxe faz prova de grande ignorância, meu caro. Nunca o foi, mas só na UALG assim se entende, pelos vistos, certamente assente numa cultura centenária (?). Nem sei então porque lhe chama traje académico (o que mostra a verdadeira incoerência e ignorância de quem legislou, desculpe que lhe diga), pois se o vosso traje é exclusivo da praxe, seria "traje praxístico", já que o significado de "académico"(procure num dicionário qualquer) nada tem a ver com Praxe!!!

Não chame de tradição a coisas que o não são. Procure antes perceber o que define "Tradição", nomeadamente neste contexto. Não fale com base naquilo que acha, mas suportado em saber documentado.
E certamente que existe alguam indignação, quando desrespeitam uma cultura que não vos pertence, delapidando de destruindo a própria essência daquilo que copiaram (porque nada no vosso código é, de facto, inédito (deixo de fora a nomenclatura), embora o seja a forma como descaracterizaram usos e costumes enraizados, e esses sim devidamente reconhecidos como Tradição, inscrevendo-se naquilo que a UNESCO considera como Património Cultural Imaterial.

Pena que não rebata cad aum dos pontos. Eu ao menso tenho a verticalidade de justificar as minhas análises, com base no estudo e investigação e experiência de mais de 2 décadas, e não nos "acho que" ou no "porque sim".

Aliás, quando alunos de uma academia não sabem justificar o porquê das suas práticas, fudamentar as mesmas..... isso revela muita coisa, não acha?

Termino, concordando consigo: "o desconhecimento da realidade leva a esses equívocos", pois quem legislou pouco ou nada sabia de Praxe, de Tradições Académicas, o que não é desculpa para que esse estado de iliteracia seja tido como modus operandi dos actuais alunos da UALG.

Abraço

J.Pierre Silva disse...

E, já agora, acrescentar que no Algarve, a capa e batina foi o traje académico utilizado desde o séc. XIX nos liceus. Essa sim uma tradição de décadas. Não erma praxistas os que o usavam (como também o não eram nas demais cidades do país, com ou sem universidade).

Pergunto-lhe a si, por curiosidade: por que razão a UALG não usa capa e batina, dando continuidade, aí sim, a um traje com história também em Faro?

Anónimo disse...

Já agora recomendo que veja este vídeo http://www.youtube.com/watch?v=wIoAomZJGSE sobre "- Alínea F: Procissão das Velas (e, aqui, o autor do código, devia estar em Fátima e imaginou os peregrinos todos trajados e ele próprio transportado num andor);"
E não é que HÁ MESMO uma procissão com velas??? Não temos andor...desculpe se o desiludimos.
Isto nem é difícil de descobrir porque razão algumas coisas aparecem desde que se queira saber.

Saudações Académicas,
O mesmo anónimo1

J.Pierre Silva disse...

Meu caro anónimo, em tempo algum afirmei que havia andor. Vocé citou um comentário irónico, não uma afirmação factual. Covinha saber diferenciar. Em momento algum disse que não tinham procissão das velas, apenas questionei a razão de ser da mesma, porque quando se fala em tal, a denotação é para as cerimónias religiosas do santuário de Fátima.
Ora a cópia é claramente de uma cerimónia religiosa (não há procissão de velas noutro contexto), certo? Ora pergunto qual a relação entre procissão de velas e Praxe ou procissão de velas e caloiros !? As velas são pretexto para uma saída nocturna onde só se ouvem pessoas a berrar? Para que são as velas, afinal, mero adereço porque fica giro? É que o percurso que vós fazeis tem iluminação pública.

Tenho-lhe feito reiteradas perguntas para que clarifique e explique. Também vai fintar mais esta?

Abraço

Anónimo disse...

A Procissão das Velas é uma cerimónia em que os alunos partem do campus da Penha em direção à Sé, cada um com uma vela. Diz-se que por cada vez que a sua vela se apaga, será um ano que ele irá repetir. E sim, é uma cerimónia de teor religioso.
Os berros devem-se aos cursos noturnos que efetuam as suas praxes neste dia já que não participam no Desfile que ocorre na Recepção ao Caloiro. Desfile esse que é uma maneira de apresentar os novos alunos à cidade. Em conjunto com a Procissão são uma das várias celebrações que são realizadas no período de praxes. Não sei se reparou mas o regulamento faz alusão a todas essas celebrações, o aluno chega e tem num regulamento tudo que precisa de saber.
A capelania da universidade é bastante ativa e está sempre presente nas celebrações dos estudantes.
Você claramente goza com a possibilidade de haver uma procissão...tenho pena que não defenda o que escreve.
Fintas são os comentários não publicados.
Já lhe disse, deixe de insultar as pessoas e procure informar-se. Tudo tem uma razão.

Anonimo1

Anónimo disse...

Repito na esperança que desta vez não faça censura. (O que os antigos alunos de Coimbra diriam disto???)

"Fique a saber que vinho do Porto é uma mistura de bebidas. Vinho tinto com aguardente. Esclarecido?
Repito, procure informar-se da origem do traje académico da UAlg. Quem o desenhou e baseado em quê antes de dizer o que for. Pergunte à VersusTuna que foram por os primeiros a utilizar o traje, por exemplo. Não é, de certeza, à toa que usamos um infante.
É um traje académico por ser um traje utilizado pelos alunos da academia (procure no dicionário...pode ser que descubra o sentido em que a palavra é usada) que completaram o seu percurso de iniciação na mesma.
Essa "teoria" sua de tradição e de repulsa por algumas diferenças resultantes da nossa especificidade leva-me a pensar no que pensariam os nossos antepassados sobre estas novas modernices. Os fundadores da Universidade de Coimbra devem dar voltas no caixão ao ver no que as suas tradições se transformaram.
Mas, fique na sua...tem todo o direito disso. Não chame é ignorante a quem não o é. Essa sobranceria e atitude de sabedoria imensa fica mal a quem nem o português consegue escrever...uma tradição com várias centenas de anos.
Repito: "o desconhecimento da realidade leva a esses equívocos"
Quem legislou pôs por escrito aquilo que são as nossas tradições. Sejam elas muito ou pouco diferente de outras. Tiveram a sua influência mas esta é a nossa maneira de fazer as coisas. É a nossa tradição e tem já algumas dezenas de anos.

Saudações Académicas
Anónimo 1"

J.Pierre Silva disse...

Caro Anónimo 1,

Diz-se que pror cada vela que se apaga é um ano que se repete? Essa é boa! Diz quem. Temos agora, para além de “invencionismos praxísticos”, a invenção de superstições dentro de um contexto religioso (incoerente, aliás, se percebesse das leis da Igreja)? Isso tem a ver com Praxe desde quando?
“A procissão das velas” que vocês fazem é de teor religioso? Essa é boa! Rezam o quê no percurso? A procissão é orientada por um sacerdote e devidamente autorizada pela autoridade eclesiástica?
E todos os caloiros são crentes, católicos, ou são forçados a irem, atentando à liberdade religiosa? É que o tempo dos cristãos-novos já lá vai. Para além disso, em momento algum pseudo-cerimónias religiosas desse tipo são reconhecidas pela Igreja e muito menos têm a ver com praxe. Aliás, a vossa capelania desenvolve actividades próprias do seu âmbito (eu, no meu tempo, estive ligado à Pastoral do Ensino Superior, pelo que sei o que se passa), como a missa de abertura do ano académico, celebração dos tempos litúrgicos fortes (Natal, Páscoa) e missa de encerramento do ano lectivo. Por isso não se desculpe com a capelania que não reconhece, nem está ligada, a essa vossa procissão (http://capelaniadaualg.blogspot.pt/2012/10/missa-de-abertura-do-ano-academico.html)

O vosso regulamento pode aludir a essa cerimónia, mas em momento algum diz que é de teor religioso. Eu não gozo com o facto de haver uma procissão, mas critico o perverter de algo sagrado e a forma leviana e desrespeitosa com que misturam o sagrado com o profano. Deixem-se, vocês, de insultar a fé e a Igreja com esses simulacros.

J.Pierre Silva disse...

Caro Anónimo 1,
Aqui não há censura, mas critérios.
Eu sei da origem do traje, ou melhor: sei dos argumentos pro detrás dele. Mas não os vou aqui discutir, já que você os não sabe justificar.

Já que gosta de ser muito milimétrico, se reler o que escreveu , vocé falou que o vinho do Porto era mistura de várias bebidas. Contudo não é tanto assim. A adicção de aguardente (pode ser igualmente de um vinho velho ou mesmo cognac), na altura da fermentação, não é considerado "mistura de várias bebidas". Esse processo de adição é que torna o vinho do Porto um vinho "fortificado. Quer rigor, ele aqui está.


Você agora diz que o traje é académico por ser usado pelos alunos da academia. Por todos? Mesmo os que se recusam a ser praxados? Onde está no dicionário (não me queira dar lições de filologia) que o traje académico é uniforme dos que foram praxados ou de praxistas? Onde? A AAUALG ou comissão de praxe local editaram um?
Não sou (veja se percebe) contra especificidades, mas uma coisa é isso e outra é delapidar aquilo que copiaram.
Chamo, por isso, ignorante a quem não sabe justificar as suas práticas, desconhece a origem das mesmas e, por isso, inventa em vez de adaptar com critério, bom-senso e criatividade.
E desculpe, mas quem legislou, quem fez o vosso código não pôs nenhuma tradição pro escrito, pelo menos que seja inerente e exclusivamente vossa. Quem legislou viu ou ouviu umas coisas, porventura teve acesso a um código de outra instituição e pôs-se a inventar (e não a adaptar ou procurar respeitar o que se considera a Tradição Académica nacional). O actual traje tem quanto anos? Baseia-se em que tradição académica? Sabia que existia uma quanto ao traje estudantil? Pois existia.
O vosso código tem quantos anos? Que “tradições” existiam antes que o código veio a consagrar?

Não, meu caro, você confunde a estrada da Beira com a beira da estrada. Tradição com algumas dezenas de anos, ou com cerca de apenas 2 dezenas? E algo com cerca de 20 anos é Tradição?

Entretanto, apareça aqui para debater mais um dado sobre a “praxe” da UALG, pois gostaria que me dissesse de sua justiça se isso também é uma tradição vossa:

https://www.facebook.com/#!/groups/353718228089868/

Anónimo disse...

Olá, boa tarde

Começo por dizer que como antiga aluna da UAlg considero que esta análise acerta na muche. Não são meras opiniões, como alguém disse mais acima ao chamar este blogue de “blogue de opinião”, mas críticas que qualquer pessoa minimamente culta e inteligente faria na maioria das vezes. Mas aqui além disso é feito por uma pessoa que percebe do assunto e isso é que os irrita. Eu sigo este blogue á algum tempo e em mais lado nenhum encontramos as coisas explicadas como aqui. Eu acho que às vezes a maneira de dizer podia ser mais branda mas a verdade é que agora que as críticas são feita à minha antiga universidade (onde passei bons momentos mas nunca nas praxes) eu até acho que foram muito soft porque aquilo lá é uma bandalheira total e dava mesmo vontade era de tratar essa gente das praxes abaixo de cão. Na UAlg não há respeito pela praxe e ela só serve para maltratar caloiros e ver uns tipos de 2 e 3 matrículas armados em suprassumos a obrigarem os caloiros a coisas que não se fazem a ninguém. Muita gente lá achava aquilo realmente estúpido mas dizer alguma coisa é meio caminho andado para se ir a tribunal de praxe. Aquilo lá é uma verdadeira ditadura.
Eu não sou Anti-Praxe, mas ainda sei ver que aquilo que me fizeram (e eu nem me posso queixar muito comparada com outros colegas) não tem nada a haver com tradição porque não há tradição ali. E eu fui às praxes porque queria trajar e diziam-me que se não fosse não podia e ameaçavam com outros castigos e de ser posta de parte. É isso que fazem e dizem.
Queria também dizer que mesmo que o nosso traje tenha sido criado contra a tradição, ele não deixa de ser um traje muito bonito embora concorde que certas regras para se usar são mesmo estúpidas, mas acho que já será impossível mudar porque eles acham que sabem tudo.
Parabéns ao WB pela coragem de mostrar as coisas como são e pela qualidade do trabalho que faz neste blogue.

Marisa

J.Pierre Silva disse...

Cara Marisa,

Agradecendo o seu testemunho, apenas dizer que a beleza estética do vosos traje em momento nenhum foi posta em causa.
Pena é essa chalaça de proibir o traje (ou ameaçar disso) a quem não adira às praxes.
Concepções erróneas de quem, em matéria de tradições académicas, nem sequer procurou documentar-se e perceber o porquê das coisas, de modo a poder adequar devidamente.

Bj.

Anónimo disse...

Adiciona a aguardente mas não é uma mistura. Muda o vinho mas não é delapidar.
A sua analogia revela o seu raciocínio. É o que lhe servir para lhe dar razão.
Se sabe a origem porque a critica? Se sabe que o traje é inspirado no Infante D. Henrique e que não tem base no traje estudantil porque razão acha que deveríamos usar a batina? Porque deveríamos usar o traje do liceu?
Eu já disse, o regulamento não é perfeito. Tem falhas. Mas já disse também que as tradições existem cá por alguma razão. A Procissão antecede a Missa do Caloiro e ninguém é obrigado a ir a nenhuma delas. Eu sou ateu, participei na Procissão, não existem preces durante a mesma (embora exista decoro dos alunos do sistema diurno) e dispensei a Missa.
E deixe-me que lhe diga, para que alguém ligado à atividade pastoral já devia saber que superstições são coisa que não falta na religião.
Não vou estar aqui a explicar ponto a ponto tudo o que critica.
Continue dono de toda a sua sabedoria de tudo em que participou e de tudo o que sabe e não sabe.
Digo-lhe que este post é puro fogo de artificio. Você ficava bem numa guerra santa em que odeia alguém por ser ligeiramente diferente de si.
Tenho uma tradição de 25 anos que aprendi com a minha mãe de ser bem-educado e saber ser humilde sobre o que sei e a não falar do que não sei.
Termino apenas com uma informação. Todas as tradições têm um começo e em certa altura tinham apenas um ano. Ter 25 ou 250 faz nenhuma diferença, são ambas válidas.

Só um aparte. A anónima Marisa se andou na UAlg deveria saber que "suprassumos" de 2 matrículas não praxam. Mas há coisas em que até concordo...há muita gente que não sabe praxar mas não é só na UAlg.

J.Pierre Silva disse...

O traje é inspirado nso trajes do Infante? Essa é boa!!!
Mostre-me uma só imagem ou pintura do infante (chapéu à parte - que, no traje da Infantuna de Viseu, é também a única peça que para ele remete)onde se veja calça, casaca/albriol, colete, plainas........tenha lá paciência, mas nos trajes do Infante não há inspiração nenhuma nessas peças.

Por que razão deveria/poderiam usar batina?
Precisamente porque é o único traje estudantil que até no Algarve tem tradição e história. O único traje reconhecido formalmente como traje/uniforme identificativo do estudante português (pro decreto ministerial que o consagra como Traje Nacional).
Porventura porque, procure confirmar, até foi usado antes do actual, aí na UALG.
Mas nem entro por aí.

Um atradição nunca tem 1 ano, meu caro. Tradição é um qualificativo que é atribuída e não auto-denominada.
Não se artificializam tradições. Poderão certas práticas vossas vir a ser, mas não o são só porque você dizem que o são, quando nem 20anos têm.

Não sou dono da razão, meu caro, mas argumento com base em dados empíricos, na investigação e no estudo das coisas (os artigos deste blogue atestam isso mesmo), e não no "parece-me" ou no "acho que", o que entre aquilo que você acha que sabe e aquilo que eu vou sabendo (e aprendendo, porque tenho de aprender para partilhar), vai certamente muita diferença.
Vocé nada explica, de fundo e de facto, e só isso nos diferencia. Quando vocé tiver mais 20 anos em cima...... quiçá veja as coisas de uma outra perspectiva.

E mais: se a sua procissão é de teor religioso (só na vossa ideia, porque nem a capelania o confirma ou reconhece como tal, nem, segundo vocé conta, nela existe qualquer estruturação religiosa), mais incongruenet se torna, pois isso nada tem a ver com Praxe.

Não há nenhuma guerra santa, apenas reparo e crítica a aspectos que confirmadamente estão desajustados.

Entretanto, o convite para participar e comentar aqui, continua aberto: https://www.facebook.com/#!/groups/353718228089868/

Cumprimentos



Unknown disse...

ó anónimo, se tens uma tradição de humildade de 25 anos e de não falares sobre o que não sabes, ao menos cala-te e aprende com quem sabe disto mais a dormir do que tu na tua vida toda acordado.
queres ensinar a missa ao padre? queres comparar o que sabes de praxe e de tradições académicas com o que sabe o N&M? tem juízo mas é pá!
gostava de te ver a justificar os videos das praxes da vossa casa no youtube.
falas muito, mas um gajo olha para aquelas imagens e já nem precisa de ouvir mais nada. valem mais que mil palavras.

Anónimo disse...

Mais uma vez os argumentos do costume da parte dos acossados, sempre a refugiarem-se no "são as nossas tradições".
Gente que tem alergia ao saber e que não aceita estar errado e menos ainda serem chamados à pedra por isso.
E o que mais me espanta é teimarem como se tivessem algum compromisso de honra em defender coisas erradas só porque são feitas na sua universidade. Ser praxista aí em Faro é assinar um termo de recusa de raciocínio?
Eu gabo a paciência do WB. Eu não tinha pachorra para aturar putos que se metem na ponta dos pés para depois só mostrarem que são anões intelectuais.

Mário

Mia disse...

Também sou ex-aluna da Ualg (com muito orgulho)e ainda hoje estive a discutir este assunto com uma pessoa que ainda lá estuda.
Sempre vi o regulamento de traje e de praxe com maus olhos. Tudo muito baseado em "achismos" e preferências.
subscrevo inteiramente o comentário acima da marisa.
ambos os códigos não são nada precisos e pouco tradicionais.
eu fui praxada, e so tenho q agradecer por não ter sido tao massacrada como alguns colegas, no entanto só o fiz para poder usar o traje académico (limitado estupidamente a quem apenas aceita essa condição). infelizmente as mentalidades dos alunos ano após ano não mudam, salvo em alguns cursos.
nas reuniões de comissão de praxe do meu ano a praxar (2013/13) o grupo ficou dividido quase por metade (45%-55%) sobre questões éticas relativas ao assunto daquilo q se deve ou não fazer - diga-se de passagem que aqueles que queriam praxar "mal" (a meu ver: sujar, gritar e humilhar etc) conseguiram levar a sua avante e fazer coisas que não tinham sido acordadas.

para mudar é preciso partir dos próprios alunos, e eu fico muito triste porque várias tentativas para mudar foram feitas mas com vão resultado.

Miriam

WB disse...

Lamentavelmente, a UALG é um dos piores exemplos de Praxe que temos em Portugal, precisamente porque aqueles que podiam fazer algo para mudar, são impedidos por uns quantos "iluminados" cuja candeia que alumia se chama ignorância e falta de senso.

Anónimo disse...

"Tem de haver um maior cuidado quando se fala em "tradições", pois para que algo seja tradição não basta que haja um código a dizé-lo." - Então quem o diz?

Anónimo 2

WB disse...

Caro "anónimo2"

Quem o diz é a própria Tradição, devidamente documentada, investigada e estudada.

É pois imperativo que, para se atribuir a designação de "Tradição", tal assente precisamente ena mesma, ou então estamos perante a pura invenção.

O que documenta e suporta determinadas regras e conceitos? Se não for a Tradição, então estamos perante embustes e desvios.

Darei um mero exemplo, referindo o uso do traje académico.
Por que se proíbe o seu uso a caloiros?
Onde está o fundamento histórico para tal?
A Tradição comprova documentalmente que o traje sempre foi usado por caloiros, nunca lhe sendo vedado o seu uso, precisamente porque é uniforme estudantil (e não praxístico).

Lá está: se as pessoas procurarem fundamentar e pesquisar o porquê de certas noções, mais facilmente evitarão erros.

PS - Sobre a questão do traje que aqui refiro, queira ler o artigo dedicado aos "Trajes Não académicos".

Cumps.