Por "troça" entenderíamos, hoje (com as devidas diferenças), "gozo ao caloiro".
Num recente artigo aqui publicado, tratando do Canelão e Troça em 1898 (de notar que o "canelão" seria um dos ritos integrantes da "troça"), ficou a dúvida se o rapanço seria uma prática mais ou menos comum e parte da "troça" ou se sempre figurara como punição, aplicado nomeadamente pelas trupes) em casos especiais de violação das regras vigentes na hierarquia estudantil.
Penso que o seguinte artigo, que é de 1890, será esclarecedor quanto a esta matéria, apontando o "rapanço" como uma prática usual (mas também não seria aplicado por "dar cá aquela palha") e parte dos "mimos" que os pobres caloiros recebiam dos mais velhos.
Neste caso, parece que a tentativa de rapanço serviria de "despedida" antes dos exames (e da Latada - que na altura se fazia no final do ano lectivo), após os quais o estudante deixava a condição de caloiro. Tudo assim o indica, se atentarmos que o artigo é precisamente de Maio.
Outro aspecto, prende-se com as "pauladas", reforçando o que já aqui se avançou sobre Insígnias de Praxe (moca, colher....) onde se questionou a "moca" como ícone praxístico, quando a arma mais utilizada pelos estudantes era, afinal, o varapau.
Jornal A Liberdade (Viseu), de 23 Maio de 1890, 20º Anno, nº 1016, p.2
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