sexta-feira, setembro 30, 2011

N&M ilibado!

COMUNICADO

O Notas&Melodias foi ilibado das suspeições googlescas que o davam como sendo um site nocivo. Apenas a lamentar o incómodo causado aos muitos leitores que se viram, de certa forma, impedidos de aceder normalmente ao blogue, coisa que as próprias estatísticas do mesmo revelaram, com uma quebra de procura na ordem dos 65%.
Ficou provado que o Notas&Melodias não é foco de transmissão de doenças venéreas, malaware ou de códigos maliciosos, embora esse boato tenha levado a uma quebra em bolsa, rapidamente recuperada esta manhã, prevendo-se terminar a sessão com as suas acções a valorizarem, podendo as mesmas chegar aos 3 cêntimos por título negociado (num universo total de 10 acções).

O que parece ter ficado provado, segundo o observatório de actividades bloguistas, é que o conteúdo do Notas&Melodias provoca fortes azias em certos mercados e em muitos especuladores. Contudo, as agências de rating não se deixaram demover ou influenciar, mantendo o rating do blogue.

O Notas&Melodias agradece, penhoradamente, a todos os acionistas que não venderam a sua cota e acções, apostando no reforço de capital de confiança depositado neste espaço.

É razão para sublinhar este grande chavão "Fluctuat Nec Mergitur"

domingo, setembro 25, 2011

N&M sob ataque


Por mais informação que detenha sobre vários utilizadores, por esse mundo fora,que reportam problemas do género, parece demasiada coincidência que o Notas&Melodias passe a ser considerado, no Google, como contendo ameaças.

Este blogue não fornece qualquer conteúdo malicioso ou nocivo, contudo assim aparece, actualmente, repertoriado no motor de busca do Google.

O acesso continua a ser possível directamente pelo link, pelo que continuará a publicar os seus textos como sempre o tem feito.


Se é trabalho de algum Hacker ou mero problema do Blogger/Google não sei, e prefiro não levantar suspeitas, para já.
Aguarda-se serenamente.

A medida de prevenção indicada foi retirar os links dos blogues/sites recomendados, pelo que regressará essa barra, quando for possível (pedidno desculpa pelo incómodo)

Aos leitores, desde já agradecer o seu apoio e fidelidade.

quinta-feira, setembro 22, 2011

Notas a reter (Parte II)

Vale, de facto,a pena ler o artigo que faz uma singular e requintada analogia para retratar as relações entre Praxe e Tunas, decorrente dos episódios que têm estado na ordem do dia.

É do mais puro deleite e uma forma engenhosa de aprender algo sobre a história do mito das relações entre Tunas e Praxe, estabelecidas nestes últimos 25 anos.

Parabéns ao meu amigo de As Minhas Aventuras na Tunolândia!

Apontem AQUI, caros leitores.

quarta-feira, setembro 21, 2011

Notas a reter (Magnum do Porto Vs Tunas)

Porque importa desmistificar e explicar, tomo a liberdade de aqui reproduzir duas belíssimas intervenções feitas no PortugalTunas (clique AQUI para ver tudo), a propósito deste triste episódio protagonizado pelo Magnum do Porto.
Quem as profere foi, em seu tempo, Dux Facultatis do Porto, sendo igualmente um dos mais ilustres tunos da nossa praça.
Servem estes excertos para reforçar a certeza que as Tunas nada devem temer, que não devem satisfação ou obediência ao Dux e que têm toda a legitimidade para baterem o pé, quando a própria Praxe é ultrapassada ou pervertida, e as Tunas assim desconsideradas:


"Há três palavras que descrevem esta nova aberração:

RIDÍCULO - nem tudo o que se faz de traje cai imediatamente sob a alçada dos organismos de praxe. Se assim fosse, esses organismos poderiam proibir-me de, por exemplo, namorar com determinada rapariga pelo simples facto de tanto eu como ela estarmos matriculados na universidade. Que tem um bando de frustrados prepotentes que ver com quem eu me associo seja para que fim for? E se for para fazer serenatas? E se for para tocar música? E se for para fazer teatro? E se for para fazer amor? Não têm rigorosamente nada que ver com a minha vida privada, mesmo que as minhas actividades sejam públicas, ou publicamente assumidas. Desde que não esteja a participar numa actividade promovida por um desses organismos, não têm nada que legislar sobre mim ou sobre os grupos a que pertenço.

TRISTEZA - por constatar que há quem se submeta aos caprichos de pessoas cujo único mérito parece consistir em se raparem mutuamente e em circuito fechado, porque mais ninguém lhes liga bóia. Assim tivessem a coragem de denunciar as jogadas das queimas, a pouca-vergonha de quem se aproveita descaradamente dos estudantes, de quem se apoderou da manifestação mais visível da Praxe: a Queima das Fitas.

VERGONHA - de que haja gente que admita que outros lhes digam quem podem ou não convidar para suas casas. Mas era o que faltava que o meu vizinho de baixo me viesse proibir de receber quem eu quero em minha casa. Se alguma tuna retirou um convite que já tinha feito por causa desta anormalidade, essa tuna devia pintar a cara de preto. Como é possível??????????

Ridículo, tristeza e vergonha. Oxalá caiam em si e recuperem a dignidade.

Já deu para aprenderem alguma coisa? Espero que sim. Espero que esta abominação tenha ao menos o efeito positivo de fazer com que as pessoas aprendam à própria custa. Nada que não fosse previsível.

A bola está agora do lado das tunas: ou aparam o jogo, ou viram as costas e deixam os fulanos a bater bolas - ou a bater o que lhes apetecer... - contra a parede.

Abraço,

BOA MÚSICA e... HAJA AQUELA PARTE DA BIOLOGIA MASCULINA QUE É SINÓNIMO DE "CORAGEM" NA LINGUAGEM VERNÁCULA!"

O Conquistador, 20-09-2011
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"Vou analisar apenas um parágrafo da intervenção do RT. Escolhi este por conter uma gradação crescente de ingerência na vida interna das tunas a todos os títulos inadmissível. Revela, além disso, uma confrangedora ignorância que meteria dó, se não fosse perigosa.

A ingerência começa a um nível meramente superficial, pois pretende apenas que a Tuna X não convide a Tuna Y (declarada “anti-praxe”) para uma actividade:


«... impedir uma determinada tuna feminina de participar num certame de uma outra, ameaçando a anfitriã de que - caso não fosse retirado o convite em causa - "comeriam pela mesma tabela", ou seja, seria também ela declarada "anti-Praxe” (cito) como foi a convidada...»

a) se a actividade (festival) é promovida pelo Conselho de Veteranos, tem este todo o direito de interferir na organização. Porém, se a actividade é promovida pela Tuna, o Conselho de Veteranos não tem rigorosamente nenhuma palavra a dar sobre o assunto, tal como não dita regras nas actividades desportivas - ou de qualquer outra natureza artística, pedagógica, etc. - que os alunos da escola X entendam promover ou em que entendam participar.

b) que consequências práticas derivam de alguém ser declarado anti-praxe? Nenhumas, a não ser que seja "apanhado" a participar à força numa actividade directamente promovida ou ligada à praxe, podendo, nesse caso, sofrer sanções. Ora, não me cansarei de repetir que AS TUNAS NÃO NASCERAM DA PRAXE. Sendo assim, um Conselho de Veteranos tem tanta autoridade para declarar uma tuna anti-praxe como para declarar o Governo anti-praxe; ou a Reitoria anti-praxe; ou os empregados do bar e da cantina anti-praxe. Isto é NÃO TEM AUTORIDADE NENHUMA. É o equivalente a eu excomungar o Papa. Posso proibir determinado jogador de futebol de alinhar na selecção? Não. Posso formular essa proibição? Posso, contudo a mesma não tem qualquer validade. É o que acontece com um Conselho de Veteranos quando declara uma tuna anti-praxe. É uma declaração absolutamente inútil e por uma razão simples: não se pode declarar anti-praxe aquilo que não tem que ver com a praxe. Pode-se escrever um decreto com essas palavras; pode-se gritar do alto da Torre dos Clérigos com um megafone essa mesma proibição: não tem qualquer valor;

c) quem quer ser “dono” da praxe tem ao menos a obrigação de a conhecer. No Porto, como em Coimbra, existem as figuras da “protecção de Baco” e da "protecção de instrumento". Quer isto dizer que um académico que seja apanhado por uma trupe na rua a horas em que já devesse estar na cama, se transportar consigo um instrumento não pode ser incomodado, desde que prove que o sabe tocar. Pretendia esta medida proteger os caloiros que participassem nos grupos artísticos da universidade; como o caloiro não pode sair à noite, e os ensaios destes grupos eram em horário nocturno, o caloiro estaria proibido de participar nos ensaios. Ora esta medida é extensível a todos os académicos, pelo que uma Tuna está por sua natureza sob protecção de instrumento - de cordas, de percussão, de teclas ou vocal. Se não, está sob a protecção de Baco. Mesmo que um organismo de Praxe caia no ridículo de declarar uma tuna anti-praxe, coloca-se no duplo ridículo de não poder exercer sanções por os seus elementos estarem necessariamente sob uma das duas protecções... Isto é, mesmo que se arme uma “milícia” para castigar os refractários, essa milícia não pode fazer rigorosamente nada!


d) Suponhamos que uma das consequências de se ser declarado anti-praxe era a proibição do uso da capa e batina. Ora O TRAJE É DA ACADEMIA (ACADÉMICO), NÃO DA PRAXE. Qualquer aluno tem o direito de usar o traje a partir do momento em que se encontra matriculado, pelo que NÃO PODE SER PROIBIDO DE O USAR. Donde se segue que se eu for despedido o meu ex-patrão não pode continuar a dar-me ordens... Se a minha tuna for declarada anti-praxe, deixa, por esse mesmo motivo, de estar sob a alçada da Praxe - onde nunca nenhuma tuna esteve, é bom que se recorde.

Volto a fazer a pergunta: que consequências práticas advêm de alguém ser declarado anti-praxe? Nenhumas: não posso ser proibido de usar o traje académico nem posso ser praxado. Que pena...

A ingerência sobe agora de tom e de nível - e de ridículo:


«retirar a uma dada tuna do estatuto de "académica" com a conivência do próprio Dux da sua própria casa - que foi, qual acólito, apresentar queixa a "São Pedro"»

O Dux daquela casa - e não sei de qual se trata - não tem sequer autoridade sobre os seus. Não tendo força a nível interno, foi chamar a seita. Se a tuna é “académica”, é, tal como o traje, DA ACADEMIA, não da Praxe. Que autoridade têm estes “senhores” para dizer que a “Tuna Académica de X” perde o estatuto de académica? Nenhum. Não têm qualquer direito de o fazer. Repito: podem escrever decretos com palavras que indicam a perda desse estatuto e ir gritá-lo de megafone na mão do alto da Torre dos Clérigos - tal como eu posso andar com um badalo pelas ruas a gritar que, por meu decreto, o Primeiro Ministro perdeu o estatuto de português. O efeito é rigorosamente o mesmo: isto é, nenhum. Já não estão a querer inventar sobre a praxe: agora pretendem interferir no próprio significado das palavras da língua - património de todos os portugueses - e até no próprio meio universitário, decretando quem pode ou não ter o estatuto de “académico”. Mas esta gente tem consciência do que anda a fazer, ou pensa que somos todos parvos? Pelo visto, deve pensar que sim, que somo parvos. E têm razão, pois há quem vá nestas cantigas.

Mas enquanto se divertem a apedrejar o Sol, estamos nós bem. Mas veja-se agora o terceiro grau da ingerência e do ridículo:


«deixando a tuna feminina dessa mesma casa de ser, por isso, afilhada da dita cuja tuna em questão»

Como? Já decretam sobre as relações entre as tunas? Já a estupidez e a falta da consciência dos próprios limites rompe uma relação baseada na amizade e na admiração? É suficiente para destruir laços de amizade e cooperação institucional e pessoal, forjadas por largos anos de convívio e consubstanciadas por uma cerimónia formal - o baptismo? Que é feito da protecção dos padrinhos? Que é feito da admiração e do carinho dos afilhados? Como é que se destrói a relação entre aqueles que se responsabilizam pela entrada de outros no mundo das tunas e os que procuraram nos padrinhos o aconselhamento e a orientação, concedendo-lhes a honra e a responsabilidade de apadrinharem, uns, e de serem apadrinhados, outros, porque os padrinhos vêem nos afilhados qualidades em que acreditam? Ou não passou afinal tudo de um pretexto para padrinhos e afilhados jantarem juntos?

Ridículo - de quem intimida.
Vergonha - de quem se deixa intimidar.
Tristeza - de ver tunas contra tunas, pior ainda quando são afilhados e padrinhos.

Isto só passará daqui se as tunas, todas as tunas, deixarem.

Abraço e

BOA MÚSICA!"
O Conquistador, 21-09-2011



Mesmo que, eventualmente, quisesse alguém evocar o projecto de código do Balau e Soromenho, cuja validade não existe, e alegar qualquer intenção dos legisladores, daria com uma porta fechada, pois em lado algum há uma só referência que seja a Tunas (que também não existe na praxis coimbrã, diga-se).
Não tem o MCV ou seu Dux autoridade para se atribuirem poderes especiais, sob pena de, qualquer dia, dizerem que podem mandar, sei lá, nos talhos da cidade.

terça-feira, setembro 20, 2011

Notas de Sublevação Tunante

Nem quero acreditar. Estou estarrecido.

Segundo as notícias mais recentes, o Magnum  do Porto decretou a expulsão da Portucalense do seu seio. Até aqui, nada a dizer, porque assunto de foro interno, da organização exclusivamente praxística da academia. Por isso, pacífico. Entendam-se!

Mas a heresia e estupidez, porque só vindo de gente estúpida e ignorante, foi  a intenção (não sei ainda se consumada) de proibir as Tunas da Portucalense de participarem em eventos/festivais tunantes , bem como proibir qualquer outra tuna portuense de convidar qualquer tuna de lá, ou de por elas serem convidadas.

Eu pergunto-me se quem assim age têm o seu perfeito juízo ou se é mesmo  presunçosa burrice.
Mas desde quando é que as Tunas devem subserviência ao Magno ou qualquer organismo de Praxe?
Mas anda tudo doido?
Mas o ridículo é ainda maior nesta rápida reflexão dedutiva:
Se a Portucalense deixou de fazer parte do Magno do Porto, como é que o Magno ainda acha poder mandar na Portucalense, e aind amais nas suas tunas (que é isso que aqui importa: Tunas) para lhe dizer o que pode fazer na sua própria casa?
Prepotência da ditatura da ignorância, diremos nós. Ele há gente que não se enxerga mesmo!

Que Tunas, dignas desse nome, permitirão tal intromissão e invasão do seu espaço?
Que Tunas do Porto permitirão essa invasão hostil, sem precedentes, do seu território e da sua própria honorabilidade e aceitarão essa imposição/ordem?
Uma Tuna digna desse nome vai agora passar a ser uma mera Trupe a mando do Magno, vai violar a fraternidade tunante, os laços de amizade existentes, vai vender-se só para "agradar" ao Magno do Porto?
E se as Tunas baterem o pé (como se espera) e mandarem o Magno dar uma volta ao bilhar grande?
O que vai fazer o Magnum? Vai rapar as tunas todas ou vingar-se não convidando as tunas para o certame da Queima?
Pensará o Magno que as Tunas portuenses vivem o seu quotidiano em função do Festival de Tunas da Queima do Porto e que são capazes de prostituir a sua identidade a troco de um convite para lá actuarem?

Estou para ver, e acreditem que este blogue não deixará de seguir as pisadas do seu blogue irmão, "As Minhas Aventuras na Tunolândia", que sobre isto já se pronunciou,  denunciando todas as Tunas que pegarão em armas contra outras Tunas a mando do Magno.

Em certos sítios, acreditem que, e a confirmar-se esse processo de intenção (e saliento: a confiirmar-se), nem uma Tuna participaria em qualquer actividade que o Magno organizasse ou estivesse envolvido, a começar pelos festejos de recepção ao caloiro e terminando no Festival de Tunas da Queima!
Era essa a atitude certa para mostrar de que têmpera são as Tunas e as gentes do Porto.



É um ataque e desrespeito total para com a Tuna, a Tuna que é anterior a qualquer código ou organismo de praxe, a Tuna que não tem de se prestar a essa presunçosa a arrogante atitude de gentalha que mostra não apenas falta de decoro e bom-senso, mas incompetência e saber nestas matérias.
Mais ainda: o promover ou querer despoletar uma guerra fraticida, colocando Tunas contra Tunas é de uma gravidade inenarrável, reduzindo as Tunas a meras peças de xadrez que o Magno, à sua vontade, vai movendo.

A coisa já aquece, também, pelos lados do PortugalTunas, cuja discussão podem seguir AQUI e AQUI e merecia um arregimentar das Tunas, uma sublevação nacional contra quem não sabe ser ou estar, faz da arrogância e prepotência o seu modo de agir, de quem julga poder exercer ditaduras extensivas às Tunas.

É uma vergonha. Enoja-e profundamente que tal tenha sequer sido opção, mesmo que, e quero acreditar que assim seja, os ditos do Magno do Porto arrepiem caminho.
Não sei se tudo isto é algum ajuste de contas antigo ou se, como também se indicia, uma nova política de expansionismo colonial, se relembrarmos o descaramento que foi a subida do Magno ao palco do último FITU, invadindo e apropriando-se  do tempo de antena, num espaço que é das Tunas, para auto-promoção.
Um episódio nada novo, se quisermos trazer à baila a forma como foi tratado o Grupo de Fados do OUP, ainda em 2007 (para quem não sabe, leia AQUI -artigos de 22 de Outubro e de 7 de Dezembro).

Se a Praxe não é uma democracia, era escusado termos agora um Magno do Porto a optar por prefigurar um regime ditatorial, arrogante e que se enche de ridículo com tal episódio.
Á Tuna o que é da Tuna e à Praxe o que a ela lhe pertence (que não a Tuna, certamente)!
Ninguém tem o direito de me dizer quem posso receber em minha casa, e muito menos ditar-me quem posso visitar. Quando fora de actividades da alçada do Magno, este não tem sequer de opinar.
Se aos seus membros lhes falta caloiros para exercerem o seu autoritarismo e brincar às praxes, pois que se praxem uns aos outros nas suas reuniões. Mas no tocante a Tunas, saibam ser e estar, respeitar e dar-se ao respeito, sob pena de, como agora sucede, se lhes perder qualquer respeito.

Sendo eu praxista convicto, e tendo com muito gosto e honra pertencido a um organismo do género (liderando-o, inclusive), mais envergonhado me sinto por ver com quanta veleidade e descaramento alguns usam as suas funções que, está bem de ver, não são, afinal, para o bem comum, mas para fins próprios, vendettas internas e desejo de domínio do mundo, a lembrar certas figuras do passado.
Mas só imporão os seus bigodes, se deixarmos.

Mostra este episódio o quão nocivo é o mito de que as Tunas são Praxe, bem como do perigo latente quando a Tuna (que, pela sua naturez,a é mais representativa que um qualquer organismo de Praxe -pois representa uma instituição e todos os seus alunos, enquanto os Magnos apenas os que aderem à Praxe) aceita o papel de mero núcleo, se deixa escravizar pela noção de que deve satisfação a quem não deve, de todo.

Mesmo que tudo isto não se consume (e que as tunas sejam "poupadas"), que tudo não tenha passado de um processo de intenção por parte do Magno, só o facto de ter sido considerado (porque onde há fumo há fogo - e por alguma razão isto veio a público), é já merecedor das mais veemente críticas e condenações.

Está na hora das Tunas assumirem quem são, de perceberem ser uma tradição centenária com caminho próprio e evitarem os estabelecer de relações cuja natureza as castra, rebaixa e reduz.
Está na hora de as Tunas se sublevarem contra todas as relações estabelecidas com a Praxe que a coloquem a jeito de ser assim tratada.
Nada garante que as boas relações que vão existindo, entre Tunas e Praxe, hoje, assim perdurem amanhã, com outros protagonistas. Facilmente o cenário muda, daí a necessidade do devido distanciamento e do evitar a promíscua e confusa teia de relações que, por vezes, se estabelece/estabeleceu.
Cooperação sim; subserviência e tutela da praxe não!

Mais uma vez, se prova o quão certo alguns estavam, quando defendiam um organismo Tunante que zelasse pela defesa da sua comunidade, e mais ainda quando defendiam (e defendem) a necessidade das Tunas se revestirem de personalidade jurídica própria (formarem-se legalmente como associações), vincando a sua autonomia (que não impede cooperações e estreita colaborações, mas salvaguarda a própria independência e tentativas de apropriação e anexação).

sábado, setembro 10, 2011

Notas ConCSiliares

O título é estranho, até da forma como é escrito, mas como fui recentemente contactado sobre isso, via mail, achei por bem aqui deixar umas notas.

Todos estamos, certamente, faliarizados com a terminologia que designa os organismos de Praxe: Conselho de Veteranos, Magno Conselho da Praxe........
Mas a dúvida que me foi colocada prende-se com o uso dessa nomenclatura em latim.

Afinal é Consilium (com S) ou Concilium (com C)?
Se atentarmos aos termos Conselho (grupo, reunião, recomendação) e  Concelho (referente a uma área geográfica adminsitrativa), logo se desfazem as dúvidas - ou deveriam desfazer: a usar-se é Conselho - Consilium (quer linguisticamente, quer no uso do latim macarrónico).

Mas, como bem me interpelaram, existem inúmeras citações em latim que ora usam uma ou outra grafia, instalando-se a dúvida, nomeadamente porque a larga maioria dos praxistas não sabe patavina de latim.

Para evitar grandes considerandos, fica esta sucinta explicação:

Consílio e concílio são palavras diferentes. A grafia, a origem e o significado o mostram.

Consílio provém do latim consiliu(m) que significa:
a) consulta, exame, deliberação, decreto;
b) determinação, resolução, expediente, projecto, desígnio, plano;
c) conselho: parecer, opinião, sentimento, voto;
d) conselho: assembleia consultiva ou deliberativa.

Em português significa conselho, reunião, assembleia.


Concílio provém do latim conciliu(m), que significa:
a) ajuntamento, ligação, união;
b) assembleia, reunião, sociedade, círculo (de pessoas), conselho (em sentido concreto), reunião de conselheiros, assembleia deliberativa;
c) concílio, assembleia de bispos.

Em português significa conjunto das pessoas da hierarquia eclesiástica, que têm voto em matéria de dogma, moral evangélica e disciplina, presidida pelo bispo, arcebispo, patriarca, papa ou seus legados.
Significa também as actas, cânones, decisões do consílio.
A grande diferença entre as duas palavras é a seguinte: concílio pertence à linguagem da Igreja Católica; consílio pertence à linguagem fora das actividades da Igreja Católica.
Como vemos, a significação de concílio provém da significação C) do latim consilium
Como a Praxe não é da esfera eclesiástica (e tao pouco faz sentido qualquer romântica ou histórica ligação ao tempo em que a Igreja detinha o poder sobre as Universidades), tanto que quando se organiza, de facto (com conselhos de veteranos, comissões, etc.), há já muito tempo que a separação entre Igreja e Estado se fez (o 1º Conselho de Veteranos é formalmente criado pelo código de 1957 - e de cujo Decretus consta o termo Consilium bem escrito - não se percebe por que razão, actualmente, o CV de Coimbra o escreve mal).
Embora perdurem termos e resquícios dos tempos eclesiais, convém separar as coisas.
Neste caso, o termo a ser utilizado em Praxe é Consilium, com S: Magnum Consilium Praxis ou Magnum Consilium Veteranorum (entre outras designações), seja no rigor linguístico, seja no uso do Latim Macarrónico ("aportuguesando" o termo Conselho).
Fica esta pequena nota.

Notas sobre a origem dos Pins, Alfinetes e Crachás, na Praxe



O saber actual.

Pode parecer caricato, mas é verdade: sobre a origem dos pins e alfinetes de lapela, no contexto da Praxe, do Traje Académico, não existe uma única fonte de informação na Net ou em qualquer Código de Praxe.
Pode parecer estranho, de facto, mas sobre um dos adereços mais populares no seio académico, não existe informação alguma acessível, que não a reprodução de normas e ditames sobre quais usar ou onde colocar.

Os estudantes, ontem, como hoje, não sabem, de facto, de onde provém essa tradição, pelo que, naturalmente, o que hoje vemos é, na esmagadora maioria dos casos uma contínua invenção ou cadeia de suposições.
Nuns casos há um claro exagero, noutros está-se mais perto do genuíno, embora em nenhum dos casos se saiba bem por que razão é este e não aquele, qual a razão de ser ali ou acolá.

Quando era estudante, também não sabia, é um facto, mas sempre tive curiosidade em saber por que razão se usava, quanto mais não fosse para estabelecer uma causa-efeito, saber se aquilo que se praticava era provindo de uma fonte fidedigna ou se era mero copy-paste de um artificialismo que ia mutando ao sabor de modas (ou gostos de quem mandava na praxe).
A resposta obtive-a bem mais tarde, infelizmente (embora valha mais tarde do que nunca, diz o povo).


Vamos então a factos, socorrendo-me da preciosa informação que me facultou o insigne António Nunes, historiador e especialista nesta área.

 Origem

Crachás, pins e alfinetes, no meio académico (e também fora dele), terão a sua origem no foro militar.
São os uniformes militares, enquadrados pelos respectivos regulamentos, os que admitem, desde pelo menos o séc. XVIII as placas e distintivos para barretinas, colarinhos, ombros e, até, botões metálicos.
Desde há muito que as universidades portuguesas ou escolas diversas (médico-cirúrgicas, politécnicas, belas artes, etc.,) acolhiam no seu seio estudantes militares, os quais não trajavam capa e batina, mas sim o seu uniforme militar, sobre o qual, então sim, usavam capa ou gibão. Existem vários clichés, do séc. XIX ou de inícios do XX que o comprovam inequivocamente.
Daí emana, por cópia e pelo fascínio que daí advinha, por parte de outros estudantes, a adopção de distintivos metálicos, para uso na lapela da casaca/batina, os crachás e alfinetes.
Desde logo, fica claro que esse costume não tem por base qualquer tradição local ou regional.

Estes adereços exprimem historicamente a pertença a um grupo, fraternidade ou, então, expressam o reconhecimento de feitos alcançados (condecorações), como é o caso, em França, por exemplo, em que os agraciados com a Légion d’Honneur (condecoração atribuída pelo presidente da república francesa, como, por cá, o nosso atribui a da Ordem de Cristo ou da Torre e Espada, - entre outras, por exemplo, no dia 10 e Junho) não usam diariamente essa condecoração (porque muito grande), colocando antes, na lapela, um pequeno pin alusivo.

Em Coimbra, e citando A. Nunes, “A únicas tradições que se conheciam eram as que autorizavam o porte de monograma (letras do nome próprio entrelaçadas em prata) na lágrima da guitarra, o que só acontece a partir de 1905, e na pasta de luxo com fitas de seda (distintivo do curso). A tradição autoriza ainda o uso de heráldica das Faculdades em lenços de bolso, botões de punho, fivelas de prata dos sapatos de gala, livros encadernados que se utilizam em determinadas cerimónias (autos, juramentos).
Por conseguinte a metalurgia de lapela foi uma apropriação/invenção divulgada por alunos que tinham sido militares ou gostavam das cerimónias paramilitares da Mocidade Portuguesa e da Legião Portuguesa. “

Alguns sectores de opinião, no seio académico-praxístico, pretendem diferenciar alfinetes dos pin’s, quando se trata, basicamente, do mesmo, com a diferença, apenas, na forma de os pregar (longo alfinete, para uns, alfinete curto, ou pico, com fecha, para outros). Na parte visível são ambos similares (ora maiores ora mais pequenos; mais simples ou trabalhados; com ou sem cores).

Mas note-se que, em larga medida, a prática do uso de alfinete ou pin na lapela era quase inexistente. A larga maioria dos estudantes não usava qualquer alfinete ou pin (e a atestá-lo estão centenas de clichés).
Portanto, mesmo que coloquemos a inspiração numa origem militar (dos alunos militares que cursavam a universidade), parece mais evidente que a moda que explode a partir da década de 1980 tem mais de inspiração das tunas espanholas (que usavam pins nas mangas dos seus trajes) do que outra coisa.
A questão dos exageros começou, desde logo, porque os estudantes portugueses não tinham uma informação essencial: o traje de tuna espanhol não era um traje académico, como sucedia com os trajes académicos que os estudantes portugueses usavam no contexto das suas tunas.
Numa espontaneidade vaidosa, começou-se a meter pins no traje académico como se ele fosse um traje exclusivo de tuna, omitindo que o traje académico obedecia a uma etiqueta de sobriedade nem sempre compatível com o desejo de imitar os "floridos" trajes dos tunos do país vizinho.

 Quantos e quais na lapela?

 Ora, secundum praxis, e respeitando a tradição genuína, que pins ou alfinetes se podem usar?
1º - Usa-se apenas 1, e só um!
2º - Deve colocar-se aquele que contenha a heráldica da instituição frequentada.

Assim, só os relativos ao logótipo da instituição (Universidade, Instituto) ou da Faculdade (conquanto a heráldica remeta para a Universidade – onde não se confunda, por exemplo, a Faculdade de Direito de Lisboa com a do Porto).
Com mais reticências, o de curso, mas só se este contiver no seu desenho a heráldica da instituição (ou seja ter nele o logótipo da Universidade ou Instituto).
Mesmo no caso das Tunas, se exige, pelo menos aos que são estudantes, que sigam esse preceito, porque antes de serem tunos, são estudantes. Já aos demais, é normal que substituam o da instituição onde se formaram pelo da Tuna a que pertencem (e só esse).
 Mais nenhum se permite, pois, na lapela.
O que se aconselha para o traje, para os estudantes, é mesmo o da Instituição.

 E os outros?
 Os outros não têm lugar na lapela. Bem sei que me dirão que há N sítios onde isso se faz. Pois, mas faz mal. Não apenas delapida e desrespeita, como transforma a sobriedade do traje num verdadeiro circo.
Vou abster-me de adjectivar assertivamente essas práticas (que a vontade é chamar-lhes nomes feios), nas quais vemos algumas casas a promoverem uma fantochada pegada, onde parece que lá militam os antigos generais da era soviética.
 Com o advento do boom tunante, e por contágio dos “brasones” nas capas, com clara raiz no exemplo espanhol (mais um vez), em que os tunos do país vizinho colocam nas mangas da jaqueta os pins, passou a ser comum o uso no colete (para aqueles que, ao menos isso, quiseram manter a sobriedade da batina).
Nesse caso, a regra a seguir é a mesma que para os emblemas: apenas se coloca a “ferraria” relativa ao exercício académico (locais/instituições visitados em missão oficial académica ou grupos contactados).

Assim, pins da Coca-Cola, do Rock in Rio, da Luta contra a Sida, do Mickey, da Sagres, os que brilham e piscam e quejandos não são apropriados (mas próprios para meter noutras roupas que não o traje, seja ele qual for).

Mas se o colete apresenta mais espaço para “medalhas”, convém recordar que enchê-lo de pin’s tem, pelo menos, o problema de o tornar pesado (em alguns casos, e porque só os colocam apenas de um dos lados, esse lado até chega a descair um pouco de tanto quilate – como eu já vi).

Atente-se que a regra de ouro é que, ao fechar-se a batina, nenhum pin do colete fique visível.

De que lado?

Para terminar, fica a questão do lado onde usualmente se colocam.
Há quem defenda na lapela esquerda, outros na direita; uns no lado esquerdo do colete, outros no oposto.
Usualmente é o lado esquerdo o escolhido. No caso da lapela, também porque é onde se encontra o bolso (usado, nos fatos e smokings, para colocação de lenço, segundo a etiqueta).
Assim ficou convencionado. Dirão que é por ser o lado do coração, etc&tal, mas, isso, cada qual invente o que quiser (entre teorias místicas, pseudo-históricas e afins, há muito por onde arranjar “estórias”).
Eu não conheço, documentalmente, qualquer razão tácita e inequívoca para essa determinação.
Foi assim definido, ao que tudo indica, seguindo a etiqueta em uso no meio civil, que estipula, na maioria dos casos, a colocação do alfinete ou pin à esquerda, embora também se contemple o uso no lado direito.



Posto isto, e concluindo, é fácil, agora, perceber onde a tradição é preservada e onde se inventou, ou mesmo se adulterou.
Por falta de conhecimento, muito se inventou, claro está.
Não basta regrar e dizer que é assim ou assado, que se mete isto ou aquilo, ali ou acolá, só porque sim, sem sequer ter fundamentação.

Ficam estes dados à superior consideração dos praxistas.

sexta-feira, setembro 09, 2011





As estatísticas valem o que valem, mas o Notas&Melodias não pode deixar de agradecer a preferência e atenção que lhe é dada pelos internautas.
Assim sendo, bem-haja aos que continuam a visitar este blogue, bem como aos que a ele se associam como amigos do N&M (que ultrapassaram, entretanto, a fasquia da centena).
Não se anda nisto para alcançar shares e picos de audiência, mas sabe bem registar que o blogue continua a merecer a consideração de muitos leitores/participantes.

Muito obrigado a todos!




quinta-feira, setembro 01, 2011

Notas de par em (ím)par.

Bem sei que este assunto será, desde logo, observado pelos meus dilectos leitores mais avisados, como um "fait divers", um exercício sobre uma matéria que, em Praxe, nada tem de essencial e fulcral. Mas é porque a comunidade académica de hoje parece estar tão presa a periferias e picuinhices que achei ser necessário também abordar este "tema".

A questão prende-se com a importância dada ao N.º ímpar, no que respeita a assuntos de Praxe.
De onde vem essa fixação e todas as determinações dai resultantes, relativamente ao traje ou outros quejandos praxéticos?

Daquilo que foi possível pesquisar (mais do que fazer apelo à memória), nada se encontra, documentalmente, que explique o quando, como e porquê dessa convenção como sendo um uso antiquíssimo e ancestral. Aliás, recuando ao tempo anterior aos anos 90, nunca tal foi considerado praxis ou tradição, nunca!
Assim sendo, não é Tradição sequer, nem Praxe.

A explicação mais comum, que podemos encontrar em diversos sites, e que é a mais reproduzida, não passa, claramente, de um argumento "a posteriori", para justificar algo que, ao que tudo indica, é mais um fruto do "boom académico" dos anos 80 do século passado (a reabilitação das tradições académicas) ou pelo menos a formalização de uma convenção algo recente de uma errónea interpretação.


A explicação avançada, para a importância no N.º ímpar é um exercício de analepse e reabilitação da ligação clerical das universidades. Assim, explica-se a sua importância religiosa/mística/bíblica porque:

"São 3 as pessoas da SS. Trindade, 3 os mensageiros que se dirigem a Isaac (antigo testamento), 3 os apóstolos no monte Tabor durante a Transfiguração, 3 as hierarquias do juízo final: inferno, purgatório e paraíso, 7 ospecados capitais, ou 7 as vitudes teologais. 
Também porquea  Criação se fez em 7 dias  e o sábado é tido como o sétimo dia , relativo ao descanso após a Criação (segundo o Génesis) , pelo Pentecostes que sucede 7x7 dias depois da Páscoa, pelo facto de cada sétimo ano ser sabático ou, depois de 7x7 anos se seguir o Jubileu; tal como a bíblica recomendação de se perdoar 70x7, as 9 bem-aventuranças...........)."

Estranhamente, e principalmente se pensarmos no traje (capa e batina), que é um corte com o hábito talar, por força dos anti-clericais, dos laicos republicanos (de que bem conhecemos os ódios à Igreja, nomeadamente às ordens religiosas, sobretudo aos Jesuítas)  que, a partir de finais do séc. XIX impõe um modelo burguês - de que provém o actual figurino da capa e batina, parece-me incoerente que tão atiçados anti-clericais impusessem no protocolo da Praxe (e do traje) convenções com base em simbologias judaico-cristãs.

Pelo que se pode observar em diversos clichés, desde o séc. XIX, o colete, por exemplo, tanto apresenta 4, como 5 ou 6 botões, tal como a casaca (que manteve o nome de "batina" por força do uso - apesar de, certamente, muito contrariar os anti-clericais) que tanto tem 3, como 4, 5 ou mais botões.

Recordemos que o actual figurino do traje resulta da produção em série de trajes (pelas unidades fabris), deixando de ser segundo cada alfaiate ou modista (uns faziam assim outros mais assado), para ser segundo um modelo de fábrica onde se produziam em série.

Mas se alguns defendem com unhas e dentes, embora com muita cegueira intelectual, que na Praxe é só N.º ímpar, porque é, supostamente, inspirado na simbologia numérica do cristianismo ou misticismo numérico bíblico, que dizer, então, dos 4 os evangelistas, de serem 12 os apóstolos, 14 mandamentos da Stª Igreja, 10 os Mandamentos, 12 as tribos de Israel, 4 os cavaleiros do Apocalipse, 40 os anos do povo israelita no deserto (após saída do Egipto), 40 os dias de Cristo no deserto, como o são os dias da Quaresma ou os 50 dias da época pascal (até ao Pentecostes)...........?
Lá está: dir-me-ão que se somarmos aos nºs pares o n.º três, obtemos um nº ímpar.......parece-me tão óbvio quanto insignificativo, e que tem bem cara de ser mais um procurar, precisamente, o que se quer encontrar.
 
Conforme se quiser, encontraremos as explicações mais "lógicas" noutras áreas que não a mística ou religiosa, seja na geometria, na própria matemática ou noutra área qualquer, para tanto defender o par como o ímpar. Sejam as rebuscadas explicações do sujeito como alguém ímpar e único, o tempo de praxe que é singular, etc&tal, tudo é muito giro, mas ditos e contos de embalar não, por favor!

Não sejamos ímpares de inteligência!

Ora se em Praxe é o N.º ímpar que reina e que domina, em alguns sítios, penso que encontramos nisso falíveis casos que contrariam essa ideia e disposição.
O facto é que tanto encontramos Nºs pares e ímpares, tanto mais de uns do que de outros conforme assim o quisermos ou der jeito.
Se os botões de um colete são em n.º ímpar, acabam por formar um par com as respectivas casas. Os buracos dos atacadores são em número par, tal como usamos um par de sapatos, um par de calças ou meias. E contudo, as fábricas de calçado não fazem sapatos tendo em conta isso. os estudantes compram o que as fábricas propõem e não são as fábricas a fazer sapatos sob indicação regulamentar da Praxe.
Veja-se, também que o mítico termo "Dura Praxis Sed Praxis" é composto por 4 palavras, embora com 19 letras e 7 sílabas, tal como os termos "Praxe" ou "Praxis" ora são com letras em n.º ímpar ou par, mas ambas par no n.º de sílabas.
As fitas da Pasta da Praxe, por outro lado, são 8, a qual é composta, por sua vez, por 2 abas.
Do mesmo modo, os logótipos de Praxe mais correntes utilizam 4 insígnias: Colher, Tesoura (um par de tesouras), moca e penico. Mas temos, igualmente, para o n.º ímpar, as "insígnias" de finalista que são 3«4: cartola, bengala, laço e roseta. É o grelo 1, mas termina em 2 pontas; é "Dux" ímpar, mas "veterano" e "doutor" são par (nº de letras e de sílabas).
Conforme o que queremos ver/defender, ambos os nºs aparecem.
 
Não me parece que haja qualquer fundamento em ligar tal a misticismos ou religiosidades por conveniência, sobretudo porque, claramente, essa explicação aparece depois para tentar legitimar algo que foi "inventado" por alguns, há largos anos atrás.

Em algumas casas, determinou-se ser assim, convencionou-se ser o N.º ímpar aquele que se sobrepunha, mas não entremos em exageros e ficção, nomeadamente numa matéria que não é, de todo, essencial ou essência da Praxe.
Os fundamentalistas praxistas que parem para pensar um pouco sobre o ridículo de querer tornar esta questão em cerne e fulcro da Praxe (juntamente com outras questões - que são tantas - deste género).
Em Coimbra, a título de exemplo, isso não é Praxe nem da Praxe. Aliás, falando em Tradição Académica Nacional, essa coisa dos números ímpares não tem fundamento algum: nunca foi, nem é Tradição ou Praxe.

Pedir discernimento e alguma inteligência não é pedir muito, ou é?

Existe a convenção do n.º ímpar em algumas situações, nomeadamente quanto à composição de organismos colegiais, com o intuito de evitar situações de empate nas decisões tomadas, embora possamos acudir com o facto de  pro alguma razão existir a figura do voto de qualidade.
Convenciona-se um n.º que tanto pode ser par ou ímpar, sem precisarmos de o justificar seja onde for. Se são 3 bengaladas na cartola, ou se são 4 tesouradas; se são 2 flexões ou se são 21, isso nada tem de místico, significativo ou se assume como dogma.

Ainda assim, quando nos deparamos, por exemplo, com a publicaçao de coisas do tipo " Latada, dia 20+1 de Outubro de 2008+1" (em que o "+1" é para não terminar é n.º par) isso não merece qualquer respeito, porque a estupidez não se respeita nem é Praxe.
O mesmo sucede com a estupidez de colocar as horas nesse mesmo preparo: 21:59 para não serem 22h00 ou 00.01 para não ser meia noite.
Nada tem de Praxe, nem nunca teve. É preciosismo bacôco e parvo e quem acredita, e defende isso, exemplo de pequenez intelectual.