domingo, maio 25, 2014

Notas da queima da Tradição na ESHTE


O N&M não podia deixar de mencionar o que se passa pelos lados da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, quando soube aquilo que por lá se faz no que respeita à “Queima das Fitas”.

 


Com efeito, chegou à redacção do N&M que os finalistas da referida instituição queimavam fitas.


A Comissão de Finalistas da ESHTE, questionada sobre o assunto confirmou, de facto, que os finalistas queimavam fitas, não especificando de que fitas se tratavam (mas sabemos que são mesmo fitas de finalista, a julgar por fotos consultadas no site da AE) e escusando-se a fornecer quaisquer explicações adicionais, quando tal lhe foi educadamente pedido.
 
 
 
O que mais se lamenta nisto tudo é percebermos o grau de ignorância e desrespeito que reina entre os praxistas (especialmente nos responsáveis da Praxe) daquela instituição, no que toca à Tradição.
Estamos literalmente perante um claro desvirtuar das coisas, confundido a beira da estrada com a estrada da Beira.
 
Chega a ser insultuosa a forma como a Tradição é incautamente delapidada e transformada em algo sem nexo e que julgamos inadmissível em estudantes do ensino superior que, alegadamente, seguem e vivem a Praxe ou a Tradição.
Saberão, por acaso, em que consiste a Queima das Fitas e o porquê dessa designação?
Saberão da história e significado de tal evento?
Obviamente que não, muito pelo contrário, o que consequentemente leva a verdadeiras tonterias.
 
Não deixamos, contudo, de fornecer algumas dicas:

Queima das Fitas (in CM de Coimbra): http://www.cm-coimbra.pt/ficheiros/900_turismo/Queima_das_Fitas.pdf
 
 
 
 
 
Como todos sabemos, as fitas que se queimam não são as fitas, mas o grelo. Os finalistas não queimam quaisquer fitas.
Nos primórdios chegaram-se, de facto, a queimar as fitas que prendiam a pasta e que dariam origem ao grelo. Essas fitas eram as das pastas dos quartanistas e não dos finalistas, de facto.
 
As fitas associadas aos finalistas, que estes levam à Bênção das Pastas decorrem das fitas usadas nas pastas de luxo e não consta que finalistas queimassem quaisquer fitas.
Mas também estamos certos que se perguntarmos a alguém da ESHTE da origem e significado do penico, também não saberão responder, ignorando que foi nele que se passaram a queimar as fitas (grelos), quando já não se fazia num buraco feito no chão.
 


 
Bem gostaríamos que alguém da ESHTE explicasse devidamente em que se suportam para justificar que finalistas queimem fitas, mas parece que preferem o velho lema estadonovista do “orgulhosamente sós”, recusando tudo quanto não seja ditado pela sua auto-suficiente ignorância e presunçosa arrogância (mesmo depois de por várias vezes alertados).
Infelizmente algo que não é de agora, já que por diversas vezes recebemos a mesma atitude autista, sempre que fizemos reparo e sempre disponibilizámos e partilhámos links sobre artigos de relevo ou que nos disponibilizámos para ajudar.
 
 
 
A queima da fita na ESHTE, em 2010
Foto obtida no FB da respectiva AE
https://fbcdn-sphotos-b-a.akamaihd.net/hphotos-ak-frc3/t1.0-9/27762_131019496913057_5903610_n.jpg
 
 
 
Não sabemos quem impinge tais práticas, conceitos e estórias da treta aos alunos e finalistas da ESHTE, mas não pode ser alguém sério, e muito menos alguém minimamente entendido em Tradição Académica.
 
Na ESTHE, ao que parece, a época de fogos já abriu há muito, sendo a dita “Queima das Fitas” uma celebração de pirómanos que se alegram em ver arder a Tradição.
E já para não falar no circo costumeiro de fitas e pastas totalmente despropositados - assunto que ainda há poucos dias voltámos a abordar (ver AQUI).
 

Mas não é admiração alguma, afinal, a ESHTE é já bem conhecida pelos invencionismos  a que chama "Praxe", sem respeito algum pela Tradição:


Quem quiser seguir o debate que ocorreu em torno desta sucessão de erros e tonterias pegadas ilustradas na imagem acima (entre as quais a promoção do crime, como é ocaso do roubo de pins), poderá fazé-lo via FB: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=494612653983626&set=o.353718228089868&type=3&theater
 
É triste.
 
 
Para evitar duplicações, apenas alertar que o assunto está em debate no grupo FB "Tradições Académicas&Praxe", cujo o link encontram no canto superiro direito do blogue.
 

9 comentários:

Anónimo disse...

Porquê que não cria um curso chamado "praxe e tradição"? Poderia pertencer a Bolonha e ter mestrado integrado... Talvez assim deixasse de ter que chamar asnos a toda a gente que não segue as mesmas regras que a tradição.

Gostaria também de dizer que me considero ateu. Vai-me cruxificar por isso? Chamar asno ou ignorante por isso? Também é tradição as touradas, e é correcto matar animais para puro prazer do ser humano? Também é tradição em algumas culturas de àfrica violar todas as meninas que atinjam uma certa idade. Estará isso também correcto?

Se a minha faculdade decidiu festejar a queima das fitas dos finalistas desta forma, devo eu virar costas aos meus amigos, à tradição da MINHA faculdade, começar uma guerra e acabar sem a recordação de todos os meus amigos, na minha pasta? Não ir à cerimónia da benção, que a seu ver é como se fosse pagã?

Não meu senhor. Valores mais altos se alevantam, e a sociedade evolui. Neste momento, deveriamos de estar mais preocupados em sermos bons para nós e para o próximo, do que estar a tentar constantemente destruir quem não segue os mesmos ideais que nós. Isso é maldade. É não ter mais o que fazer na sua vida, e portanto viver do mal que acontece aos outros, ou do bem.
No meu entender, chamaria a tal coisa, no minimo, preversa, mas as ações são para quem as fazem, e a consciência também é de cada um...

UED disse...

Boa noite, à cerca de dois anos que conheci este blog assim como o Praxe Porto. Visitava regularmente, para me informar e aprender mais sobre tradição académicas, como qualquer estudante o devia fazer. A essência das coisas e as deturpações que muitos dela fizeram. Tudo isto dos olhos de um estudante curioso que entrou recentemente no mundo universitário e nele encontrou sentimentos nesta vida de estudante em Serenatas, praxes, festivais de Tunas. Acompanhava atentamente as acusações e denúncias da corrupção moral do MCV.
Contudo desde à um tempo para trás não posso deixar de notar uma certa arrogância no que toca ao abordar as tradições de casas especificas. Parece que estas comunidades estão a tentar controlar e ser donos da tradição académica através de análises estáticas à história da tradição académica e pouca flexibilidade no que toca a compreender o sentido do estado atual da Academia.
Não vejo diferença entre insultar a tradição de um casa como aqui foi feito e o que o MCV que tanto criticam faz.
Estas comunidades estão a perder a razão e os seguidores.
Deixo aqui uma mensagem de apoio aos colegas da ESHTE, para que nunca abdiquem das vossas tradições e as valorizam e nunca caiam na falácia em sentiram que algo do que praticam é errado. A tradição evolui, adapta-se, cresce por vezes em linhas dissonantes tal como uma raiz.
Senão assim fosse a praxe seria restrita a Coimbra e já teria sido proibida constitucionalmente pelo uso da palmatória. Quando os escritores procuram iluminar com a história das tradições e o classificar práticas como certos ou errado apenas transmitem uma visão de praxe redutora do mundo académico. O meu conselho seria apreciar a identidade. As tradições não são ativo de ninguém. São doces frutos que mudam de cor, devíamos ensinar a apreciá-lo.
Saudações verdadeiramente académicas,
Um Estudante Decepcionado.

WB disse...

Caro anónimo,

E porque não decide o meu amigo sabe rum pouco mais das coisas?
Talvez não se sentisse tão asno ou agisse como um.

Não vejo em que é que ser ateu tem a ver com o assunto, e muito menos os exemplos que dá de touradas e afins.

E não, meu caro, não foi a sua faculdade que decidiu festejar assim, foram alguns praxistas que assim inventaram.
Também não vejo em que deva virar as costas aos seus amigos. O seu discurso é, no mínimo, incoerente.
E onde é que acabaria sem recordação dos seus amigos na pasta? Não percebi de todo. Está a falar do nº de fitas secundum praxis?
Coitado, que só você e alguns é que têm amigos para assinar fitas, todos os outros que durante décadas os tiveram, foram uns infelizes, só porque a Praxe determina 8 apenas. Pois é, Dura Praxis Sed Praxis.
E alguma vez sequer leu que eu afirmasse que não se devia ir á cerimónia de bênção das pastas? Mas você é cego, mal-intencionado ou é mesmo asno?
E onde é que leu que eu afirmasse que a cerimónia era pagã?
Acaso leu no blog os artigos dedicados à origem da Bênção das Pastas?

A sociedade evolui, é uma verdade de La Palisse, meu caro.
Mas isso é o chavão que usa para justificar o desrespeito pela Tradição?

Deixo-o com isto:

“Queres tradição ou evolução? Se queres evoluir tens ao menos de conhecer a tradição, porque senão não evoluis: inventas.
Se deitamos fora tudo o que está para trás, estamos a começar uma coisa nova, não a evoluir.
Já era tempo de [alguns/muitos] assumirem que se estão a borrifar para a tradição académica, não?
A tradição dá muito jeito quando está de acordo com a minha vontade. Mas quando não está já não presta e é preciso evoluir?
Que rica coerência... Dura Praxis, Sed Praxis - a Praxe é exigente, mas é para se cumprir. Mais nada.
E é-o tanto para o que me dá jeito como para o que me desagrada.
Não chamem "praxe" ao que fazem se o que fazem não se apoia na tradição. Não conhecem a tradição que dizem defender e - pior do que tudo - desprezam-na, e acham-na "incómoda" quando a mesma não apoia ou suporta os disparates que andam por aí a fazer e dizer.
É Dura, sim senhor, mas é dura para todos”

WB disse...

Caro UED, insulto é o que algumas casas fazem e depois têm a distinta lata de chamar Praxe ou Tradição, como que atirando arreia aos olhos das pessoas, escudando-se no lugar-comum de “as nossas tradições”, o “porque sim” ou o “é lá connosco”.
Não temos, meu caro, de aturar pessoas arrivistas que pretendem passar-nos atestados de cegueira e menoridade.
Lamentavelmente, quando não têm como contestar o conteúdo, atacam a forma. Aliás é sempre mais fácil atacar o carteiro do que o conteúdo da carta, mas é estratégia que usam os que não tem nada mais para usar.
Denunciamos sempre que vemos verdadeiros atentados à Tradição, e mais veementemente ainda, depois de se repetirem, apesar de vários contactos, alertas e de se oferecer colaboração e ajuda.
Não se trata de criticar a diversidade ou adaptações, estamos a falar de verdadeiros atentados.

Você diz-se solidário com os colegas da ESHTE, precisamente os que, no seu código de praxe, promovem o crime, ao dizerem, preto no branco, que os pins são ou oferecidos ou TÊM DE SER ROUBADAOS!!! Sabia disso, ou também é daqueles que não lê tudo de fio a pavio e ajuíza as coisas pelos títulos e subtítulos dos artigos?
É que quando criticamos, estamos na posse de dados que você, certamente, não dispõe.
Por isso muito me diz quando apoia uma casa onde proíbem caloiros de trajar ou de usar relógio de pulso, sem qualquer justificação ou suporte histórico, sem nexo algum que não seja o “apeteceu-nos” ou o “achamos que sim”; que proíbe os estudantes de lavarem a capa ou concebe como castigos poder retirar o traje aos alunos (começando pela gravata).
Muito me conta, caro UED. Até eu fico decepcionado.

E já que você enche a boca com a palavra Tradição, saiba que:

“Tradição é um processo de continuidade e de rupturas.
Assim, ela pode ser prefigurada como uma árvore:
A árvore muda de folhas, à medida que vão caindo (e até de cor, à medida que se aproxima a altura de caírem), mas, no ano seguinte, dará sempre o mesmo tipo de folhas, fruto do tipo de árvore que é.
Dará sempre o mesmo tipo de frutos, porque uma laranjeira não é suposto dar bananas.
Perderá galhos e ramos, logo substituídos por outros, que crescem na continuidade de outros mais antigos, eles próprios provenientes do tronco.
A árvore irá, pois, mudando de forma, em razão da sua copa e folhagem, mas será sempre um castanheiro, uma laranjeira ou um cedro.
Assim, a Tradição, para o ser, pode até mudar de folhas e de ramos, mas nunca de raiz e tronco.
O problema é quando alguns a querem podar e, “inadvertidamente”, cortam o tronco para enxertar nele outra coisa qualquer, pondo um limoeiro a dar bolotas e pretendendo que continua a ser um limoeiro e que os frutos (bolotas) sabem a citrino, pelo que é o mesmo ou equivalente.”

Também a sua noção de Praxe me parece errónea, meu caro, pois parece esquecer que tudo quanto agora se pratica no país tem uma base, base essa que sendo deturpada perde a sua legitimidade. Quando se copia, respeita-se a essência, ao invés de pretender que uma bananeira passou a dar morangos.
Uma nota, apenas: E não, não teria a Praxe sido abolida em razão da palmatória, quando a mesma era precisamente permitida nas escolas de instrução pública, tal como os castigos corporais.
Queimar fitas de finalista não tem nexo algum. Qual a base de tal? Nenhuma e nem mesmo os próprios foram capazes de o justificar. Tradições não se fazem e inventam. Isso são meros artificialismos. E, já agora, leia o que escrevi ao anónimo que o antecedeu nos comentários, sobre “Tradição e Evolução”.
Queira reler o final do artigo e, se tem FB, acompanhar com ponderação e verdadeira honestidade intelectual os mais de 100 comentários que constituíram o debate.
Sabe, meu caro, você confunde muito as coisas. Esquecendo que "As pessoas estão tão acostumadas a ouvir mentiras, que sinceridade demais choca e faz com que você pareça arrogante". (Jô Soares)

Marisa L disse...

Eu nem queria acreditar. Finalistas a queimarem fitas? Onde foram buscar isso? Não conheço nenhum sítio em Portugal onde façam. Mas muito pior foi quando fui ver o resto e fiquei deveras chocada com o que li de dizerem que os pins ou eram oferecidos ou ROUBADOS. Como é que se respeita a praxe duma faculdade e as pessoas dela que tem todas estas atitudes?
Isso não é de respeitar mas de condenar porque é uma vergonha.
Parabéns aos escritores do blogue que defende a verdade e denuncia quem ataca a nossa querida tradição.

Marisa Lopes

Marisa L disse...

Eu nem queria acreditar. Finalistas a queimarem fitas? Onde foram buscar isso? Não conheço nenhum sítio em Portugal onde façam. Mas muito pior foi quando fui ver o resto e fiquei deveras chocada com o que li de dizerem que os pins ou eram oferecidos ou ROUBADOS. Como é que se respeita a praxe duma faculdade e as pessoas dela que tem todas estas atitudes?
Isso não é de respeitar mas de condenar porque é uma vergonha.
Parabéns aos escritores do blogue que defende a verdade e denuncia quem ataca a nossa querida tradição.

Marisa Lopes

Anónimo disse...

Numa academia a sério esta gente era toda rapada.
Onde já se viu queimarem fitas de finalista ou roubarem pins? Anda tudo maluco nessas bandas?

Anónimo disse...

Grande amigo,

Não vale a pena gastares o teu latim para esta gente. Ensaboar cabeça a burros é gastar tempo e sabão.

Aquele abraço.

JF

Anónimo disse...

Praxe no Estoril?
É como pedir praia e mar em Bragança!