terça-feira, fevereiro 16, 2016

Melodias ao 10.º Aniversário do N&M



Assinalam-se, hoje, dia 16 de Fevereiro de 2016, 10 anos de actividade deste blogue.


Um agradecimento penhorado a todos os contribuidores, colaboradores leitores e amigos que connosco sopram, também, as velas de aniversário.

Como prometido, aqui publicamos alguns testemunhos que nos foram deixados por amigos e leitores, sobre esta década passada a trabalhar em prol da divulgação e (in)formação sobre as genuínas Tradições e Praxe Académicas, nas suas diversas manifestações.

Em futura publicação, serão colocados outros testemunhos e mensagens que entretanto cheguem.

Obrigado a todos vós, seguidores e amigos do Notas&Melodias.




"Parabéns ao notas e melodias por estes anos de bons serviços à tradição académica. É um dos poucos locais onde se explica o verdadeiro significado das coisas, e onde se debatem os assuntos, contribuindo para esclarecer e formar em todos os interessados uma ideia do que realmente significa esta nossa herança de séculos.

 Todos nós estamos ou estivemos de passagem pelo ensino superior, mas a tradição já existia, existe e continuará a existir depois da nossa saída. Embora cada um de nós deixe a sua marca nesta tradição de séculos, importa não adulterar aquilo que é a base, e que o notas e melodias se esforça por preservar.

 Só capas, só fitas, e a praxe continua!

Saudações académicas"

 (Vítor Costa)

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"Entre a Paciência e a Praxis Ciência.

 Não lhe conferindo um carácter científico - falo da Praxe - o N&M persegue trilhos de rigor e exactidão no que se reporta ao essencial, indo sempre ao fundo da questão, contrapondo-se assim ao banal "achismo" que tolda a esmagadora maioria das mentes que se dizem da Praxe. Uma pedrada no charco que, como todas, fez e faz com elevado estrondo e pompa, um enorme tsunami por cima de muita dita douta cabeça.

Naturalmente, tal pedrada incomoda; não diz o que muitos querem ler mas antes como as coisas de facto são. Controverso, num mundo movido a comodismo pensante e nesciamente executante, por mimetismo ou mesmo até por invencionismo de circunstância, a tal "Prache", sem X, sem Praxe.

 Não restam muitos mais oásis como este, por aí. Aliás, sobram dedos de uma mão. Raros são aqueles que defendem o fenómeno de uma forma crítica, que muita vezes se obriga a passar por vergonhas alheias perante o estado actual das coisas. Vai à causa, não se limitando a apontar as consequências. Não é um pasquim de costumes cor-de-rosa que vai passando a mão no pêlo ao muito de mau que ocorre. Não é um discurso de Miss Simpatia para agradar a gregos e troianos. Só por isso vale uma referência elogiosa. É uma tarefa hercúlea nos tempos estranhos que vivemos. Só o Tempo o irá confirmar como um dos poucos refúgios daqueles que gostam de facto disto. E - há que o dizer - muito por causa do ground zero a que isto chegou. Havia que repor isto nos eixos. E se algum mérito o N&M tem, esse é seguramente o principal: É todo um atestado de lógica, pureza e bem fazer.

 Que aproveite. Se se conseguir. Porque não basta apenas haver um bom emissor, urge haver bons receptores. Toda a sociedade futrica olha hoje para isto de soslaio, desconfiando sempre de tudo e todos, muito por culpa nossa. Estamos queimados na praça. Deu-se muito tiro nos pés. Há que o reconhecer. O N&M é um dos poucos contrapesos que restam. Basta parar e pensar um pouco. Pode-se até nem gostar da forma. Mas o conteúdo supera largamente tudo o resto. O total oposto, portanto, da Prache, onde o que importa é a forma e se está nas tintas para o verdadeiro conteúdo."

(Ricardo Tavares)

 
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"Primeiro chega-se a Coimbra e tudo é novo. Queremos absorver e tomar parte naquela “loucura saudável” que já foi de tantas e tantas gerações e que agora é nossa!

 Alguém da família também por lá passou, por isso, a patranha de que “o caloiro não usa capa e batina” não pega. Compra-se o fato e vai-se às aulas com ele. Descobrimos que não somos os únicos, há mais “loucos” como nós, outros que sabem muito mais do que nós e mutos outros que dizem muitos mais disparates que nós.
Aliás, quanto mais apregoavam “saber”, mais se notava que nada sabiam.

Não queremos entrar no grupo dos “disparatados”. Que fazer? Tentar aprender com quem saiba e com o que se escreveu. Como?

Primeiro, pegando no Código de 57 e em passagens Palito Métrico e depois lendo livros de antigos estudantes (e são tantos, e tantos, e tantos…). De repente, as coisas começam a ter justificação. Surgem mais dúvidas, lê-se mais, conversa-se mais, discute-se com os outros "loucos", volta-se a ler, encontram-se mais justificações e subsistem sempre dúvidas. Afinal, aquilo que se julgava dogmaticamente inventado tinha sempre (bom, quase sempre) fundamento.

Vive-se mais, sabe-se mais, ganha-se mais responsabilidade no que se faz e na forma como se passa para as gerações futuras.

 Mas estava-se nos primeiros anos da década de 90 do século XX, altura em que a internet ainda não estava ao alcance de todos. Quem quisesse saber alguma coisa teria que ler muito papel, passar algum tempo a procurar e, na parte mais agradável, passar horas infindáveis a discutir.

 Os tempos são outros. Entretanto, muita gente pesquisou, aprendeu, concluiu e, mais importante de tudo, partilhou. Com isso, não só outros poderão aprender sem as dificuldades que os primeiros tiveram, como também poderão abrir outros caminhos que, no limite, poderão até contradizer conclusões anteriores, assim haja suporte empírico para tal.

 O papel do blogue Notas & Melodias, nos últimos anos, como recolector e divulgador de informação, bem como de desfazedor de mitos tem sido inigualável e, por isso, só lhe podemos estar gratos.

 Venham de lá mais dez e um grande FRA!"

 (Carlos Branquinho)

 
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"É com muito gosto que aqui deixo uma mensagem ao Notas & Melodias pela passagem dos seus 10 anos de existência:

 - primeiro, porque é um blogue que me habituei a respeitar pela seriedade e profundidade com que aborda os vários temas que vai tratando.

- depois, porque tem conseguido abarcar um impressionante número de temas, com evidente actualidade no meio académico.

- finalmente, porque tem um comportamento ético irrepreensível para com as fontes que utiliza, virtude que não posso deixar de anotar, na selva que “rege” uma boa parte da escrita (?) na internet.

Tenho para mim que a tradição, para ser vivida, tem que ir evoluindo, «ganhando sempre novas qualidades», sob pena de ficar reduzida a mero folclore, que deixaria, assim, de ser vivido, para passar a ser representado.

 Com a praxe, porque é tradição, a mesma regra se aplica. Mas há “evoluir” e “evoluir”! E é no julgar da bondade desta fronteira que tem lugar primordial o conhecimento da razão de ser das coisas, da “história da praxe”, em todos os seus detalhes. Considero que, neste particular – na função de informar – tem sido notável o trabalho feito pelo “Notas & Melodias”. E espero que não lhe doam os dedos. Porém, a praxe é para ser feita pelos actuais estudantes e o seu destino é para ser tomado nas suas mãos. Só assim faz sentido que seja. Cabe-lhes ouvir os velhos, os mais experientes… mas a decisão é deles. Se assim não for, deixa de ser praxe e passa a ser teatro, com regente, ensaiador e tudo!

 Um abraço e saudações académicas."

 (Zé Veloso)

 
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"10 anos! Uma década! São imensos dias, uma imensidão de horas, uma eternidade de minutos dedicados a uma causa, a Tradição Académica! Se não fosse por mais nada, pelo menos por isto o Notas e Melodias já merecia os meus parabéns.

 Mas é muito mais, poderiam ditar bitaites, refugiados na NET, mas não, têm dedicado todo esse tempo a estudar, a aprofundar tudo o que é realmente Tradição. Por isso ainda merecem mais os meus parabéns. Em 1989 quando caloirinho entrei na "velhinha" Flup, ensinavam-nos a questionar, a buscar saber, a querer sempre mais e mais da Tradição. Ainda continuo assim. Quero mais e mais de Tradição Académica. Se é Tradição tem obrigatoriamente de ter associada a si antiguidade! Não que seja imutável, porque os tempos são outros mas os fundamentos têm de ter sempre uma base estável.

 São esses fundamentos que têm de ser estudados, inteligíveis, aprofundados. Nisto o Notas e Melodias tem sido um farol no meio da tempestade. Numa fase difícil, em que andar de "capa e batina" se tornou quase moda. Numa fase em que são imensos os que vestem trajo e muito poucos os que o sentem, o Notas tem investido o seu tempo, o seu Latim em mostrar historicamente como era e como deveria ser andar trajado. Não pelo fundamentalismo mas pelo sentir a responsabilidade de ao usar trajo académico representarmos mais que a nós mesmos, representarmos uma Tradição mais que centenária.

Por vezes discordo do modo como os moderadores falam de alguns temas mas não deixo de entender a dificuldade que é falar para academias que prezam mais as poucas diferenças que nos desunem que as imensas e fundamentais semelhanças que nos unem.

Com o aproximar dos novos tempos que estão a chegar lamento informar os meus queridos amigos moderadores que muito trabalho está para chegar e que o vosso/nosso papel ainda não acabou antes pelo contrário está a começar.

Desejo-vos pois um Feliz Aniversário e que daqui a 40 anos estejamos juntos de bengala a festejar as "bodas de ouro" deste serviço académico.

 Obrigado por tudo o que têm feito e o post está publicado à 1,35 horas porque acho piada à moda dos ímpares dos novos académicos!"

(Fernando Borges)





quarta-feira, fevereiro 10, 2016

Notas de esclarecimento - Autores de QVID TVNAE sobre projecto legislativo das praxes.

Os autores de "Qvid Tvnae? A Tuna Estudantil em Portugal" responderam hoje, por carta, aos deputados subscritores da proposta legislativa apresentada pelo PS (partido Socialista) sobre a questão das praxes, em razão de terem sido citados nessa mesma proposta (ver AQUI).

Aqui reproduzimos a carta em questão, a qual subscrevemos na íntegra.