A PRAXE ACADÉMICA
Por Praxe Académica entende-se os usos e costumes que, perpetuados entre os estudantes desta Universidade, adquiriram estatuto de tradição entre os estudantes do Ensino Superior.
Desta forma, a Praxe Académica engloba os ritos, usos protocolares, regras de conduta, simbologia e demais manifestações estudantis que, enraizadas e legalmente enquadradas, transmitem e manifestam uma dada identidade comunitária, vivida e posta em prática por quem nela se insere.
A palavra Praxe é, no entanto, extremamente recente sendo que esses usos e costumes tiveram a sua génese num conjunto de hábitos vivenciais normalizados entre os clérigos de ordens monásticas mais simples, nesse conjunto de escolares pobres e mendicantes que criaram um “modus vivendi” muito “sui generis”.
Com efeito, embora se aponte para o séc. XIV o início da Praxe Académica, temos conhecimento dela sob o nome de “Investidas”, termo utilizado a partir do séc. XVI. Dessas “Investidas”, constava um pouco de tudo: a tourada, a picaria, os insultos, a caçoada, o pagamento de patente dos novatos aos Veteranos, as troças, o canelão (pagamento de direitos pelo novato, que podia desembocar numas caneladas algo dolorosas para os caloiros).
Com estes ritos algo “ríspidos”, não é admiração encontrarmos pela primeira vez a palavra Praxe em 1863 (e de novo em 1872) ligada ao adjectivo “selvático” o que mostra a opinião da população no que respeitava a tais práticas.
A palavra Praxe toma o seu contexto actual com o desaparecimento desses ritos e alargamento do seu significado para além da estrita relação entre Veterano e Caloiro, passando a congregar todo um conjunto de actividades dos estudantes universitários fundada na tradição que, no desenrolar da sua história, tende a cristalizá-las em formas quase rituais.
Bibliografia: “Subsídio para o estudo genético-evolutivo do Hábito Talar na Universidade de Coimbra” de António Nunes, [in Revista “Via-Latina” – Ad Libitum, 1988/89.]
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