quinta-feira, outubro 11, 2012

A Praxe vai nua..........ou quase!






Aquilo que poderia ser um desifle de caloiros como tantos outros, afinal esconde más práticas que saem do que vulgarmente se observa neste tipo de ritos.
Desta feita, a imagem é colhida no FB da Associação Académica da Universidade da Madeira e retrata algo que apenas se pode condenar e lamentar.
Decoro e respeito é o mínimo que se pode exigir. Por que razão não há pudor em fazer desfilar rapazes em roupa interior, mas as raparigas não?
É menos aceitável ser um rapaz em boxers do que uma rapariga em cuecas e soutien?

Deplorável que para celebrar esta fase tão singular da vida universitária, o primeiro ano, seja preciso recorrer a este tipo de expediente.
A alegria e a festa não podem justificar tudo. E não me venham com o chavão costumeiro do "qual é o mal?" (tão próprio de certos meios desta geração que não sabe, nem tem, limites, nem parece, muitas vezes, ter discernimento para perceber que os há e quais são - mas a culpa é também dos pais).

Isto não é Praxe, nem praxes, nem coisa que o valha!
É parvoíce, falta de bom-senso e dignidade de quem organiza e, naturalmente, falta de dois dedos de testa de quem se submete e aceita apresentar-se em tais (des)preparos.

É razão para dizer que a Praxe vai nua, ou quase, e não apenas de roupa.


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Fotos obtidas em: http://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151299485759954.528723.141312444953&type=3

5 comentários:

João Pedro Borges disse...

1º só se submete quem quer..
2º alguns desse mesmo curso foram de fato de banho/roupa
3º podem não ser boxers, podem ser fatos de banho, já Q vão para dentro de agua, mais vale..
4º e o Q é deplorável é falar de respeito e publicar fotos, que de acordo com o seu texto, têm falta de bom-senso e dignidade, sem consentimento das pessoas presentes... isso sim, é mau, e por muita razão Q TIVESSE perdia-a toda!

Anónimo disse...

E se eu lhe disse, com todo o respeito, que o andar de "boxers" foi opção dos praxados? isto é, nós escolhemos ir assim. Porquê? Porque futuramente seremos homens de trabalho, negocios talvez (se muitos de nós não o somos já). Assim tentamos aproveitar os ultimos momentos de diversão que temos. É errado? Talvez. Mas pelo menos, não fizemos mal a ninguêm. ass. comeumaalheira

Anónimo disse...

É assim que se tornam desconhecidos os melhores amigos durante o resto da vida, é a praxe que une gente nova a começar a vida
ninguém foi obrigado a participar

J.Pierre Silva disse...

Caro João Pedro Borges,

À Praxe só adere quem quer, de facto, mas nem tudo é Praxe e nem tudo são praxes.
A Praxe não se compadece com a falta de decoro. E não, não são fatos de banho. Não me queira atirar arreia para os olhos, a mim e/ou aos leitores.
O seu ponto 4º é ilustrativo do seu modo de pensar em “zoom in”.
Com que então o problema não está no “crime”, mas em quem o fotografou e, mais ainda, publicou?
As imagens são do domínio público, tiradas num espaço público (via pública)e retiradas do Facebook oficial da Associação Académica da Uma, responsável pelas mesmas e pela sua divulgação urbi et orbi.
Há falta de bom senso e dignidade, de facto, em se colocarem nesses preparos, que nada têm a ver com Praxe ou praxes, por mais divertido que possa ter achado o desfile.


Caro(s) Anónimo(s) , muito provavelmente é a mesma pessoa que escreveu os 3 posts acima, pelo que assim responderei, pedindo desculpa se, acaso, forem pessoas distintas.

Não tenho já idade para acreditar no Pai Natal. Brinque com a arreia que quiser, não pense é que me cega ao pretender atirar-me para os olhos que aqueles preparos que as imagens ilustram são uma forma de protesto.
Onde estão os cartazes e as palavras de ordem? Mostre-me fotos que inequivocamente demonstrem que nesse desfile havia uma componente de manifestação de insatisfação. Em todas as que estão publicadas no FB da AA da Uma, em nenhuma isso sucede.
E mais: mesmo que fosse (e não é), desde quando a Praxe se compadece com manifestações de teor político, transformando latas e praxes em pseudo-movimentos de contestação?
Que os estudantes têm direito à contestação e a manifestarem-se, pois claro que sim, que também fiz o mesmo no meu tempo, mas não é isso que aconteceu nesse desfile de caloiros (quer pelo que as imagens mostram quer porque confirmei isso mesmo com que esteve presente).

(continua)

J.Pierre Silva disse...

(cont.)

Muito estranho que, no 2º post, o “Anónimo” venha dizer que foi opção dos praxados (caloiros). Então os caloiros lembraram-se, à revelia dos seus doutores, de assim se apresentarem, aproveitando as praxes, para se manifestarem contra o estado em que o país se encontra?
Passa pela cabeça de alguém que todos os caloiros se tenham juntado (eles que nem se conhecem) numa qualquer assembleia de caloiros e deliberado irem de boxers? Com que propósito?
E que assim fosse, desde quando, em Praxe, os caloiros decidem sem consentimento dos doutores e veteranos? Alguém no seu perfeito juízo, com sentido cívico e respeito pela própria imagem do estudante universitário, permitiria isso aos caloiros?
E a manifestação era só para caloiros? O dito “estado do país” só a eles preocupava porque os doutores, esses, iam felizes da vida a divertirem-se de cerveja na mão?

Não nasci ontem, “caro anónimo”.

Pois é, caro “Comeumaalheira “,o seu argumento do “carpe diem”, onde há que fazer tudo o que nos dá na real gana, porque depois se entra no mercado de trabalho e já não há espaço para brincadeiras, é falacioso e de quem ainda é muito verde.
É preciso andar em roupa interior para o divertimento ter mais valor e profundidade?
Isso é Praxe, desde quando? Encontre-me um precedente histórico!
Fala em aproveitar os, e passo a citar, “os últimos momentos de diversão que temos”, mas isso é um pouco incoerente, para quem é caloiro e ainda tem um curso inteiro pela frente. Não estamos sequer a falar de um grupo de finalistas a “queimar os últimos cartuchos” – que nem esses se submetem a tais preparos nem se prestam, em Praxe, a tal figura.

Antes de você, milhares, ao longo de gerações, foram caloiros e se divertiram, e não precisaram de se despir e desfilar em roupa interior para marcarem posição, manifestarem ou dar largas à sua alegria.
Faz lembrar os miúdos que, coitados, acham que só bebendo muito é que é, que só estando bem bebido é que é possível divertirem-se.
A idade, ser caloiro e não pagar impostos não desculpam ou justificam tudo. Educação e civismo exigem-se a todos. Quem diz estar no Ensino Superior, deve, pelo menos, ter uma conduta digna da designação “superior” ao invés de apresenta ruma conduto que não é sequer de irreverência, porque ser irreverente não é sinónimo de falta de civismo.

Isto leva-nos a uma questão essencial e que é o cerne dos problemas que se registam: a ignorância sobre o que é Praxe, de facto.
E não, não é assim que se fazem os melhores amigos da vida. As praxes não são nenhum exclusivo para conseguir amizades duradouras, nem a única forma de se estabelecerem laços ou haver integração. É de uma enorme parvoíce e presunção afirmar tal.

Na percebo por que razão tanta tónica no argumento “ninguém foi obrigado”. Qualquer patetice que se faça de livre vontade deixa de ser patetice? Isenta as pessoas de assumirem as suas responsabilidades? Transforma o erro em virtude?

Sugiro uma 1ª leitura deste artigo e, depois, uma visita aos elencados na coluna do lado esquerdo deste blogue.

http://notasemelodias.blogspot.pt/2008/09/notas-sobre-praxes-e-praxe.html

Cumprimentos.