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sexta-feira, fevereiro 16, 2024
18 Anos de N&M
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domingo, janeiro 01, 2023
Erros de palmatória em trabalho publicado
Começamos o ano com a rápida análise a um trabalho com o título O Protocolo Universitário Português: Coimbra, paradigma e referente, redigido por Artur Filipe dos Santos.
As referências à Queima, ao rasganço... são feitas pela rama (Cf AQUI, AQUI e AQUI), com grande omissão de outros rituais e onde, desde logo, não se faz devidamente a explicação da própria noção de "Praxe", que significa, precisamente, o conjunto de ritos e protocolos usados entre os estudantes, ficando a faltar menção a vários usos e costumes regrados pela Praxe (baptismo, imposição de insígnias....).
Mas o trabalho enferma alguns erros de palmatória, como afirmar que o actual traje tem inspiração nas vestes eclesiásticas, algo totalmente falso (ver AQUI) ou comparar a loba (peça de vestuário) à abatina (esse é o nome técnico) eclesiástica, já que são peças totalmente distintas e de épocas totalmente díspares.
A explicação, mirabolante e algo néscia sobre o "sagrado feminino" (alguém andou a ler o Código da Vinci e confundiu-o com o código de Avintes) como se tivesse algo que ver com Igreja Católica ou, mais ridículo ainda, com o traje.
Não, o n.º ímpar nada tem a ver com a Igreja e não é tradição alguma que os emblemas , botões, furos dos sapatos e quejandos tenham de ser em n.º ímpar (ver AQUI). Isso nem sequer está contemplado no Código da Praxe de 1957 nem em documentos anteriores.
Essa falácia do n.º ímpar é uma invenção produzida pela ignorância, fora de Coimbra (note-se) e que se difundiu, pandemicamente, por cópia acrítica (num época em que os códigos de praxe, que se começaram a urdir em várias academias, eram cópias adaptadas uns dos outros - onde cada um acrescentava um conto como marca "distinctiva" de cada localidade).
Pena que o autor, que até cita, na bibliografia, um artigo deste blogue, não se tenha dado ao trabalho de ler mais uns quantos artigos explicativos - o que teria evitado algumas argoladas).
Já agora, ao ler as obras citadas na bibliografia, há que sublinhar que algumas são de carácter duvidoso quanto ao rigor, nomeadamente ao citar Cerveira (2016) no qual se apoia para explicar a anedota dos n.º ímpares.
Já não é de agora que alertamos para a necessidade de maior rigor naquilo que se publica sobre esta temática, recordando o exemplo de uma questionável tese de mestrado sobre Traje e Tunas, produzida na UBI.
Contas feitas, salvo alguns dados sobre o doutoramento, pouco ou nada se explica, de facto, sobre os demais actos onde se aplica o Protocolo Universitário Português (algo, aliás, impossível em tão poucas páginas - que, já agora, convinha ter numeradas). Ou bem que se escolhia apenas os actos do corpo docente (ficando-se estritamente pelo doutoramento) ou apenas do corpo discente. Ambos davam, e dão, pano para mangas. Para falar de ambos, a abordagem teria necessariamente de ser diferente, tomando como exemplo um trabalho já existente sobre o tema, superiormente urdido por António M. Nunes: Identidde(s) e moda - Percursos Contemporâneos da capa e batina e das insígnias dos conimbricenses, o maior especialista nestas matérias.
Para um dito doutorado em comunicação, publicidade, relações públicas e protocolo, pela Universidade de Vigo (embora se estranhe tão amplo doutoramento, já que, da oferta existente apenas se encontra o de Comunicação), é um artigo/trabalho que não faz jus, muito pelo contrário, a alguém que se apresenta com tal habilitação.
sexta-feira, fevereiro 18, 2022
16 Anos de N&M
São já 16 anos de Notas&Melodias.
Fica o registo da efeméride e um agradecimento aos leitores que o elegem, e divulgam, como fonte preferencial de informação sobre Tradições Académicas e sobre Praxe.
domingo, outubro 10, 2021
Notas aos charlatães Influencers
Nunca perceberei, por mais anos que ainda viva, como a nossa sociedade caiu nesta loucura de promover idiotas ao patamar de "influenciadores" e doutos veículos de opinião e saber.
Podendo haver honrosas, e raras, excepções, toda esta gente que se produz nos vlogs e afins, nas redes sociais e youtube, falam das coisas como se fossem gurus, especialistas ou reconhecidos "experts" naquilo que abordam.
Ora, a quase totalidade desta gente fala sobre coisas sobre as quais não tem qualquer competência, formação, estudo ou obra reconhecida; gente que sob a dúbia cortina de estar a dar opinião, procura fazer disso facto a tomar em consideração, pretendendo estar a passar informação correcta e levando a que outros acreditem na treta e a retransmitam.
No caso concreto da Praxe, das praxes e, grosso modo, das Tradições Académicas, há muito que temos assistido a uma legião de vaidosos incompetentes a falar sobre temas acerca dos quais mostram apenas a sua medíocre formação académica, a sua falta de senso e pretendendo ter propriedade para comentar e falar sobre tudo, como especialistas encartados; gente que, a partir da sua "experiência", generaliza, advoga, profetiza, aconselha e, ás custas da cegueira alheia, acumula vaidade mitómana.
Nunca como hoje, Umberto Eco esteve tão certo sobre esta realidade.
"Os Deuses devem estar loucos", tal como no filme.
quarta-feira, abril 21, 2021
Notas&Conversas (Tertúlia) Traje Académico - Vestir a Tradição (24 Abril 2021)
Tertúlia sobre o Traje Académico, inserida nas comemorações do 15.º aniversário do blogue Notas&Melodias.
Evento no Facebook
Link para participar (até 100 pessoas)
quinta-feira, março 18, 2021
Notas&Conversas - Tertúlia online (27 de Março 2021)
Para assinalar os 15 anos do N&M, terá lugar uma tertúlia online, sábado, dia 27 de Março, pelas 17h30, aberta a todos, e que contará com a presença de diversos notáveis, ligados ao grupo de FB "Tradições Académicas & Praxe", e ilustres amigos do blogue.
domingo, março 14, 2021
Notas às I Jornadas de Praxe de Lisboa (Março de 2021)
Tiveram
lugar, entre 9 e 13 de Março, as I Jornadas de Praxe, organizadas pelo MCV
(Magnum Consilium Veteranorum) de Lisboa, um organismo que reúne já várias instituições da academia lisboeta em torno de conceitos e práticas
comuns, baseadas na defesa da Tradição e Praxe Académicas mais genuínas, e
pertinentes aos tempos que correm, para isso aproximando algumas
"casas" em torno do projecto de código comum, isento de ficções, balelas e invenções de 3/4 de mês.
Estas jornadas, em modo online (via zoom), com diversos temas a debate (alguns mais pertinentes que outros[1]), visaram, antes de mais, servir de apresentação do projecto do MCV de modo mais alargado, como que antecâmara de aproximações futuras a outras instituições, auscultando um pouco da realidade das práticas e conceitos vigentes na capital e, por outro lado, dando a conhecer os critérios e metodologia em que assenta.
Independentemente de tudo isso, e da muita pedra que ainda está por partir, de muitos mitos e equívocos por desfazer, facto é que estas jornadas foram um oásis no deserto de iniciativas abertas que ocorreram nesta época de pandemia.
Os debates decorreram de forma serena, educada e respeitosa, o que, só por si, foi algo meritório e louvável.
Ao
serem abertas ao público afecto, garantiram uma sempre necessária transparência
que permitia o contraditório, sem ditaduras de pensamento único (tão ao gosto
de muitos organismos de praxe).
E
isso foi o que mais enriqueceu as jornadas, precisamente pela participação de
antigos estudantes (muitos deles pioneiros deste projecto do MCV) cujos
conhecimentos vieram, tantas vezes, recentrar as coisas e apresentar factos
para contrapor a invenções sem fundamento.
Será
de equacionar, em futuras iniciativas deste género, garantir a presença de
alguns desses antigos estudantes, de estudiosos do fenómeno, como recurso (tipo
comité científico) - assegurando que, mediante dúvidas ou desvios, há sempre
possibilidade de consultar quem possa, de forma isenta e equidistante,
esclarecer mais detalhada e fundamentadamente as coisas.
Estão de parabéns os organizadores e animadores dos vários painéis e, obviamente, todos os que participaram destas jornadas.
Há
que convir que a ferramenta online tem muitas mais vantagens nestas coisas,
pelo simples facto de facilitar a vida quanto a horários e colmatar
distâncias/deslocações que, à partida, impedem muitos de estar presencialmente.
Só não substitui tudo o que é o contacto presencial, naturalmente.
Em ano em que o Notas&Melodias festeja os seus 15 anos, não podia ter tido melhor prenda.
Obrigado
ao MCV pela ousadia, pelo empenho e pelo esforço que tem vindo a realizar, de que
estas jornadas são apenas mais uma das muitas e boas iniciativas que tem levado
por diante.
Possa tudo isso servir de referência a tantas outras instituições de Lisboa e demais academias do país.
A procissão ainda mal saiu do adro, mas, para já, parece bem encaminhada,
conquanto não percam o rumo e o propósito.
[1] Um dos pontos menos conseguidos no programa - muito ainda agarrado a praxes/gozo ao caloiro (seja nas práticas, hierarquias, conceito, utilidade...).
quinta-feira, fevereiro 18, 2021
15 Anos de Notas & Melodias
São 15 anos de blogue dedicado à Tradição Académica, sempre no intuito de partilhar as investigações, os factos, os dados e documentos que permitam perceber e compreender o que é isso de Praxe, de Tradição Académica e, deste modo, distinguir as narrativas ficcionadas daquilo que é genuíno.
Nem sempre com pés de lã, face ao contexto em que urgia chamar "à pedra" quem, julgando-se impune e sabichão, distribuía ignorância e engano, mas sempre honesto na apresentação dos factos.
É hoje uma ferramenta muito solicitada por aqueles que querem algo mais que balelas sobre estas questões, bem como por estudiosos do fenómeno, o que só valida os motivos da sua criação, o seu critério editorial firme, sério e rigoroso, e, acima de tudo, dá a satisfação de poder contribuir para o conhecimento e melhores práticas praxísticas da comunidade estudantil.
Fica adiado o sonho de transpor todo o material investigado (e muito dele aqui publicado) em livro. Quem sabe um dia.
domingo, janeiro 24, 2021
Notas negativas a Tese de Mestrado sobre Traje...e Tunas
São cada vez mais as teses abordando a Traje, tradições académicas,
tunas...
Mas
o facto de ter a denominação "Tese" não é garante de qualidade. E
quando os orientadores são incompetentes e pouco percebem do assunto (nem
sequer devem verificar as fontes)....dá asneira.
SILVA, Rebecca Nantes - Uma análise sobre o Traje Académico Português, Um Desenvolvimento Projetual. UBI, 2020. |
Nesta
tese, há muitíssimas imprecisões e erros graves de palmatória, desde logo na
interpretação das fontes.
Disso
é exemplo a afirmação que a mestranda atribui aos autores de "Qvid
Tvnae", no qual defenderiam que a palavra Tuna tem origem no latim
"Tonare", quando nada disso corresponde aos factos.
Na dita obra, os autores apresentam as várias teses que foram sendo formuladas sobre a origem da palavra "Tuna", sem eleger nenhuma, embora inclinando-se para a que os filólogos e dicionaristas apresentam (origem em "Thune").
Saber ler e
interpretar os documentos e as fontes é essencial (e confirmar as fontes referidas pela
mestranda também).
Este é apenas um exemplo, de muitos outros constantes neste trabalho (sobre traje sobre tunas), e que levam a questionar dos critérios de exigência no Ensino Superior.
No que respeita ao Notas&Melodias, algumas vezes citado, temos pena que a mestranda não tenha, efectivamente, lido, com olhos de ler, os muitos artigos sobre Traje (e que colocariam em perspectiva algumas linhas de raciocínio enviesado da dita "tese"), os quais, estranhamente, não aparecem citados (nem devidamente referenciados sequer, conforme as boas regras de um trabalho académico).
Anda-se
a dar canudos a pessoas que produzem trabalhos sem rigor algum, com
orientadores (e júris) que fazem apenas figura de corpo presente, promovendo
uma cultura de mediocridade.
sexta-feira, janeiro 10, 2020
Fado Académico
sexta-feira, dezembro 13, 2019
Os LYSOS em livros
Um grande FRA para os Lysos e para o Zé Veloso.
sábado, setembro 21, 2019
Código de praxe do ISCSP, 2019 - Mais da mesma mediocridade!
Caloiros não podem tocar na Pasta? É falso!
1.º ponto do documento publicado pelo CV de Coimbra em Setembro de 2019, o qual contém, igualmente, outros equívocos,
algo pouco condizente com o conhecimento e rigor que, dele, supostamente, se esperam.
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quinta-feira, junho 27, 2019
Relógios de Bolso não são de Praxe!
Tal ajuda a explicar por que razão existem tão poucos documentos fotográficos com estudantes a usarem relógios de bolso ou se não encontrem referências significativas a esse uso em documentos da época. Com efeito, o uso de relógios de bolso, sendo proibido, foi residual, mesmo nas décadas seguintes.