Encontrámos 2 artigos sobre o assunto num periódico de Viseu, o qual faz eco do que se passou em Coimbra, em Outubro de 1898.
No primeiro, datado de 21 de Outubro, temos o relato da prática, com a reportagem a dizer que mesmo com a polícia por perto, nada poderia fazer, tendo em conta a desproporção de forças.
Ainda um pormaior: o texto fala ainda em "polícia académica", supostamente abolida em 1834, data a partir da qual alguns dizem que se formaram as trupes constituídas por alunos.
Ou, de facto, só mais tarde a polícia é efectivamente extinta (note-se que ainda temos os archeiros a mando do reitor em 1898) ou então a polícia não era académica, mas o repórter assim a apelidou por força da tradição.
Parece estranho, contudo, que em 1898, mais de 50 anos após a suposta extinção da polícia académica, um repórter a ela se refira como existente, Mais ainda se ainda em 1898 existiam os archeiros, que são o corpo policial próprio (polícia académica) da Universidade.
No outro artigo, já datado de 25 do mesmo mês, temos notícia de ter sido publicado um edital a proibir os abusos e a prometer sérias penalizações, dizendo-se que isso levou os estudantes a conterem-se (a que terá ajudado o facto do reitor ter mandado os archeiros disporem-se na Porta Férrea).
A Liberdade, 21 Outubro 1898, ANNO XXVIII, Nº 1769, p.2
A Liberdade, 25 Outubro 1898, ANNO XXVIII, Nº 1770
Só no virar do século o canelão desapareceu, quando as praxes foram proibidas, aquando da implantação da república, dando lugar, a partir de 1919 (quando foram novamente "permitidas"), a outros ritos mais "disfarçados (como o eram os "pontapés da praxe" e, ainda mais tarde, os "calduços" ou "chachaçadas"). Também a designação "troça" vai paulatinamente desaparecer (embora, por exemplo, o rapanço se tenha mantido), vindo a ser substituído po rnovo vocábulo, sinónimo, "gozo".
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