quinta-feira, junho 27, 2019

Relógios de Bolso não são de Praxe!

Lá se vai o tapete e lá se vai o artigo de alguns códigos da treta onde se determina que só o relógio de bolso é permitido.
 
Olhando à letra da tradição e do regulamento disciplinar que está na base das regras praxísticas quanto ao uso correcto do traje académico, quanto á sua etiqueta (Praxe), o que está clarinho como água é que o uso de relógio de bolso era considerado adereço, adorno incompatível com o uso do uniforme académico.
A par disso o uso de certas cores que alguns estudantes, em tom provocatório e desafiador usaram nas primeiras décadas de 1830, quando esperavam uma laicização da Universidade que abolisse o traje.
Com efeito o uso de certos adereços, como relógio de bolso era precisamente usado, por alguns (alunos com mais posses) como forma de desafiar a autoridade, já que não era costumeiro o seu uso.



Tal ajuda a explicar por que razão existem tão poucos documentos fotográficos com estudantes a usarem relógios de bolso ou se não encontrem referências significativas a esse uso em documentos da época. Com efeito, o uso de relógios de bolso, sendo proibido, foi residual, mesmo nas décadas seguintes.
 
Assim, historicamente, os relógios de bolso não são de Praxe.
Os tempos, contudo, avançam e o que hoje podemos dizer é que seja de bolso ou de pulso, ambos são legítimos.
 
E fica a nota adicional sobre a limpeza do traje, reforçando o que qualquer pessoa inteligente percebe: é para andar limpo e a capa lava-se, quando está suja, assim como o restante traje.

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