domingo, outubro 10, 2021

Notas aos charlatães Influencers

 Nunca perceberei, por mais anos que ainda viva, como a nossa sociedade caiu nesta loucura de promover idiotas ao patamar de "influenciadores" e doutos veículos de opinião e saber.

Podendo haver honrosas, e raras, excepções, toda esta gente que se produz nos vlogs e afins, nas redes sociais e youtube, falam das coisas como se fossem gurus, especialistas ou reconhecidos "experts" naquilo que abordam.



Ora, a quase totalidade desta gente fala sobre coisas sobre as quais não tem qualquer competência, formação, estudo ou obra reconhecida; gente que sob a dúbia cortina de estar a dar opinião, procura fazer disso facto a tomar em consideração, pretendendo estar a passar informação correcta e levando a que outros acreditem na treta e a retransmitam.

No caso concreto da Praxe, das praxes e, grosso modo, das Tradições Académicas, há muito que temos assistido a uma legião de vaidosos incompetentes a falar sobre temas acerca dos quais mostram apenas a sua medíocre formação académica, a sua falta de senso e pretendendo ter propriedade para comentar e falar sobre tudo, como especialistas encartados; gente que, a partir da sua "experiência", generaliza, advoga, profetiza, aconselha e, ás custas da cegueira alheia, acumula vaidade mitómana.

Nunca como hoje, Umberto Eco esteve tão certo sobre esta realidade.





Pior é ver que estes incompetentes são seguidos por muita gente, gente também ela sem critérios sobre rigor informativo, sem capacidade de questionar e demonstrando uma preguiça dantesca em procurar informar-se em fontes fidedignas.

Dar ouvidos a todos estes charlatães é perigoso, sobretudo porque é gente que nos assuntos em causa (mas em muitos outros também) apenas tem o diploma do "acho que", mas que sabe coisa nenhuma, porque o tempo que gasta a brincar aos locutores, é tempo que desperdiça em cultivar-se e estudar as questões.

Se há já largos anos que, por exemplo no youtube, temos arrivistas e chicos-espertos a falar sobre Praxe, seleccionei apenas os vídeos publicados neste último ano.



Como se pode verificar, é tão medíocre que até é de perguntar como pode o Ensino Superior ser frequentado por pessoas que assim falam de Praxe (veiculando erros, patetices e falsidades) e por pessoas que as elegem como seus guias "espirituais".

"Os Deuses devem estar loucos", tal como no filme.

quarta-feira, abril 21, 2021

Notas&Conversas (Tertúlia) Traje Académico - Vestir a Tradição (24 Abril 2021)

 Tertúlia sobre o Traje Académico, inserida nas comemorações do 15.º aniversário do blogue Notas&Melodias.



Evento no Facebook 

Link para participar (até 100 pessoas)

quinta-feira, março 18, 2021

Notas&Conversas - Tertúlia online (27 de Março 2021)

Para assinalar os 15 anos do N&M, terá lugar uma tertúlia online, sábado, dia 27 de Março, pelas 17h30, aberta a todos, e que contará com a presença de diversos notáveis, ligados ao grupo de FB "Tradições Académicas & Praxe", e ilustres amigos do blogue.


Clique na imagem para participar (até 100 pessoas)




Dos mais de 300 artigos produzidos pelo N&M, qual consideram o mais importante, aquele que mais vos marcou ou que mais impacto teve para cada um de vós e porquê?
Por outro lado, há algum que destaquem como tendo sido particularmente importante para a vossa comunidade?
TRAGAM ISSO À CONVERSA, DIA 27!


O que mudou no panorama académico, na vossa comunidade estudantil, em virtude do trabalho desenvolvido quer pelo N&M quer por outros sites do género?
TRAGAM PARA A CONVERSA, DIA 27!


O N&M possui uma página de FB na qual disponibiliza um dos maiores acervos documentais iconográficos sobre Praxe e Tradição Académica portuguesa.
A importância de reunir, catalogar e, depois, partilhar esse vasto espólio é uma missão que cabe a quem tem por finalidade o conhecimento e preservação da memória.
Conhecemos e valorizamos o nosso património académico?
TRAGAM PARA A CONVERSA, DIA 27!


Em Junho de 2013, era criado o grupo de FB "Tradições Académicas & Praxe", como plataforma de ligação entre o N&M e a comunidade estudantil, com a colaboração de vários antigos estudantes (estudiosos/conhecedores do fenómeno).
Possui, actualmente, um conjunto de colaboradores e fiéis seguidores, muitos deles ilustres protagonistas nas suas instituições (e hoje moderadores/referências do grupo).
TRAREMOS UNS QUANTOS À CONVERSA, DIA 27!


O grupo "Tradições Académicas & Praxe" e a página "Notas&Melodias", no Facebook, guardam, em separador próprio, várias dezenas de máximas e citações de referência, publicadas nessas mesma páginas, ao longo dos anos.
Alguma há que vos tenham especialmente marcado e/ou tenham utilizado nas vossas argumentações praxísticas?
TRAGAM ISSO À CONVERSA, DIA 27!



O N&M desenvolveu, ao longo dos anos, uma actividade de recolha e catalogação de itens, fossem na área do coleccionismo, da bibliografia ou outros, ligados à Praxe e às Tradições Académicas.
Parte desse espólio está disponível para consulta, a par com documentos iconográficos (fotos, artigos...), na página de FB do blogue.
TRAREMOS ISSO À CONVERSA, DIA 27!




A informação/formação assume um papel central para um correcto conhecimento e exercício da Praxe e vivência da Tradição Académica.
Para tal, têm sido organizadas (normalmente pelos organismos de Praxe) tertúlias/debates/palestras. 
Mas com que rigor, credibilidade e intervenientes?
Que critérios devem presidir, para a garantir a qualidade dessas iniciativas?
TRAGAM O ASSUNTO À CONVERSA, DIA 27!

domingo, março 14, 2021

Notas às I Jornadas de Praxe de Lisboa (Março de 2021)

 

Tiveram lugar, entre 9 e 13 de Março, as I Jornadas de Praxe, organizadas pelo MCV (Magnum Consilium Veteranorum) de Lisboa, um organismo que  reúne já várias instituições da academia lisboeta em torno de conceitos e práticas comuns, baseadas na defesa da Tradição e Praxe Académicas mais genuínas, e pertinentes aos tempos que correm, para isso aproximando algumas "casas" em torno do projecto de  código comum, isento de ficções, balelas e invenções de 3/4 de mês.



Estas jornadas, em modo online (via zoom), com diversos temas a debate (alguns mais pertinentes que outros[1]), visaram, antes de mais, servir de apresentação do projecto do MCV de modo mais alargado, como que antecâmara de aproximações futuras a outras instituições, auscultando um pouco da realidade das práticas e conceitos vigentes na capital e, por outro lado, dando a conhecer os critérios e metodologia em que assenta.

 De tudo se ouviu, da parte dos participantes (que não se esgotaram em malta de Lisboa, pois teve participação de outras geografias), desde intervenções ponderadas e expressivas de conhecimento e estudo, até às costumeiras patetices e aos argumentos do "na nossa casa" cheios de confusas noções.

Independentemente de tudo isso, e da muita pedra que ainda está por partir, de muitos mitos e equívocos por desfazer, facto é que estas jornadas foram um oásis no deserto de iniciativas abertas que ocorreram nesta época de pandemia.

Os debates decorreram de forma serena, educada e respeitosa, o que, só por si, foi algo meritório e louvável.

Ao serem abertas ao público afecto, garantiram uma sempre necessária transparência que permitia o contraditório, sem ditaduras de pensamento único (tão ao gosto de muitos organismos de praxe).

E isso foi o que mais enriqueceu as jornadas, precisamente pela participação de antigos estudantes (muitos deles pioneiros deste projecto do MCV) cujos conhecimentos vieram, tantas vezes, recentrar as coisas e apresentar factos para contrapor a invenções sem fundamento.

Será de equacionar, em futuras iniciativas deste género, garantir a presença de alguns desses antigos estudantes, de estudiosos do fenómeno, como recurso (tipo comité científico) - assegurando que, mediante dúvidas ou desvios, há sempre possibilidade de consultar quem possa, de forma isenta e equidistante, esclarecer mais detalhada e fundamentadamente as coisas.

Estão de parabéns os organizadores e animadores dos vários painéis e, obviamente, todos os que participaram destas jornadas.

Há que convir que a ferramenta online tem muitas mais vantagens nestas coisas, pelo simples facto de facilitar a vida quanto a horários e colmatar distâncias/deslocações que, à partida, impedem muitos de estar presencialmente. Só não substitui tudo o que é o contacto presencial, naturalmente.

Em ano em que o Notas&Melodias festeja os seus 15 anos, não podia ter tido melhor prenda.

Obrigado ao MCV pela ousadia, pelo empenho e pelo esforço que tem vindo a realizar, de que estas jornadas são apenas mais uma das muitas e boas iniciativas que tem levado por diante.

Possa tudo isso servir de referência a tantas outras instituições de Lisboa e demais academias do país.

A procissão ainda mal saiu do adro, mas, para já, parece bem encaminhada, conquanto não percam o rumo e o propósito.

 

 

 

 



[1] Um dos pontos menos conseguidos no programa - muito ainda agarrado a praxes/gozo ao caloiro (seja nas práticas, hierarquias, conceito, utilidade...).

quinta-feira, fevereiro 18, 2021

15 Anos de Notas & Melodias

  

São 15 anos de blogue dedicado à Tradição Académica, sempre no intuito de partilhar as investigações, os factos, os dados e documentos que permitam perceber e compreender o que é isso de Praxe, de Tradição Académica e, deste modo, distinguir as narrativas ficcionadas daquilo que é genuíno.

Nem sempre com pés de lã, face ao contexto em que urgia chamar "à pedra" quem, julgando-se impune e sabichão, distribuía ignorância e engano, mas sempre honesto na apresentação dos factos.

É hoje uma ferramenta muito solicitada por aqueles que querem algo mais que balelas sobre estas questões, bem como por estudiosos do fenómeno, o que só valida os motivos da sua criação, o seu critério editorial firme, sério e rigoroso, e, acima de tudo, dá a satisfação de poder contribuir para o conhecimento e melhores práticas praxísticas da comunidade estudantil.

Fica adiado o sonho de transpor todo o material investigado (e muito dele aqui publicado) em livro. Quem sabe um dia.






Os assuntos mais pesquisados, em documento PDF, com link para os artigos
(actualização de Maio de 2019)

domingo, janeiro 24, 2021

Notas negativas a Tese de Mestrado sobre Traje...e Tunas

 

São cada vez mais as teses abordando a Traje, tradições académicas, tunas...

Mas o facto de ter a denominação "Tese" não é garante de qualidade. E quando os orientadores são incompetentes e pouco percebem do assunto (nem sequer devem verificar as fontes)....dá asneira.

 

SILVA, Rebecca Nantes - Uma análise sobre o Traje Académico Português, Um Desenvolvimento Projetual. UBI, 2020.

Nesta tese, há muitíssimas imprecisões e erros graves de palmatória, desde logo na interpretação das fontes.

Disso é exemplo a afirmação que a mestranda atribui aos autores de "Qvid Tvnae", no qual defenderiam que a palavra Tuna tem origem no latim "Tonare", quando nada disso corresponde aos factos.
Na dita obra, os autores apresentam as várias teses que foram sendo formuladas sobre a origem da palavra "Tuna", sem eleger nenhuma, embora inclinando-se para a que os filólogos e dicionaristas apresentam (origem em "Thune").

Saber ler e interpretar os documentos e as fontes é essencial (e confirmar as fontes referidas pela mestranda também).

Este é apenas um exemplo, de muitos outros constantes neste trabalho (sobre traje sobre tunas), e que levam a questionar dos critérios de exigência no Ensino Superior.

No que respeita ao Notas&Melodias, algumas vezes citado, temos pena que a mestranda não tenha, efectivamente, lido, com olhos de ler, os muitos artigos sobre Traje (e que colocariam em perspectiva algumas linhas de raciocínio enviesado da dita "tese"), os quais, estranhamente, não aparecem citados (nem devidamente referenciados sequer, conforme as boas regras de um trabalho académico).

Anda-se a dar canudos a pessoas que produzem trabalhos sem rigor algum, com orientadores (e júris) que fazem apenas figura de corpo presente, promovendo uma cultura de mediocridade.