quinta-feira, julho 26, 2007

Melodias da Toada Coimbra

Meia dúzia de ilustres e insígnes académicos cristalizaram 20 anos de carreira num trabalho discográfico que me chegou em mão no início deste mês.
Estou a falar do grupo de fados/canção de Coimbra, Toada Coimbrã, o qual dispensa apresentações biográficas, dado ser um grupo sobejamente conhecido e reconhecido.

Como dizia, recebi um exemplar das mãos do meu amigo Dr. João Paulo Sousa, quando aqui passou por Lisboa em trabalho, telefonando-me para irmos beber um copo e trocar dois dedos de conversa.
Falou-me deste CD com aquele orgulho e vaidade (e com razão, diga-se, que o disco esta soberbo) de quem anunciava ter mais um rebento, explicando-me, contando-me, narrando-me os pormenores, o trabalho e esforço por detrás da gravação deste "Best-Of" que vem coroar duas décadas a cantar Coimbra................ e a encantar quem os foi ouvindo.





A Toada Coimbrã já tinha em casa, em dois trabalhos discográficos, da chancela da Secção de Fados da A.A.C., de seu nome “Baladas de Despedida, anos 80”, com a participação de três grupos e onde a Toada interpreta dois temas, e o das "Baladas de Despedida dos anos 90" (onde a Toada apenas interpreta um tema, já que os grupos participantes no disco eram mais), mas este CD já era esperado na minha colectânea há algum tempoe, por certo, com muita expectativa e curiosidade.

Mas, voltando à coisa, dizer que, no meio conhecedor, se aguardava, com expectativa algo que deixasse um legado e registo para as gerações futuras.
O João Paulo já me falava disso há algum tempo, mas não havia maneira do trabalho ver a luz do dia.
Hoje, finalmente, cá está, para gáudio de todos quantos gostam e apreciam boa música, e especialmente a canção de Coimbra.

Uma óptima companhia para preencher algum do tempo livre com som de qualidade e temas belíssimos onde continuo a destacar, acima de todas as outras a Balada do 5º Ano Jurídico 88/89.

Mais do que um grupo famigerado, de fama bem merecida, a Toada Coimbrã alberga alguns académicos de referência no que concerne as Tunas, onde destacaria o meu amigo João Paulo Sousa (o “TunoGasto”) e o António Vicente, ícone e marco incontornável da história tunante, cujos poemas e músicas ocupam um lugar cimeiro do imaginário tunante nacional.
Estamos perante um grupo que fez parte da geração que impulsionou o boom tunante, que esteve na proa da cultura académica de Coimbra e foi testa de ferro na promoção das tradições académicas.

Este CD, com o título Toada Coimbrã, a própria designação do grupo, encerra, desta forma, um capítulo glorioso da Canção de Coimbra, sendo considerado pelos mais entendidos na matéria como o grupo de referência nestes últimos anos.
Soa este trabalho, também, a nostalgia e saudade, tal como parece antever o final de um ciclo, mas uma coisa é certa: ficarão até morrer (como tão bem expressa o tema da faixa 3), agora que perenizaram o seu labor e testemunho em registo áudio.

Parabéns, Toada Coimbrã, pelo caminho percorrido e fizeram percorrer aos fãs.

Boa nota pelas notas!

2 comentários:

Anónimo disse...

Alta noite na Sé Velha
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Alta noite na Sé Velha
Ouço guitarras chorar
E jovens que vão cantando
Suas mágoas ao luar

Esvoaçam capas negras
Que surgem de todo o lado
Para em silêncio escutarem
As vozes tristes do fado

Tão tristes pela saudade
Dos anos que já passaram
Que na vida, por tão bela
Bem fundo marcas deixaram

Recordar será viver
Pedaços do meu passado
Fiquei ali a chorar
Ouvindo cantar o fado

1 ab,
FPaulo

Raquel disse...

Muito me orgulho na voz deste meu tio, Rui Lucas e nesta letra, aqui transcrita em comentário, que consta no livro do meu avô, António Dias Lucas.

Qualquer dia(noite) ainda me aventuro no Diligência, quem sabe senão há aqui resquício e voz de família. ;)