sábado, dezembro 06, 2014

Notas ao Código de Praxe da ESELx - 2ª Parte

Voltamos a uma rápida análise a um código que, pasme-se, já tínhamos analisado.
Só que, desta feita, aparece agora publicado sob o pomposo nome de " Regulamento de Integração Académica", ou seja um tiro no pé ainda maior do que antes, dado que, desde logo, a integração académica e o direito a participar na mesma não passa por seriação de pessoas em função de terem sido praxadas.
Acharem que mudar o nome e mudar as moscas altera o conteúdo............. é mesmo de quem tem há demasiado tempo vive rodeado de moscas e as culpa.
 
Poderão aceder ao documento clicando AQUI.
 
Este pseudo-regulamento repete os mesmos erros e deixa claramente a dúvida sobre o tipo de formação que as pessoas que o promovem recebem.
Uma vez mais a idiotice total em se considerar que para poder participar da Tradição é preciso ter sido praxado ou na presunção que qualquer aluno da ESELx é obrigado a cumprir o dito regulamento (Art.º 2º).
 Heresia e falta de senso é, desde logo, o artigo nº. 3 que afirma que:

"São considerados Não Participantes na Integração Académica, todos os alunos que se neguem ao ato da Tradição Académica; tendo assinado a respetiva declaração; Caso este se negue a faze-lo, a mesma, é assinada pelos Dux, e por um representante da Comissão de Integração Académica (CIA) da respectiva turma ".
 
Lamentável que se confunda Tradição Académica com praxes ou que se faça depender das praxes o direito inalienável de qualquer estudante em participar da Tradição.
Mas a verdade é que esta "gente" proíbe a participação nas actividades académicas a quem não foi praxado.
Depois, numa vã tentativa de dar o dito pelo não dito (em relação ao código anterior), escrevem a seguinte pérola:
"Os alunos que se declarem Não Participantes na Tradição Académica podem vestir o Traje Académico, em todo e qualquer momento, dentro e fora da mui nobre instituição, no entanto, não poderão exercer o direito de integrar academicamente e não devem participar na queima das fitas."
 
Já não proíbem o uso do traje, mas proíbem a participação na Queima das Fitas, como se a Queima fosse praxe ou dependesse de ter sido praxado.
É preciso ser muito enviesado de ideias.
 
Depois é o ridículo da hierarquia da praxe que não sabe distinguir o que é hierarquia daquilo que são os organismos e funções dentro dos mesmos.
O artigo nº. 5 no lo confirma:
" I. Bicho/ Caloiro/Caloiro Estrangeiro/Corvo
II. Dr. Puto
III. Terceiranista/Finalista
IV. Veterano/Mestrano
V. Dux - Honoris
VI. Comissão de Integração Académica
VII. Brigada de Integração Académica
VIII. Secretário da Comissão de Integração Académica
IX. Dux Veteranorum ".
 
"Brigada da Integração"? Dux-Honoris (?) abaixo de Dux-Veteranorum? "Mestranos"?
Isto, de facto, é patetice a mais!
 Depois é um fartote ao lermos o artigo nº. 8:
 
 "A atividade de integração académica ou praxe, é um ato solene que tem como objetivo integrar os novos alunos da ESELx no mundo académico."
 
Gostaria que me explicassem em que é que as supostas "praxes" são sinónimas de integração e acto solene. Nem vamos perguntar o que para esta gente é um acto solene, pois até traçam a capa para o efeito.....enfim...a ignorância não paga imposto....é por isso.
 Saltamos até ao artigo nº. 16º onde, uma vez mais, as pessoas parecem não perceber o que é res praxis, pretendendo criar regimes de isenção a partir de supostas dificuldades financeiras:
  "Apenas o estudante impossibilitado de adquirir o Traje Académico por razões pessoais e financeiras poderá participar nas atividades de integração académica não utilizando traje, tendo de usar roupa preta, desde que acompanhado por um colega trajado."
 
Quem não pode ter traje não praxa. Simples.
Em vez de criarem essas invenções sem nexo, melhor seria que se dedicassem a actividades de angariação de fundos para ajudar quem mais precisa.  Será que pedem declaração de rendimentos a quem afirma não poder comprar traje, mas possui, contudo portátil, telemóvel, boas roupas, tablet ou dinheiro para outros fins?
 
TRAJE
 
Quanto ao traje, repetem-se as generalidades costumeiras e os erros habituais, seja no tamanho da saia e, pasme-se, regulamentam o uso do soutien nas senhoras. Se há sítio onde a palermice encontra maiores doses de concentração, já sabemos em que grupo de praxistas.
 
Voltam a proibir o uso de relógios de pulso, provando que de Praxe e Tradição esta gentinha nada sabe.
E anda "isto" no ensino superior!
Depois inventam que só os terceiranistas podem apertar o último botão do casaco ou batina.
Justificação para tal? Só uma: ignorante invenção.
 E a coisa ganha contornos de verdadeira burrice, quando afirmam que, na impossibilidade de, em ocasião de luto, se poder apertar a capa pelos colchetes, esta deve ser traçada, quando, na verdade, deve deixar-se descaída pelos ombros sem dobras.
Ainda só vamos no artigo nº. 24 e já é de sentir náusea.
 
Depois, seguem-se a invenções ridículas dos emblemas a colocar na capa, e termina com esta verdadeira escatologia:

"Aos Terceiranistas e superiores hierárquicos a estes, é permitido o uso de um número ilimitado de emblemas dedicados à família, amigos, animais, amuletos da sorte, entre outros. Aos Dr. Puto só é permitida a colocação de emblemas (número ilimitado), no dia do segundo Enterro da ESELx que assistirem."
 
Emblemas dedicados a animais, amuletos de sorte....? Mas esta gente joga com o baralho todo? Certamente que não!
 E ainda citamos mais estas alíneas do Art.º 32º, que só podem ser anedota:

"
(...)
f) O número de emblemas tem de ser ímpar no total e por coluna (vertical), sendo que cada coluna pode ter o mínimo de um emblema e o máximo de sete;
g) O número de emblemas por coluna (vertical) não pode ser superior ao da coluna anterior (Exemplo: é permitido colocar os emblemas na configuração 7 -5-5 mas é proibido ter a configuração7-5-7); (...)"
 
Já nem vamos falar dessa abjecta fixação pelo nº. ímpar, porque explicar isto a esta gente é perda de tempo.
Mas que dizer desta fabulosa táctica do 7-5-5 Vs 7-5-7?
É realmente lamentável que esta gente assente a sua vivência em picuinhices que nada têm de Praxe ou Tradição, mas seja apenas o gosto de se rodearem de circos e folclore.
Sobre o uso da capa e essa palermice das distâncias, (a que reservam várias alíneas, que rivalizam em parvoíce sem fundamento histórico algum) escusamos mais delongas. Já bastas vezes explicámos os erros dessas noções ridículas, fosse na análise ao código de praxe da ESELx, fosse noutros artigos.
 
FITAS DE FINALISTA
 
Uma vez mais reina a ignorância que parasita a Tradição, a desrespeita e perverte totalmente.
Dizer que há Praxe ou Tradição na ESELx é como afirmar haver democracia na Correia do Norte.
 
São fitas a rodos, sem número fixo, secundum praxis, com cores aos molhos, umas para familiares e amigos íntimos (essa do "íntimos" é infeliz), outra cor para docentes, outra para colegas, outra para o namorado(a) e, pasme-se, uma fita preta para queimar!!!
Esta gente queima fitas de finalista, pasme-se!!! Santa Burrice!!!!
E depois, enfim, vai uma fita para a Bênção das Pastas onde é preciso faze ruma sinopse dos momentos mais marcantes do percurso académico.
 
Não há como ficar impávido e sereno perante tanta argolada.
Custa crer que esta gente curse o ensino superior;
custa crer que os supostos líderes da Praxe saibam coisa nenhuma do assunto.

Pelas bandas da ESELx os que lideram a Praxe devem ser escolhidos entre os mais pobres intelectualmente e os que menos percebem do assunto. A haver tradição académica, essa é claramente uma: ser-se ignorante e incompetentes para ocupar cargos praxísticos.
E fazem isso a dobrar, pois até possuem 2 Dux Veteranorum, para além de Dux-honoris e quejandos (a lembrar as salganhadas políticas na liderança do Bloco de Esquerda).
 
 
 Epílogo
 
Não somos meigos, nem temos de sê-lo, nem esta gente o merece sequer.
Seria lógico que, por mais descontentes que tivessem ficado com a anterior análise ao código de praxe da ESELx, pelo menos daí tivessem retirado alguma coisa e procurado, ao menos, perceber as questões e os fundamentos - já que não deixámos de explicar os porquês do erros, fundamentando documentalmente os reparos.
 Mas, afinal, cumpre-se o velho adágio popular que diz, e bem, que "Burro não é quem não sabe, mas quem não quer aprender".
 
 
São 42 páginas de poluição pracheira a manchar a dignidade da Tradição e a própria imagem do estudante universitário. Um documento que não está à altura da instituição nem do perfil de aluno que se espera que a frequente.
 
 
 
Neste caso, uma vez mais se confirma que, na ESELx, a praxe é liderada por pessoas profunda e comprovadamente incompetentes e ignorantes, que de Praxe e Tradição não sabem rigorosamente nada, e antes preferem continuar cegamente a tentar transformar erros em virtudes.
 
 
O Rei vai nu!