sábado, maio 12, 2012

Notas ao Magnum e Serenata do Porto

Para os verdadeiros Académicos, os Tunos, os Praxistas, os estudantes, que não apenas do Porto.

Leiam com tempo e paciência. É longo, mas de sobremaneira importante pela gravidade e pela necessidade de informar e formar.



I PARTE


Começar por dizer que tem sido, nestes últimos dias, um corrupio em torno deste lamentável incidente, o qual, contudo, veio apenas confirmar o que toda e qualquer pessoa de bem e com dois dedos de testa sabe: é o “Magnum do Porto” (o dito "Conselho de Veteranos" - que é mais um grupo geriátrico de ressabiados, isso sim) um organismo que parasita a Praxe e é liderado por uma pessoa que me escuso adjetivar para não cair no insulto grosseiro.


O video que se segue retrata a ponta o icebergue:


O que se passou, de facto? Bem, apesar do que, precipitadamente, e sem ouvir as partes, referiu a publicação "Porto24" (publicação que, mais tarde, então sim, trouxe a lume a outra versão), o que sucedeu, segundo as fontes consultadas, e que assistiram in loco, foi o seguinte:

 a) O Grupo de Fados do OUP (instituição que celebra no corrente ano o seu centenário e à qual se deve a manutenção das tradições académicas no Porto, nomeadamente a Serenata), foi, como é costume, convidado para a Serenata.
b) Houve uma reunião, com presença dos grupos envolvidos, da FAP (organizadora da Queima) e do Dux e alguns elementos do "Magnum". Tudo ficou acertado, sem problemas.
c) Ficou acordado que o Grupo de Fados do OUP, o qual estava no ano do seu Centenário, levaria mais elementos do que o costume, num total de 19 pessoas, pertencentes a várias gerações do grupo - algo que todos acharam boa ideia - por ser este ano o dos 100 anos do Orfeão.

Apesar disso, alguns elementos do “Magnum” (devido a questões antigas, algumas pessoais, nomeadamente o facto de OUP não se vergar ao Conselho de Veteranos), queriam que o grupo do OUP não fosse a palco com essa gente toda ou nem fosse sequer.

O Dux, numa atitude surpreendente (pois foi caloiro "expulso" do OUP), tomando a defesa daquilo que ele considera “carinhosamente”, ainda o assim, “o seu Orfeão” afirmou que não, que o grupo de fados do OUP ia (como tinha de ir, forçosamente) e que era ele que mandava. Tudo isto se passou à frente da própria esposa do Dux (antiga orfeonista) que ali estava também.

 Como tradicionalmente acontece, o OUP cedeu os estrados onde os fitados convidados assistem à serenata, em cima do palco, em representação das diferentes faculdades.

 No dia da Serenata, estava agendado um check-sound da parte da tarde. O grupo de fados do OUP compareceu, tendo-lhe sido dito que afinal não se realizaria e que comparecesse ao fim do jantar.
Tudo decorreu com normalidade, até à hora em que o Grupo do OUP (que não era composto só de estudantes, mas de muitos antigos estudantes) se apresentar, como combinado, para entrar, tendo chegado ao local por volta das 23:30. Dirigiu-se ao palco para fazer a calibração de som, sem que tivesse havido qualquer impedimento. Cerca de 5 minutos depois, um elemento da organização pediu com todo o polimento que saíssem a fim de se fazer um controlo de entradas – pretensão razoável, face ao exagero de “acompanhantes” que se verificou em anos anteriores.


 O grupo assim fez, tendo-se dirigido para uma “zona de aquecimento” na parte de trás da Cadeia da Relação. Ao regressar à zona do palco (cerca das 23:45), foi então barrado pelo Dux do ISEP (mais uma vez o nome dessa instituição metido onde há distúrbios - e começa-se a perceber porquê, tudo por causa de uns quantos que denigrem os demais) que os não quis deixar passar, alegando que só poderiam entrar 10 elementos.

 Tendo reunido, decidem os elementos mais antigos do Grupo de Fados do OUP não actuar, pois o OUP, a Queima e a Praxe são para os actuais estudantes.
Os elementos do Grupo de Fados protestaram, dizendo que não fora isso o combinado com o Dux Veteranorum e a FAP, sem resultado. Entraram em contacto directo com o Dux Veteranorum, tendo o mesmo solicitado que passassem o telemóvel ao Dux do ISEP.
Este recusou, alegando que “Não tenho nada que falar com o [Dux Veteranorum] por telemóvel”. Pediram então para falar com o Coordenador da Serenata e o responsável da FAP, e o mesmo indivíduo continuou a recusar chamar fosse quem fosse. Continuaram as tentativas de o chamar à  razão, sem sucesso.

 Declara então que afinal só poderiam entrar 5 elementos: já não 10 nem os 19 acordados.

Está bem de ver o ridículo e a má fé e uma "vingança pessoal", abusando de um poder que não tinha sequer.
A ideia era fazer arrastar a questão com o objectivo de atrasar a entrada do OUP o mais possível, para dar pretexto a que se mandasse um outro grupo abrir a serenata, colocando a culpa na “intransigência” do OUP – eventualmente fazendo-os desistir, vencendo pelo desgaste.

 Lamentavelmente, houve um outro grupo que se prestou ao papel: o de Medicina.


 ATENÇÃO: Tradicionalmente, cabe ao Grupo de Fados do OUP abrir a Serenata, por ser o mais antigo.


Porque eram assim injustificadamente impedidos, e já fartos daquela palhaçada, passava pouco da meia noite (dá para ver pela hora do vídeo), deram voz à sua indignação os orfeonistas (e antigos orfeonistas) cantando a "Samaritana", ali mesmo onde estavam.
Esta atitude de protesto enfureceu o Dux do ISEP, que investe da forma que se vê no vídeo e empurra diversas vezes um elemento do OUP (segundo 16 do vídeo), que, farto de se ver agredido – apesar de outros elementos do OUP o tentarem dissuadir – mais não fez do que reagir a uma agressão (segundo 20 do vídeo): quem “atirou a primeira pedra” foi o dito cujo veterano da praxe.
O Grupo de Fados do OUP retira-se, então, do local
Pouco depois (por volta das 00:30), e muito convenientemente, chegava o Dux Veteranorum.

O que fica, contudo, para a história, é que, formalmente, a serenata começou já quase às 00:30, sem abertura oficial por parte do grupo que deveria fazê-lo: o do OUP.
MAS PIOR DO QUE ISSO: A SERENATA COMEÇOU SEM QUE HOUVESSE A TRADICIONAL ABERTURA COM A FÓRMULA DA PRAXE: “ In nomine Solenissima Praxis, Serenatae Queimae Fitarum MMXII aberta est.”

A vaidade pessoal, o ódio incontido, a vontade de insultar e humilhar foi mais forte do que a Praxe que dizem defender. Triste.

 Nos estrados cedidos pelo próprio OUP, estiveram todos, menos quem devia.
Note-se que o OUP poderia ter exigido que os estrados que emprestara lhe fossem imediatamente devolvidos., mas não quiseram estragar a festa. Mesmo estando a ser insultados, humilhados e agredidos – também fisicamente.
É uma atitude pequenina? É.
É daquelas atitudes sem impacto mediático, mas que mostram claramente quem respeita a Academia e quem a não respeita.


Vergonhoso.



II PARTE


Na madrugada desta terça-feira, os elementos do OUP, reunidos de emergência, em razão dos incidentes ocorridos, foram importunados pelos dito "Conselho de Veteranos" à porta da sua sede, procurando estes últimos a intimidação e desafiando os elementos reunidos a apresentarem-se na Praça dos Leões para ali serem, pelos vistos, expeditamente julgados e, pasme-se, praxados.
Poderá o Dux Veteranroum alegar que era só para conversar com o Presidente do OUP, mas só um néscio acredita, pois quando queremos conversar, pegamos no telefone e falamos com a pessoa, combinamos um lugar ou vamos ter com ela.....e não mandamos a matilha fechar a rua, fazendo cerco à sede do OUP.

Um clima de ameaça por parte de gentalha que não tem qualquer legitimidade, não existe juridicamente, é claramente anti-praxe na sua forma de agir e estruturar e, contudo, veste a pele de uma qualquer milícia do 3.º mundo, pronta a ajustes de contas à boa maneira de um gangue de meliantes.
Essa trupe de facínoras, composta pelos líderes e dezenas de ultra-radicais (que nem devem saber do que se passa, mas seguem o líder da matilha sem questionar) manteve-se de pedra e cal até bem perto das 5 da manhã.

Só não se percebe por que razão não foi pedida intervenção da PSP. Eram identificados os senhores e acabava-se, logo ali, a brincadeira.

III PARTE


O que espantou, ou não, meio mundo (pelo menos aqueles que andam atentos e/ou não se deixam levar em conversas), foram as declarações do Dux ao "Porto24" (acima linkadas), contradizendo-se, contrariando o que dissera na reunião preparatória (como se pode assim mentir, quando a própria esposa desse senhor estava presente na reunião onde concordara com tudo?) e dando o dito pelo não dito, num claro exercício de perjúrio e de total falta de carácter.

Só que a versão que o "Porto24" tão depressa publicou (sem ouvir as partes - quase parecendo um artigo feito por encomenda) foi logo desmentida nos comentários que a ela se seguiram (às dezenas).
Fica aqui apenas um deles (datado de 7 de Maio e colocado às 22h54), por parte de quem assistiu, que se identifica como "Tiago", e que não era parte envolvida:

"Eu estive a 2 metros do acontecimento.
Vi tudo e ouvi tudo.Facto 1 – A FAP convidou o Grupo de Fados do OUP a abrir, como sempre aconteceu, a Serenata Monumental.
Facto 2 – Às 23h40m o Grupo de Fados foi informado no local que apenas poderiam entrar 10 elementos. 3 semanas antes o Grupo de Fados do OUP havia informado a FAP que iria levar 25 elementos
Facto 3 – O Grupo de Fados do OUP realizou o Sound Check normalmente.
Facto 4 – O Orfeão Universitário do Porto cedeu os estrados à FAP para a realização da Serenata.
Facto 5 – Os elementos do Grupo de Fados do OUP ao dirigirem-se para entrar no acesso ao palco foram informados que em vez dos 10 afinal só poderiam entrar 5 elementos.
Facto 6 – Um elemento do Grupo de Fados do OUP telefonou ao Américo Martins relatando o sucedido. O Américo pediu para passar o telemovel ao Dux do ISEP que barrava a entrada, que recusou dizendo “Eu não falo com o Américo pelo telefone”
Facto 7 – Passado 5 min da meia noite e cumprindo a tradição que criou, o grupo de Fados do OUP juntamente com outros estudantes começaram a cantar a Samaritana o que levou o Dux do ISEP partir para a agressão.
Facto 8 – O Américo quando chegou já esta situação tinha terminado."


Perante tudo isto, claro está que foi grande o burburinho, com amplo eco nas redes sociais e na Net (informar, já agora, segundo se sabe, que o "Magnum" proíbe os seus seguidores de comentarem na Net, porque dizem que a Praxe não se discute aí, como se a Net fosse "anti-praxe", só para verem a tarimba dessa gente que no seu autismo prepotente, nem se submete ao contraditório, pois sabe que seria ridicularizada pela sua falta de competência, saber e argumentos).

Recentemente houve uma discussão acesa no blogue do Praxe-Porto, sobre a Praxe no ESEIG e ficou bem patente os muitos insultos de certos partidários radicais e fundamentalistas (acabando muitos deles por retirarem os posts, depois de terem sido, como se veio a saber, advertidos pelo seu pseudo-organismo de praxe, para não comentarem mais ou retirarem as intervenções,nas quais se cobriam de ridículo, diga-se).

IV PARTE


Em razão do sucedido, o OUP deliberou e expressão tal numa carta aberta que publicou ontem:

CARTA ABERTA DO ORFEÃO UNIVERSITÁRIO DO PORTO

AO MAGNÍFICO REITOR DA UNIVERSIDADE DO PORTO, AOS PRESIDENTES DOS CONSELHOS DIRECTIVOS DAS FACULDADES DA U.PORTO, AOS DIRIGENTES DAS ESTRUTURAS ACADÉMICAS DA UNIVERSIDADE E DA ACADEMIA DO PORTO, AOS FUNCIONÁRIOS, AOS ESTUDANTES A TODA A UNIVERSIDADE DO PORTO E RESTANTE ACADEMIA DA CIDADE


Uma deliberação que vem já com anos de atraso, mas que veio, finalmente.
Resta esperar que possam os prevaricadores, esses tais, porventura frustrados por não terem lugar nas juventudes partidárias, e que só conseguem polir seus egos no meio dos putos (nomeadamente dos mais ingénuos e desinformados), serem devidamente punidos, desde logo lhes retirando todo a autoridade e reconhecimento; ignorando-os, simplesmente.


V PARTE


Decorrente da deliberação do OUP, é publicado o seguinte cartaz, em jeito de comunicado:




É de aplaudir, porque finalmente se bate o pé a um evento que, pasme-se, deve observância ao Dux e ao seu séquito (com direito a subir a palco e tudo, vejam só a lata), quando é um certame de Tunas.
Lá está: quando as pessoas misturam Praxe Tunas........

Bem sabemos do que sucedeu há pouco tempo, com o Magnum a atacar vergonhosamente as Tunas da Portucalense (apenas como consequência de terem exonerado o Dux de lá), declarando-as anti-praxe, e ameaçando todas as demais que aceitassem ou lhe fizessem convites do mesmo ostracismo.
Obviamente que grupos houve que despiram a sua condição de Tunas e se venderam, passando a Trupes Musicais da Praxe (claro está, com o ISEP à cabeça).

Desta feita, a TUP e a TFOUP, responderam à altura, não se misturando e deixando claro que o que é de Tuna não é de Praxe.
Mas tarde se seguiram outros grupos do OUP, não participando no Sarau.

Pena, ainda assim, que só agora, e porque lhe pisaram os calos, é que se insurgissem, quando ficaram (como tantas outras) caladas aquando do vil ataque do “magnum” às Tunas da Portucalense.

Quem sabe se com estes exemplos, o mundo tunante não passa a agir e a pôr em campo a devida auto-regulação, a unir-se e a defender a sua comunidade como um todo. O mesmo com os praxistas, os académicos e com os que querem uma Praxe digna.



EPÍLOGO


A resposta adequada a tudo isto seria que todas as demais tunas, Tunas de facto, procedessem do mesmo modo, mas bem sabemos que o palco do FITA é razão suficiente para trocarem a sua idoneidade e venderem a própria alma.

 O mesmo dizer de outros grupos académicos, os quais deveriam rejeitar ter esses ditos "veteranos" como interlocutores e rejeitar-lhes qualquer subserviência.
Cabe aos estudantes e forças vivas da Academia do Porto uma resposta. Será mediante ela, ou falta da mesma, que se verá quem é quem e que tipo de Praxe, de académicos e de carácter dita e define as gentes de capa e batina na Invicta; quem assobia pró lado, quem baixa as calças e quem se decide, de uma vez, a bater o pé e a mudar o estado das coisas.

 O certo é que, como dizia o “Saraiva das Forças”: "Quando a Academia faz m*rd*, limpa o c* à Capa".

Alongo-me, ainda mais, com uma citação de um artigo fabuloso, escrito em 2007, e já nessa altura mostrava precisamente estas ingerências do Conselho de Veteranos, demonstrando a pequenez intelectual, a mediocridade praxística, e falta de chá de uma pandilha que nem o seu lugar sabe ocupar, pensando poder ombrear com o OUP.
O artigo em causa teve que ver com o facto de o Grupo de Fados do OUP não ter sido convidado para a Serenata de Recepção ao Caloiro. A coisa já vem de longe.

"Ora, ou muito me engano, ou há aqui veteranada. Fartos de não terem autoridade, as cabecinhas pensadoras da nossa praxe viraram-se para o autoritarismo. Deu-lhes para porem no mesmo pé de igualdade o OUP e os restantes agrupamentos circum-escolares (se é que têm esse estatuto). E aqui começa o erro fatal:

1 - o OUP é uma instituição mais antiga do que a maioria das faculdades da Universidade do Porto;

2 - o OUP, do alto dos 95 anos de História e de memória viva da Academia - para o bem e para o mal -, não aceita lições de praxe de ninguém, nem precisa de ser chamado às responsabilidades académicas que sempre soube cumprir - quando para isso teve condições;

3- o OUP trajou capa e batina durante o PREC, numa altura em que os pais de alguns dos actuais "Duces Facultis" ainda nem haviam começado a namorar...

4 - o OUP sempre manteve um grupo de fados, dentro da medida das suas possibilidades artístico-etílico-voluntar​iosas e, com isso, criou uma escola e uma continuidade - coisa que nenhuma das outras faculdades da UP (e não só) mantém, sequer; regra geral, esses grupos foram (são) intenções espúrias e sobrevivem para Queimas e afins graças a velhas glórias que só aparecem nessas alturas;

5 - este vosso criado, que tantos ouvidos arranhou com as suas guitarrices, por exemplo [não desfazendo o enorme Zé Costa, o supremo Ruizão, o academíssimo Misha, o incansável Astro, o veteraníssimo Tocas, o esforçadíssimo Tutan, e tantos outros (perdoem-me a não-inclusão no rol) que actualmente militam na Veterana] deixou o OUP e, por consequência, o Grupo de Fados, ainda as cabecinhas (muito "inhas"...) pensadoras não sabiam as primeiras letras;
 (...)
 onde estavam esses "senhores" quando o OUP:
1. reintroduzia a capa e batina no Porto?

2. constituía o acervo da memória da Praxe?
3. cedia as suas instalações e o seu potencial humano na adopção da capa e batina como traje académico nacional em detrimento da velha "loba"?
4. aderia aos lutos académicos de 1914, 1939 e 1969?
5. levava aos quatro cantos do mundo o nome da Academia, ao som dos Amores de Estudante?
6. criava o conceito de Festival de Tunas em Portugal?
7. moldava o rosto da queima com a Romaria Académica?

8. manteve a Praxe viva, contra ventos e marés politiqueiras?
9 . criava o traje feminino?...
10. era agraciado com a Medalha de Ouro de Mérito Artístico da Cidade do Porto?
11. a sua alta conduta cívica e moral lhe valiam a Comenda da Ordem de Benemerência (atente-se bem no significado desta comenda)?
12. o seu papel inigualado na divulgação da cultura portuguesa junto das populações mais isoladas lhe valia a Comenda da Ordem de Instrução Pública (e reflicta-se no significado deste galardão) - quantas ambulâncias foram compradas com o dinheiro angariado pelos espectáculos que o OUP ofereceu? Quantas igrejas recuperadas? Quantas agremiações culturais reestruturadas, reequipadas, "re-sedeadas"?

14. dava dos estudantes do Porto a imagem de generosidade, daqueles que, mais favorecidos pela sorte, partilhavam com irreverência e galhardia o seu tempo, sempre com o mesmo brio, no palácio como na choupana?

Quantas outras instituições de cariz académico desta cidade, e mesmo sem este cariz, pode apresentar algo que sequer se assemelhe? Não certamente o Magnum... Sem desprimor para os outros grupos de fados, que não devem ser responsabilizados por esta fantochada: também eles não podem fazê-lo...

Para tudo resumir: onde estava o Magnum Consilium Veteranorum quando o OUP cumpria SOZINHO as OBRIGAÇÕES DE TODOS?
Espera lá: NÃO estava, pura e simplesmente. E pasme-se: PORQUE NEM SEQUER EXISTIA!...

Isto, se mais não fosse, deveria fazer corar de vergonha os perpetradores da aleivosia.

Como Académico, sinto-me desconsiderado e injustiçado. Como Orfeonista, sinto-me muito acima desta tropa fandanga de veteranos de 3/4 de mês - tanto que a surpresa é maior do que o real valor do insulto.
Pessoalmente, reajo muito mal às injustiças. Não me critiquem por reagir ainda mais a uma injustiça que considero pessoal."

in http://tvpenianos.blogspot.pt/ (artigo de Eduardo Coelho, de 22 Outubro 2007).

Termino deixando o link para 2deliciosos artigos de opinião, precisamente sobre esta questão:

http://asminhasaventurasnatunolandia.blogspot.pt/2012/05/aventura-da-teima-das-pitas.html
e
 http://asminhasaventurasnatunolandia.blogspot.pt/2012/05/aventura-do-fita-requiem.html

40 comentários:

O Gajo que Tem a Mania que Sabe disse...

Apenas um pequeno reparo:
Apesar de tudo, a serenata foi aberta com a formula de praxe.
Eu vinha atrasado em passo rápido, passei inclusive por um grupo do GFOUP frente aos jardins rumo à torre dos clérigos quando ouvi lá o artista dar abertura à serenata. Lembro-me porque na altura isso me deixou confuso (tanto pela hora tardia como pelo grupo que acabara de passar por mim).

De resto, o mais infeliz nisto nem é o ter acontecido... é o facto de isto não me surpreender nem um pouco.

Requiescat in Pace Portus Praxis.

Cumprimentos
Tiago Carvalho (não o "Tiago" testemunha da nota, pois como disse, eu cheguei atrasado)

Anónimo disse...

Isto fica mal para qualquer academia do país... é por estas e por outras que um dia a praxe acaba, é por excessos de poder. a Praxe bem como todos os orgaos afectos à mesma é para unir uma academia, e para permitir a integração dos novos elementos numa academia, mas sem excessos de poder, sem humilhações. Pensem nisso e deixem-se de guerrilhas! Ninguém e mais do que ninguém por ser dux ou veterano... acima de tudo somos pessoas!

Sérgio Lima disse...

Tiago, o que ouviste penso ter sido o fecho. Pois só nos dirigimos (GFAOUP) para os Clérigos perto da 1h30.
Apesar de da parcialidade do post, no fundo tenho de concordar com quase tudo nele escrito, faltando apenas a referência ao Sarau que sofreu o mesmo tratamento do FITA por parte do OUP.

Anónimo disse...

Penso que não vos vale muito a pena andar com estas coisas. Primeiro, porque já ninguem quer saber do OUP, apenas os membros é que insistem e acreditam na grandeza da instituição. Sem a montra que a Praxe lhe permite a OUP irá passar por grandes dificuldades. O mesmo se passa com as tunas e grupos de fados das várias faculdades. Sem a Praxe acabarão por desaparecer. Dou o exemplo da minha casa. Ninguem se mexe lá para ver a tuna aonde quer que seja. nem que façam actuações mesmo em frente à faculdade.

Segundo, a grande maioria das tunas e grupos de fado estão do lado do Magnum, e querem estar do lado do Magnum. considero igualmente que é legitimo essa postura, "primeiro praxista e só depois tuno". E portanto sendo assim, não existe muito a fazer.

Por ultimo, fala-se muito nos velhos do Magnum, da gente que está agarrada ao lugar que ocupa, dos egos, etc... Contudo o que me parece a mim é que o mesmo se passa no seio da OUP. Existem diversas personalidades mais velhas lá dentro que procuram manipular a mente dos que entram. Esta história das tunas e grupos de fados, são velhas desavenças e dessentendidos de há muitos anos atrás. A OUP tambem tem elementos intressados neste debate. Têm uma ideia diferente sobre a postura e forma de estar dos grupos académicos perante a praxe, e têm andando a insistir durante anos na sua visão. Portanto, senhores como o Eduardo Coelho e o WB ( sem ofensa pessoal, são apenas entre os mais discutem o tema), tambem no fundo querem puxar a brasa a sua sardinha. Não serão eles iguais aos senhores do magnum, não serão bastante semelhantes e apenas se encontram do outro lado a barricada.

J.Pierre Silva disse...

Caro anónimo, isso de estar toda a gente do lado do magno revela uma visão em "zoom in".
O OUP, caso não saiba (e não sabe mesmo, pelos vistos) é um organismo centenário, e a instituição mais pretigiada na cidade do Porto. Os seus orgãos, contrariamente a "outros", são eleitos democraticamente e compostos por estudantes.

O WB e o Eduardo Coelho não desempenham funções directivas nem na Praxe nem noutros grupos, nem têm interesses questionáveis neles.
Partilham o seu saber, aconselham, opinam, mas não se substituem a quem de direito: os estudantes.
Não andam em magnums e passear incompetência e com cursos por terminar.



Abraço

Anónimo disse...

"primeiro praxista e só depois tuno" - que grande anormalidade de frase.
Já havia Tunas e Fado antes de magnuns.
O OUP já sobreviveu a lutos académicos. Sobreviverá seguramente a estas questões de menor importância.

Ana Sofia Almeida disse...

Caro Anónimo,
desde já deixe-me lamentar o facto de se intitular "Anónimo", o que à partida lhe retira qualquer razão, pois nem sequer se assume.
É também de lamentar a sua visão pequenina da coisa. Se fossem apenas os Orfeonistas a ficarem indignados, não haviam tantos praxistas a mostrarem a sua repulsa pelos sucedidos (sendo na internet ou não).
Sou praxista, sempre fui. Fui caloira, "doutora", veterana da minha casa e da academia. Sou Orfeonista. Portanto, tenho visto e lidado com a situação tendo em conta os dois lados. Foi uma ofensa o que os pretensos "senhores da academia" fizeram ao OUP, assim como um filho ingrato que maltrata o pai que o criou.
De facto, já foi tarde esta posição do OUP, mas mais vale tarde do que nunca!Será assim tão árdua a tarefa de separar as águas!?!?
Anónimo, tu que falas sem conhecimento de causa, deixa-me instruir-te: não é a primeira vez que o MCV tenta assolar o OUP, tendo-lhe sido explicada a História Centenária do Orfeão Universitário do Porto tantas e tantas vezes. Se mais cego é aquele que não quer ver, mais burro é aquele que não quer aprender. Se o MCV existe, (infelizmente ou não) podem agradecer ao OUP; se a praxe do Porto existe, podem agradecer ao OUP; se o traje feminino existe, podem agradecer ao OUP. Podiam continuar a esmiuçar tudo aquilo que o OUP deu à Universidade do Porto (e sua praxe), mas basta leres o texto acima.
Quanto à FAP, que assuma os seus erros e a sua posição. E, se a organização dos eventos da Queima das Fitas é rotativa, porque não tirar da alçada do MCV a Serenta!!?Para grandes males, grandes remédios! Deixo a sugestão.

Manuel Sousa disse...

Anónimo,

Que no passado tenha havido, de parte a parte, episódios em que ninguém sai sem algum culpa no cartório, pode ter havido, mas há muito tempo que deviam estar resolvidos e por pessoas que já não deviam ter nada a dizer actualmente, porque passou o seu tempo. Ou seja pessoas que não deviam de "cá andar", de estar á frente de cargos.
Mas é bom que se saiba distinguir o que uma pessoa faz a título individual e o que se faz em nome de uma instiuição ou no âmbito da mesma.
Se houve guerras pessoais, não devem envolver as instituições.
Aponte, se for honesto e capaz disso, um só facto em que possa acusar o OUP de não ter sido correcto. Aponte, se tiver coragem, um só facto que possa ser apontado ao OUP como ataque ao MCV.
Pode ter havido orfeonistas a comportarem-se mal? Pode, mas não foi o OUP.
Já o contrário é uma coisa muito fácil de se fazer, sabia?
Explique-me que cabimento tem os caloiro sserem proibidos pelo seu Dux (ou seja com o "amen" do Américo e Conselho de Veteranos) e pelso organismso de praxe afectros ao magnum, de prestar provas no OUP sob pena de sanções?
Isso é Praxe? Desde quando?
Praxar doutores? Proibir licenciados de cartolar?, proibir caloiros de trajar? Caloiros que chumbam na praxe e voltam a ser caloiros? Expulsões da praxe? regime de faltas? Ténis com traje? Cartolados de calças de ganga e t-shirt? Fitados sem traje? Combóios do caloiro que vão fazer merda para Coimbra? Latadas com insultos entre casas? Declarar tunas anti-praxe? Ameaçar tunas e condicionar a sua liberdade e autonomia?
Podia aqui ocupar dezenas de linhas a enumerar a porcaria que o magnum faz, que certas casas fazem, e que sujam a Praxe e as Tradições.
Já do OUP, posso encher parágrafos e parágrafos de feitos, de louvores, distinções, medalhas, prémios, etc., que provam mérito e excelência.
Releia o texto acima e diga-me o que fez o Conselho de Veteranos para sequer merecer respeito.

Manuel Sousa.

Anónimo disse...

Muito se tem dito e escrito sobre este acontecimento lamentável... E, correndo o risco de ferir susceptibilidades, lamentável de parte a parte. Se o dux do ISEP não se comportou da melhor maneira, o mesmo podemos dizer do elemento do OUP que o agrediu primeiro (perdeu toda a razão que pudesse ter tido). Eu sou uma novata nestas andanças... tenho apenas 12 matriculas (todas elas "verdadeiras"), pertenço a uma tuna desde que entrei na faculdade e conheço a realidade praxistica de, pelo menos, 4 casas. A minha escola foi o ISEP (já sei o que vão dizer, que estou a puxar a brasa a minha sardinha) e conheço pessoalmente o dux. Ja tive a oportunidade de lhe passar a minha ideia sobre o acontecido.
Em relação a algumas ideias expostas neste blog, gostaria de dizer que, embora certas na generalidade, estão um pouco inflamadas, na minha opinião:
Sim, houve um julgamento no meu ano de caloira, e em todos os anos seguintes em todas as casas por onde eu passei (curiosamente 3 delas sao IPP) mas em momento algum, um caloiro foi impedido de trajar. O julgamento é apenas mais um acontecimento praxistico, onde caloiros e doutores se divertem e as sanções são apenas simbólicas, quase piadéticas.
Em relação à tradição do OUP, creio que toda a academia está profundamente agradecida por tudo o que eles fizeram por nós mas não podemos ser quadrados (não querendo insultar ninguém, é apenas uma forma de expressão) e pensar que, por termos 100 anos de história, as regras não se aplicam a nós... Foram chamados aos leões pelo Dux Veteranorum? Pois que fossem e resolvessem as coisas com ele... Não lhe reconhecem autoridade??? Não se intitulem um grupo académico...
Dito isto, admiro a atitude do OUP em recusar-se a actuar no FITA, esta atitude já deveria ter sido tomada há mais tempo pois se se consideram "Deuses" para quê descer ao nível da "Populaça" que são os praxistas comuns e com menos de 30 anos?
A instituição pode ter 100 anos, e pode ter feito muito pela nossa praxe (Niguem o nega e todos agradecemos profundamente) mas os elementos não os têm, não fazem parte do rol de pessoas que tanto fizeram por nós e que merecem o nosso respeito e admiração incondicional... Porque é que um miúdo acabado de entrar no OUP tem de ser mais respeitado que os demais? Há que parar, pensar um pouco e não agir em manada só porque a casa tem tradição...
Se formos a ver, o ISEP tem mais de 150 anos... E deve ser a instituição mais "arruaceira" da academia...

Dito isto, quero ainda reiterar a minha reprovação aos acontecimentos da serenata... De AMBAS as partes...

Isabel

Eduardo disse...

Diz um certo "Anónimo" que postou em 15 Maio, 2012 00:53

"Portanto, senhores como o Eduardo Coelho e o WB ( sem ofensa pessoal, são apenas entre os mais discutem o tema), tambem no fundo querem puxar a brasa a sua sardinha."

E que sardinha será essa, se não se importa de explicar?

Que cargo ou em que posição de relevo estive nos últimos 19 anos tanto na praxe como em qualquer tuna?... Se não estive (e não estive), que tenho eu a lucrar? Que estou a tentar segurar? Em que poleiro me estou a tentar manter?

Ora tenha juízo. Não quer ofender, mas o simples facto de comparar a minha postura com a de certa gente é ofensiva.

Nunca inventei "matrículas académicas" para poder continuar a ser fosse o que fosse. As minhas 15 (quinze) matrículas foram mesmo isso - matrículas a sério na secretaria da faculdade.

Não ando há 20 anos a espalhar as mentiras que me convêm, a deturpar uma coisa de cada vez e a dar cabo da praxe com invenções absurdas. O que eu faço é contar histórias e relatar factos que incomodam muita gente - gente que se atreve a dançar sobre a campa dos mortos e que come a cabeça a catraios, que, sem saberem da missa a metade, mamam passivamente tudo o que lhes é dito, porque alguém disse "Isto sempre foi assim". E eu cá estou para dizer: "Isso não foi nada sempre assim".

Claro: quando se obriga um bebé a deixar de mamar e se pede que mastigue comida sólida, o bebé reage, chora, protesta, recusa, faz birra e, mal possa, volta à mama. Bom proveito.

Quer entender que é primeiro praxista e depois tuno? Está no seu direito. Vai por um caminho perigoso, mas faça como entender. E aqui lhe deixo uma série de "primeiro sou":

"Primeiro sou praxista e depois namorado" - e oxalá nunca a sua namorada desagrade ao seu Dux ou ao Magnum... Ou, talvez pior, oxalá nunca agrade...

“Primeiro sou praxista e depois estudante” - comece a responder nos exames só às perguntas de número ímpar...

“Primeiro sou praxista e depois condutor” - comece a conduzir pela esquerda (já que se diz por aí que, em praxe, é tudo com a esquerda) e só ceder prioridade aos elementos do CV da sua faculdade ou do MCV - e comece a perguntar aos outros condutores o que eles são pela praxe, sob palavra de honra.

“Primeiro sou praxista e depois cidadão da República Portuguesa” - declare os deputados anti-praxe, mobilize caloiros para cercar o parlamento e exija ao Presidente da República que vá aos Leões à meia-noite (esta, se calhar, era bem vista). Para esta, pode contar comigo.

“Primeiro sou praxista e depois portista” - como está sob alçada da praxe, no Dragão comece a torcer pelo Benfica (pois é o clube do seu Dux) no meio da claque dos super dragões. Depois explique-lhes que eles pela praxe são bichos e você veterano e que têm de começar a torcer pelo Benfica, e cite-lhes “em praxe não se pensa, obedece-se!”

Portanto, você pode ser praxista e adepto do FCP, praxista e condutor, praxista e namorado, praxista e cidadão, praxista e estudante - e também pode ser praxista e tuno, sem que, por ser praxista, os órgãos de praxe se possam meter na sua vida.

Um jogador de futebol da Académica de Coimbra tem de jogar como der na veneta ao Dux Veteranorum? Essa é boa. E por que não? Porque o futebol não emana da praxe. Houve um grupo de estudantes que resolveu formar uma equipa de futebol à semelhança de outras que já havia por aí. O futebol não passou por isso a ser regulado pela praxe, pois não?

Em 1888 houve um grupo de estudantes que resolveu formar uma tuna à semelhança de outras tunas que já existiam por aí. Os tunos têm de passar agora a obedecer ao Dux Veteranorum? Porquê? Se isso não aconteceu com a equipa de futebol, que não foi nem é um costume exclusivamente universitário, por que razão é diferente com a tuna, que também não foi nem é um costume exclusivamente universitário?

(continua)

Eduardo disse...

(continuação)

E agora, um pequeno teste:

“Complete a frase que se segue, assinalando com uma cruz (X) a opção correcta:

O futebol NÃO emanou da praxe NEM é uma prática exclusivamente universitária, portanto a praxe NÃO tem nada que regular o futebol. As tunas NÃO emanaram da praxe, NEM são uma prática exclusivamente universitária, portanto a praxe...

1. tem de regular as tunas;

1+1. não tem nada que regular as tunas.”

[Até só usei números ímpares (1+1), para não ir contra a praxe...]

Ou então divirta-se a completar o seguinte axioma:

“X não emana de Y; portanto, Y não regulamenta X”

Várias sugestões:

X=basquete; Y=Vaticano
X=cinema; Y=Federação Portuguesa de Columbofilia;
X=tunas; Y=praxe;
X=arame farpado; Y=Associação Portuguesa da Panificação e Produtos Similares.

Aposto que pensa: "Mas aquelas coisas (ser namorado, condutor, etc.) ou já existiam antes da praxe ou não foram criadas pela praxe, e além disso são questões de consciência, por isso a praxe não tem nada que se meter." E pensa bem.

Mas se eu, usufruindo da minha liberdade de consciência, resolver fundar uma tuna, que tem a praxe que ver com isso? Ou só não há liberdade de consciência quando se trata de tunas?

Diga-me uma tuna que tenha sido criada por um conselho de veteranos: será caso raro, se não mesmo único, se é que há algum exemplo.

Explique-me em que medida é que as tunas são uma emanação da praxe. Eu já provei - com documentos - que não são. As provas estão à sua disposição num livro intitulado “Qvid Tvnae? - a Tuna Estudantil em Portugal.”

Ainda ninguém PROVOU que são, com factos, com documentos. O que ouço é muita gente a DIZER QUE SÃO, mas sem nunca alegarem provas documentais.

E eu digo-lhe porquê: porque pura e simplesmente não há tais provas. E não há porque não pode haver. E não pode haver porque as tunas não emanam nem nunca emanaram da praxe.

Se tudo aquilo que você faz quando está trajado cai imediatamente sob alçada da praxe, então quando conduz trajado está sob alçada da praxe, não do código da estrada (conte essa à GNR).

Se faz um exame trajado, então está sob alçada da praxe. Diga ao seu professor que não lhe pode dar negativa porque, segundo a (invenção que lhe venderam de) praxe, os números têm de ser ímpares. Exija cotação total.

Se vai ao parlamento trajado, então está sob alçada da praxe. Exija aos deputados licenciados que declarem as matrículas que tiveram e obedeça só às leis que tiverem sido aprovadas por deputados que tenham tido um número de inscrições superiores às suas e exija aos restantes que votem como você quer. Explique depois ao juiz, se ele tiver mais matrículas do que você. Se tiver menos do que as suas, ponha-o de quatro no tribunal.

Se estiver a namorar trajado, então está sob a alçada da praxe. Ponha a sua namorada à disposição de qualquer indivíduo que tenha mais matrículas do que as suas, ou deixe de namorar com ela, se assim lhe for exigido.

Ou então, pense um bocadinho melhor no que é primeiro e no que é depois.

Ou não pense, se não lhe apetecer.

Sabe que a praxe não é uma ditadura, ao contrário do que lhe devem ter ensinado. E eu prezo demasiado a liberdade. Eu não puxo brasa à minha sardinha: o que não tolero é que haja quem queira roubar as sardinhas todas - as que pescou, as que não pescou e as que vierem a ser pescadas. E há até quem queira decretar que todo o ser vivente que habite as águas do mar é sardinha - porque em praxe não se pensa, obedece-se, certo?

Se me fiz entender, óptimo. Mas confesso que não tenho grandes esperanças. Como se argumenta contra a falta de argumentos?

Cumprimentos,

Eduardo

J.Pierre Silva disse...

Cara Isabel,

Para já, pedia que não deturpasse os factos. Quem começou foi o Dux do ISEP e não o contrário!
Uma coisa é ter 12 matrículas e outra é ter lá estado e visto. Ter matrículas a potes não significa deter a razão!
Aliás, penso que concordará que o nº de matrículas não tem, rigorosamente nada a ver com saber-se de Praxe, de tradições. Tanto que não tem que são precisamente os “veterânicos” (não chamo sequer veteranos) que demonstram maior ignorância, tal a forma como desrespeitam a própria Praxe, a reinventam por medida, e deturpa e moldam ao sabor das suas umbilicais conveniências.
Sucede em Ptrax eo que sucede com Tunas: não são 18, 19, ou 25 anos de actividade que fazem que se perceba do assunto. É preciso estudo, investigação, pesquisa………………….. e isso, desculpe que lhe diga, não encontro em nenhum “veterânico” do MCV, NENHUM!!!! Por isso, sobre “medir matrículas”………….. prefiro a meritocracia que resulta da experiência alicerçada no conhecimento factual. Ainda bem que só encontrou “bons” e “inofensivos” exemplos de praxes. Encontrou muitas e honrosas excepções. Ainda bem. Mas olhe que não é assim.

Quanto ao seu comentário ao OUP, me parece demasiado cínico, desculpe a franqueza.
Ninguém tem de agradecer nada ao OUP ou estar reconhecido. É preciso é respeitar. E isso passa por respeitar a instituição.
O OUP não é um organismo que tenah de se sujeitar a uns badamecos que não são ninguém. Para já porque não se aplica. Desde quando um organismo que não é oficial, sem força jurídica, apenas com 25-30 anos de existência, pode, sequer, ter a estúpida presunção de ter autoridade sobre o OUP?
O OUP não foi ao FITA não por se achar superior, mas pro ter sido vilmente desrespeitado e atacado. Reveja a sua argumentação, pois parece que está propositadamente a esquecer os factos.
Certo. Os actuais orfeonistas não merecem, ainda, vénias. Poderão vir a merecer, como outros. Mas são a cara do OUP, como o foram milhares antes deles. Não são eles que devem ser adulados, venerados ou elevados. Nem nunca ninguém disse tal. É a instituição, essa sim, que merece ser respeitada, e a qual é representada nos seus diversos organismos.
Nenhum miúdo acabado de entra no OUPr deve ser mais respeitado que os que já estão. Mas não o deve ser menos também. E uma coisa é o que somos enquanto indivíduos e outra é o que fazemos e somos no exercício representativo de funções e actividades.
Agora diga-me que obra fantástica tem o MCV, como grupo, que mereça respeito e louvor? E mais ainda: que pessoas deste MCV merecem respeito ou crédito no exercício das suas funções?

(continua)

J.Pierre Silva disse...

(continuação)

Depois, disse uma coisa espantosa: que o OUP devia ter ido aos Leões porque o Dux mandou? Mas tem bem noção do que está a dizer? Um grupo de auto-denominados mandadores da Praxe a intimar um organismo oficial? A claque do FCP também manda a direção do Clube reunir-se com ela, ou não pede audiência para ser recebida? Se não sabe de protocolo, pelo menos de bons modos! Não se intimam pessoas com esperas de madrugada, à força de jagunços trajados e intimidar e barrar ruas! Não quer ser parcial, mas omite deliberadamente os factos!
Quanto aos taos 150/160 anos que o ISEP tem, só mesmo considerando a Escola Industrial (mais tarde instituto), só que, bem vistas as coisas, o que existia antes de 1974 não era Ensino Superior sequer, por isso ISEP só mesmo há 38 anos. Que os seus praxistas são dos mais arruaceiros? Porventura alguns serão, mas não vou ao ponto de dizer, como você diz, que é a instituição mais arruaceira, porque a praxe do ISEP não é nenhuma instituição, nem a representa sequer (pelo menos não se conhece esse formal reconhecimento por parte da direção do Instituto). Tão pouco representa os estudantes, pois para isso está outro organismo, esse sim democrático e juridicamente criado: a associação de estudantes.

Estou plenamente de acordo com condenar-se o que sucedeu na Serenata, mas sem partidarismos apontar que o principal culpado foi o Dux do ISEP e o MCV, na pessoa do Américo (que é quem, para o bem e para o mal, responde pelo grupo e seus subordinados).

E, já agora, leia o(s) comentário(s) do Eduardo (que já foi Dux Facultatis), que se segue ao seu. E dê uma olhada ao blogue Praxe Porto também, nomeadamente aos mais de 150 comentários sobre a celeuma do ESEIG (que também linko no meu artigo).

Cumprimentos.

Eduardo disse...

Pergunta à Isabel:

quando é que o OUP se intitulou "organismo académico"?

O OUP é,por definição estatutária, um organismo circum-escolar e uma unidade orgânica da Reitoria da Universidade do Porto. Só tem de responder perante o Reitor, mais ninguém.

Há gente estúpida em todo o lado. No OUP também. Há quem, tendo entrado hoje no OUP, amanhã aparece a arrotar postas de pescada. Infelizmente, há burros em todo o lado. Nada a fazer...

Isto é como se um jogador, tendo sido contratado para o FCP, diga que foi campeão do mundo. Não foi, como é evidente. Está num clube que foi, mas ele mesmo não foi. Este jogador seria idiota se quisesse que os adversários perdessem o jogo só porque ele é jogador do FCP. Há muito burro, de facto.

Nos 150 anos do Instituto Politécnico do Porto (não confundir com o actual IPP), há alguma possibilidade (embora ligeira) de ter passado por lá algum aluno menos inteligente. Eu sei que as hipóteses são remotas, mas é estatisticamente provável.

Vou falar-lhe completamente a sério, agora: a Academia do Porto tem muito a agradecer ao ISEP. Muito mesmo, pois esteve desde sempre na primeira linha da reimplantação da Praxe. Nem toda a gente reconhece isto - pois não sabe da missa a metade. Parece que hoje em dia se tenta limpar a história e afastar o ISEP para segundo plano, o que é de uma injustiça atroz.

O OUP não é uma casa académica. E não é porque nunca foi, nunca quis ser, nem pretendeu nunca tomar um lugar que não lhe pertence. Não queiram agora fazer dele menos do que é. Se o OUP não admite alunos do ISEP, por exemplo, é porque estatutariamente não o pode fazer. Mas pergunte aos fundadores da tuna do ISEP e do grupo de fados se algum dia o OUP lhes fechou as portas quando lá foram pedir conselhos, ou se, pelo contrário, foram recebidos e acolhidos e ajudados. Faça a mesma pergunta a qualquer outro grupo que tenha pedido a ajuda do OUP.

Disto ninguém se lembra nem quer lembrar. Muitos não se podem lembrar, sequer, porque nem eram "nascidos". Mais uma vez, bebem passivamente tudo o que se lhes diz.

O OUP ajudou a fundar e baptizou tunas e ajudou a fundar grupos de fados. Quantas vezes estiveram elementos de outros grupos (da U.P. e não só) na sede do OUP a assistir aos ensaios, ficando no fim para aprender ou tirar uma dúvida?

É disto que já quase ninguém se lembra. Mas eu lembro-me. Porque eu estava lá. E os que se mantêm nos cargos desde essa altura (eu deixei tudo em 1993, mas estive mais 6 anos na universidade) ou nunca souberam (mas é claro que souberam!), ou se esqueceram ou omitem (mas é claro que omitem!) deliberadamente.

O segundo grupo artístico estudantil mais antigo do Porto é o Coral de Letras. O Reitor pediu o parecer ao OUP sobre se devia ou não deixar. O OUP podia ter dito que não - para ser o único. Mas disse que sim, e até ajudou na formação do mesmo.

Como vê, a história já é longa. E o OUP tem as costas muito largas. Não façam do OUP mais do que ele é: um organismo (o único) circum-escolar da Universidade do Porto. E nunca quis ser mais do que isto.

Estúpidos há em todo o lado. Até mesmo no OUP. Deve ser o único, porque os restantes são metafisicamente imunes à estupidez.

Cumprimentos,

Eduardo

Administração disse...

Meu caro Eduardo,

Já que não estás no facebook (mas que falha!!! fazes lá falta!!!) espero que me perdoes o atrevimento de lá partilhar, com os créditos devidos, estas tuas duas intervenções. De tão completas, esclarecedoras e incisivas que são, seria um crime não o fazer!

um abraço!

Anónimo disse...

Tal como o Tiago disse anteriormente, a serenata foi aberta, sim! Pelo DUX da Lusiada (que transportava a pasta do DUX Veteranorum), porque eu era uma das finalistas representantes da minha casa em cima do palco...portanto assisti e ouvi :)

Anónimo disse...

As Tunas não são praxe???? Desta é que me ri... Então digam-me porque é que os caloiros de Tuna são rapados para passarem a Tunos, porque é que às três e quatro da manhã andam a encher dentro de lagos.


Tenham vergonha na cara! Na Academia quem manda é o Dux Veteranorum

RenCardoso disse...

off topic, deixo aqui esta nota relativamente ao ISEP (porque nos devemos documentar e informar antes de afirmar seja o que for) facilmente obtida na internet no site www.wikipedia.pt cuja informação que nela consta pode ser confirmada em documentação patente no museu do ISEP sito nas suas próprias instalações e cujo o horário consta no website oficial.

"O ISEP tem como raiz a «Escola Industrial do Porto», criada no reinado de D. Pedro V pelo ministro Fontes Pereira de Melo a 30 de Dezembro de 1852. Fontes Pereira de Melo estava desagradado com o carácter teórico do ensino de então ministrado pela Academia Polytechnica (origem da actual Universidade do Porto) que segundo intelectuais era incapaz de responder às novas necessidades.
A inauguração oficial da escola ocorreu a 27 de Março de 1854. Poucos dias volvidos, a 1 de Maio, teve início um curso livre experimental em salas da Associação Industrial Portuense, na Rua de S. Roque da Vitória. Os portuenses responderam a este desafio educativo, registando-se no primeiro ano lectivo de 1854-1855 a inscrição de 488 alunos. O ano seguinte decorreu já num «canto modesto do edifício da Academia Polytechnica», que entretanto fora submetido a obras de adaptação.
A Escola Industrial, Academia Polytechnica, o liceu nacional, a Academia Portuense de Belas Artes, o Colégio dos Órfãos e a Biblioteca do Porto passam a funcionar no Paço de Estudos do Porto. Hoje, é o antigo edifício da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. No início da sua criação, a escola recorria à Associação Industrial Portuense quando procurava espaços e equipamentos para ministrar os seus cursos. A Escola Industrial do Porto diplomava Operários de fábricas, Oficiais, Mestres e Directores nas áreas de Mecânica e Química ao nível das soluções técnicas e conceitos de ensino prático e experimental praticado na Europa da época. (..) continua...
Em 1864, durante a expansão do ensino superior industrial em Portugal por João Chrysostomo de Abreu e Sousa, o actual ISEP passa a denominar-se «Instituto Industrial do Porto» (IIP), e principia a formação das elites industriais nortenhas. O ensino teórico era feito no instituto e o prático nas oficinas do Estado, em fábricas particulares ou em serviços públicos.
Durante a visita real de D. Luís I à cidade do Porto em 1881, o ministro do reino Thomaz Ribeiro propõe uma fusão entre as duas escolas de topo do ensino industrial da cidade: O Instituto Industrial do Porto e a Academia Polytéchnica. Ambas as escolas se fundiriam no novo "Instituto Polytéchnico". Esta ideia era pretendida pela Academia Polytéchnica, já que ambas as escolas tinham equipamentos conjuntos, partilhavam "lentes" (professores) e havia vantagens para ambas as escolas quer em equipamentos quer em financiamento. (continua)

RenCardoso disse...

(continuação)

O projecto incluía alguns cursos inovadores como de Químicos Industriais e de Engenheiros de Máquinas. Este convite teve forte oposição por parte do Instituto Industrial, porque a fusão ia contra a natureza e motivo da sua criação, que era precisamente ser uma alternativa ao academismo demasiadamente teorizante e especulativo dessa academia.
O Ministro Emídio Júlio Navarro reforma o Instituto Industrial do Porto, pelo Decreto de 30 de Dezembro de 1886 que estabelece novos cursos nomeadamente o de Comércio. O ano lectivo de 1886-87 inaugura o Instituto Industrial e Comercial do Porto e é marcado pelo aumento considerável de cadeiras, destacando-se o a aparecimento da disciplina de Electrotecnia e a subsequente criação de um laboratório da cadeira na secção industrial da escola.
O Decreto de 3 de Novembro de 1905, assinado por João de Alarcão Velasques Sarmento Osório, instituiu o ensino superior de indústria ao qual se puderam inscrever todos os alunos que ingressaram na escola até ao ano lectivo de 1918-1919. O curso superior habilitava ao título de Engenheiro Industrial e era o corolário natural do percurso seguido pela escola desde os anos oitenta. O Instituto continuava, no entanto, a formar profissionais reconhecidos que concluíam os cursos médios de Máquinas, Artes decorativas, Electrotecnia, Construções civis e obras públicas, Minas, Telégrafos, Artes químicas e Comércio.
Com o fim da monarquia e a chegada da Primeira República e com os problemas da época, os objectivos do instituto e da indústria nacional ficam indefinidos, num país indeciso entre a indústria e a agricultura. Assim em meados do século XX passa a ministrar cursos de nível técnico médio de ensino industrial. Mas continua a ser uma instituição estruturante do ensino industrial, passando a formar agentes técnicos de engenharia para todas as suas áreas clássicas.
Durante o período do Estado Novo a secção industrial autonomiza-se definitivamente, recriando-se assim o Instituto Industrial do Porto cujas instalações se mantêm na Rua do Breiner até 1968. Os cursos do então ensino médio especial eram os de Construção civil e obras públicas, Minas, Máquinas, Electrotecnia, Química laboratorial e Quimicotecnia.
Uma certa indefinição nacional no ensino técnico médio/superior manteve-se até 1974, ano em que passa a ser um instituto autónomo do ensino superior universitário e adopta o nome de «Instituto Superior de Engenharia do Porto». Em 1989, integra-se num novo sistema que renascia, o sistema superior politécnico, no qual é hoje a maior escola. É também das maiores e melhores escolas de engenharia nacionais, tendo mais de 6000 alunos e 500 professores."

Os melhores cumprimentos, Renato Cardoso

Anónimo disse...

Caro WB...
Creio que o meu comentário em relação às minhas matriculas foi mal interpretado... Não foi feito com nenhum tipo de sarcasmo até porque, no ISEP, sempre me ensinaram o que o caríssimo disse... O numero de matrículas nada tem a haver com saber-se de praxe e tradições... O que eu quis dizer é pouco ou nada sabia de praxe, e é com toda a humildade que digo isso.
Assim, apresento as minhas desculpas por nao me ter explicado bem...
Em relação a ter chamado arruaceira a instituição, creio que ficou sub-entendido (até porque isto é um blog sobre praxe) que estava a falar dos seus praxistas (e contra mim falo, que também por lá andei).
Já sobre a praxe da ESEIG, não poderei tecer nenhum comentário na primeira pessoa, visto não conhecer pessoalmente a realidade dessa casa, embora não me surpreenda que tal possa acontecer, infelizmente...
Só mais uma coisa... Eu tambem estava lá... E continuo a condenar tudo o que se passou. Culpados? Não os procuro (a minha opinião pessoal vale o que vale) e deixo isso para os organismos competentes

Caro Eduardo
Realmente estava errada ao chamar ao OUP um "grupo académico"... Desconhecia a sua designação de organismo circum-escolar... Mas sempre me ensinaram que a falar a gente se entende e agradeço o esclarecimento...

Em relação ao facto de o OUP não admitir alunos do ISEP, não tenho nada contra, nem a favor... Se o OUP é uma unidade organica da reitoria da UP não fazia realmente sentido nenhum aceitar elementos de casas que não pertençam a UP...
Tambem nao disse, em momento algum que o OUP se tinha recusado a ajudar os demais grupos ou que queria exclusividade...

Isabel

Anónimo disse...

Que prosa excelente, meu caro Conquistador.

Um abraço da Lusa Atenas.

Capacete (Estudantina)

Eduardo disse...

Cara Isabel:

eu sei que não disseste que OUP não ajudava ou queria ser o único, mas aproveitei a deixa para esclarecer alguns aspectos que nunca são referidos e vão ficando sepultados na aluvião de meias-verdades que se contam por aí.

Caro Renato:

é sempre bom avançar elementos factuais, que recentram as questões. Obrigado (creio que em nome de todos):

Relativamente ao IPP, estava convencido que houvera duas fases: uma primeira, até sensivelmente 1911, altura em que a Universidade do Porto "absorveu" os cursos que lhe interessavam. O segundo momento ter-se-ia iniciado com uma "refundação" por altura dos anos 50.

Pelo visto estava errado. Óptimo. Já deixei de estar!

É mesmo como a Isabel diz: a falar é que a gente se entende.

Abraço!

Eduardo

Eduardo disse...

«Anónimo disse...
As Tunas não são praxe???? Desta é que me ri... Então digam-me porque é que os caloiros de Tuna são rapados para passarem a Tunos, porque é que às três e quatro da manhã andam a encher dentro de lagos.


Tenham vergonha na cara! Na Academia quem manda é o Dux Veteranorum

18 Maio, 2012 14:07»

É isso mesmo. Como é que eu não me apercebi disto antes?

Já me sinto como S. Paulo a caminho de Damasco.

Meu caro Luís, partilha este no facebook, dentro de uma moldura dourada (não sei se lá dá para fazer isso).

E termino com esta estrofe que descobri há pouco:

"Cessem do sábio grego e do troiano
As navegações grande que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram,
Que eu canto o Dux ilustre lusitano
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a antiga musa canta,
Que outro valor mais alto se alevanta."

Anónimo: Os Praxíadas.

Tenho a impressão de que se certa gente fizesse um exame de burrice seria aprovada "summa cum laude"...

Anónimo disse...

Esse "Anónimo" estava a referir-se à Escola Prática de Fuzileiros! Flexões no meio dos lagos às quatro da matina e gajos a serem rapados, só pode.

Afinal, o Dux Veteranorum também manda no Estado-Maior das Forças Armadas - LOL! - Quiçá na NATO!

À superior atenção dos SEALS americanos, da Força Delta e do Comandante de Fort Lauderdale - vocês também são praxe!

Última Hora - Agence France Presse & Reuters International: A tonsura e as flexões foram inventadas pela praxe, que detém o exclusivo.

Há cada bacano neste mundo...

O Gajo que Tem a Mania que Sabe disse...

Ao Anónimo de 18 de Maio às 14:07:

"As Tunas não são praxe???? Desta é que me ri... Então digam-me porque é que os caloiros de Tuna são rapados para passarem a Tunos, porque é que às três e quatro da manhã andam a encher dentro de lagos."

As "praxes", ou testes, ou brincadeira, ou como lhe queiram chamar, das tunas existem sim. Eu próprio passei por muitas. Não estão no entanto englobadas na praxe académica.
No exército, nos bombeiros, e em muitos outros grupos, fazem-se este tipo de brincadeiras aos novatos, e como é óbvio, não são praxe académica.
Com as tunas passa-se o mesmo, e estas não têm que, nas suas actividades, obedecer nem às hierarquias, nem às regras da praxe.
Quando originalmente entrei para uma tuna, tinha 3 matrículas no ensino superior, mas como aprendiz que era, fui "praxado" por caloiros que na faculdade tinham 2 matrículas, e por tunos que na faculdade tinham as mesmas matrículas que eu. Mais ainda, o na altura Dux da minha faculdade, era membro da tuna, mas nem de longe tinha autoridade dentro da mesma pois essa cabia ao magister, e na ausência deste, aos diversos tunos mais antigos (na tuna) que o Dux.
Este tipo de situações (que seriam discrepâncias se as tunas fossem realmente parte da praxe académica) verificam-se em quase todas, senão todas as tunas, inclusive na da sua casa se por acaso for estudante.

J.Pierre Silva disse...

Desculpe caro Anónimo, acabar com a sua romanceada ilusão. Duas coisas tem de saber, pois se ninguém teve a coragem de lho dizer, ou você não teve o entendimento para perceber, cá vai, sem palavras bonitas: O PAI NATAL NÃO EXISTE e TUNAS NÃO SÃO PRAXE!

Quero mesmo acreditar que andou estes anos todos distraído ou que sói agora chegou a este blogue e nem sequer procurou nele algum artigo que falasse precisamente sobre Tunas e Praxe (basta ver no lado esquerdo da frontpage do blogue, mas também aconselho uma visita ao "As Minhas Aventuras na Tunolândia")
Mas olhe, antes que chegue o Natal, tenha o bom-senso de adquirir o "QVID TUNAE? A Tuna Estudantil em Portugal", pois ninguém merece viver no obscurantismo.

Não quero acreditar que mesmo aqueles. como vocé para ser, que deixam que o Dux ou o MCV pense por eles, não tenha, ainda, um resto de inteligência para tentar aplica ra metodologia científica, procurando tirar as coisas a limpo pela verificação (um pouco de estudo, leitura e investigação sérias), como se espera de um estudante do ensino superior.

RenCardoso disse...

Caro Eduardo:

Desde a criação por decreto do ministro Fontes Pereira de Melo a 30 de Dezembro de 1852 que a matriz do hoje chamado ISEP ficou claramente definida e praticamente inalterada com a excepção de recentes alterações de natureza politica ao paradigma educacional implementado nesta instituição.

Penso que é claro que a Universidade do Porto e o actual ISEP tiveram uma origem comum tendo partilhado durante muito tempo instalações (laboratórios oficinas e bibliotecas).

Por vontade do ilustre ministro criou-se a dicotomia no ensino caraterizando-se a partir daí em duas faces distintas e ainda hoje reconhecidas e definidas na Lei de Bases da Educação : "O teórico puro" " e "o absolutamente profissionalizante".

Quando se define o conceito de Ensino Superior em Portugal, no Porto eram estas duas unidades que existiam, tendo a Universidade do Porto assumido a sua identidade actual à semelhança do que há muitos anos se passava em Coimbra e o Instituto Industrial do Porto seguia o seu caminho quase "isolado" mas reforçado pelo Decreto de 30 de Dezembro de 1886 do na altura Ministro Emídio Júlio Navarro (um forte defensor do tal carácter profissionalizante daquela instituição).

Dizer por isso, e citando WB "Quanto aos taos 150/160 anos que o ISEP tem, só mesmo considerando a Escola Industrial (mais tarde instituto), só que, bem vistas as coisas, o que existia antes de 1974 não era Ensino Superior sequer, por isso ISEP só mesmo há 38 anos" não é correcto e muito longe andará da verdade.

As designações atribuidas a esta e outras escolas foram muitas sendo que no futuro nada garanta que não se possam repetir.

Mas é extremamente reconfortante e motivo de orgulho para os praxistas do ISEP observar fotos antigas, do inicio do século passado de estudantes seus iguais de caba, batina e guitarra portuguesa em punho...

Renato

Anónimo disse...

Ó Eduardo, a estrofe está incorrecta. Não é "Cesse tudo o a antiga MUSA canta", mas sim "Cesse tudo o que a TUNA antiga canta".

Anónimo disse...

"As Tunas não são praxe???? Desta é que me ri... Então digam-me porque é que os caloiros de Tuna são rapados para passarem a Tunos, porque é que às três e quatro da manhã andam a encher dentro de lagos.
Tenham vergonha na cara! Na Academia quem manda é o Dux Veteranorum"

- Pergunte ao Américo, se não foi caloiro do OUP enquanto Dux Veteranorum. Pergunte-lhe se não andou de 4 como os outros caloiros do OUP.
Quanto ao rapanço de caloiros no seu baptismo a Tunos, nem todas as Tunas têm esse protocolo.

Eduardo disse...

Caro Renato:

é o processo de "fusão" entre a Escola Politécnica e o Instituto Politécnico que causa a confusão, pois é difícil perceber até que ponto o IPP subsiste enquanto unidade autónoma ou não.

Pode entender-se que sim, pode entender-se que não. Não tenho quaisquer razões para (nem vontade de, nem interesse em) duvidar do que o IPP considera a sua história e está patente no site da instituição.

Aquele abraço!

Eduardo

J.Pierre Silva disse...

Caro Renato,

Dsde já obrigado pelso apontamentos huistóricos que não me são de todo desconhecidos. Volto a frisar uam noção que me parece importante: Ensino Superior. Com excepção da UP (no Porto), nenhuma outra instituição dava, no passado, grau de Bacharel e mais tarde de licenciado. Só às universidade era reconhecido tal.
Mais tarde, já em democracia, é que o grau de Bacharel passa a ser conferido pelso politécnicos (que mais tarde passarão a dar licenciaturas também).
Aqui não se trata de saber quando foi fundado o ISEP ou de ser o corrolário de vários processos evolutivos, mas quando se pode, de facto, falar dele como instituição de Ensino Superior, na qual, inclusive, se pode falsar em usos e costumes que conhecemos por Praxe.
Ora, se nos posicionarmos, precisamente, dentro do âmbito de toda esta conversa - e que é a Praxe - não me parece que possamos falar em centenária tradição académica. Quando muito falamos em 3 décadas (nem isso).
Abraço

RenCardoso disse...

Caro WB, permite-me discordar.

Deixo-te uma ligação a uma imagem que comprova que em 1929 a PRAXE estava claramente implantada no dia a dia académico no Instituto Industrial do Porto.

"Fotografia de grupo de alunos que participaram na excursão de Junho de 1929. Ao centro, salienta-se a figura de Alfredo Henrique da Silva (1872-1950), na época, director do Instituto Industrial do Porto."

Posso ainda facultar-te um despacho digitalizado onde por decreto se definem as cores do instituto.

http://www.museu-pl.isep.ipp.pt/scripts/popup.htm?../imagens/fotografias/12837_big.jpg


Os melhores cumprimentos

Renato

J.Pierre Silva disse...

Caro Renato,

Desde já obrigado pelo cliché, certamente uma preciosidade. O que, contudo, não se atesta, é a existência de Praxe, como conjunto d eusos e costumes, mas tão só o uso de capa e batina (como era comum, não apenas nas escolas industriais, mas nos liceus). Por outro lado, no que concerne à noção de Academia, existente bem antes de haver uiversidade no Porto, são organismos como o Orfeão, a Tuna Académica do Porto e similares que são movimento charneira e referencial. Por isso mesmo é que, no que concerne a tradições académicas, se há organismo que é verdadeiro alfobre da Praxe (não de "praxes") é o OUP, que atravessou crises e gerações mantendo a chama acesa. Aliás é graças ao OUP e à Tuna Académica do Porto que a capa e batina se mantiveram em uso no Porto, após decreto que abolia o porte obrigatório.

Mesmo depois, com a criação do MCV, o OUP foi a referência e a ponte.
Quando se fala num grupo que reaviva as tradições, não se pode confundir tal como sendo o grupo que as cria ou que é autor das mesmas. Seja como for, se todas as casas observassem o código do Balau e Soromenho.......... não se verificariam tantos disparates.


Forte abraço e mais uma vez obrigado pelos apontamentos históricos.

Sérgio Lima disse...

Penso que há dois ou três factos relevantes e que devem ser ressalvados.

O uso de capa e batina (ou loba e baeta pré 1900) era de uso comum em Liceus, Escolas Superiores e Universidades (tendo sido decretado em 1924, o uso obrigatório para ambos os sexos da capa e batina)

O facto de um individuo saber pegar/tocar num instrumento e esteja inserido num grupo de 20 ou 30, não garante, de forma alguma, que estamos perante de um grupo musical.

Nos séculos XVIII, XIX e inicio de XX, a praxe nunca foi claramente implantada como algo religioso. Era um conjunto de costumes circenses e folclóricos que só a meio do séc. XX passou a ter uma componente reguladora da conduta do estudante, e isto em Coimbra!


Perante isto fica-nos mal, a todos, supor factos com uma simples fotografia, caro Renato.

A evolução em 74 de ensino médio/técnico para ensino superior ocorreu em quase todas as escolas superiores. Assim como os liceus, técnicos ou não, passaram a secundárias.

Pelo que se consta na história o IICP (Inst. Ind. e Comercial do Porto apenas ministrou Cursos superiores durante 15 anos (1905-1919), tendo voltado a fazê-lo em 1974, volvidos 55 anos.
Pois a UP absorveu-os em 1911 e manteve-"os" até hoje.

Um forte abraço!

(gosto mais destas discussões!)

J.Pierre Silva disse...

Caro Renato, fazendo gestão de posts que aparecem repetidos (pois acontecem clicarem várias vezes a submeter a mensagem), por lapso apaguei o seu último post. Se comnseguir repor agradecia.
Mai suma vez desculpe pelo descuido.

RenCardoso disse...

Caro WB, cá está:

Queria fazer um reparo. Citando o Decreto 10290, de 12/11/1924, sobre a Capa e Batina:

"MINISTÉRIO DA INSTRUÇÃO PÚBLICA

Direcção Geral do Ensino Secundário

2.ª Repartição

Decreto n.º 10:290

Considerando que o Estatuto Universitário de 6 de Julho de 1918, determinando no seu artigo 101.º, ponto único, que não é obrigatório qualquer traje académico para os estudantes, implìcitamente reconhece o uso facultativo de capa e batina para os alunos de ambos os sexos;
Considerando que se tem sempre reconhecido a capa e batina como traje escolar dos que frequentam as Universidades, escolas superiores e liceus:

Usando da faculdade que me confere o n.º 3.º do artigo 47.º da Constituição Política da República Portuguesa:
Hei por bem decretar, sob proposta do Ministro da Instrução Pública, o seguinte:
Artigo 1.º É permitido aos estudantes de ambos os sexos das Universidades, liceus e escolas superiores o uso da capa e batina, segundo o modêlo tradicional, como traje de uso escolar.
Art. 2.º A todas as pessoas que indevidamente enverguem capa e batina são aplicadas as sanções estabelecidas pela legislação penal para o uso ilegítimo de uniformes, fardamentos e distintivos.
Art. 3.º Fica revogada a legislação em contrário.
O ministro da Instrução Pública assim o tenha entendido e faça executar. Paços do Govêrno da República, 12 de Novembro de 1924.– MANUEL TEIXEIRA GOMES – António de Abranches Ferrão."

Analisando com alguma atenção a foto que publiquei no comentário acima, é possível observar pelo menos dois estudantes com uma pasta e as respectivas fitas, insígnias pessoais presentes na actual formulação da PRAXE ACADÉMICA.

A titulo de curiosidade, nesta e outras fotos é possivel observar também 2 estudantes com bengala semelhante à usada pelos finalista...sobre o seu significado, pouco poderei comentar...

Abraço

Renato

PS: Se a matriz do ISEP, o Instituto Industrial do Porto não era tidos como uma instituição do ensino superior não se pode negar que os seus estudantes tomavam os preceitos da tradição académica como algo inerente ao seu estatuto. Historicamente, negar isso não me parece correcto. Posteriormente a PRAXE instituída (e a elaboração do seu projecto de código de Praxe) retira do contexto os liceus e as escolas médias. No entanto, nesse momento, o ISEP existia na sua forma actual e era sem duvida uma instituição de ensino superior.

Caso as linhas orientadoras da PRAXE actual tivessem efeitos "retro-activos" o cenário seria diferente. Mas como não tem, considero em minha opinião(obviamente)que a tradição académica subsistia no inicio do século passado (e antes até) no antigo Instituto Industrial do Porto (actual ISEP) como subsistia na Universidade do Porto. Parece-me a mim, que não existiam grandes divergências.

Um forte abraço

Renato.

PS2: Caro WB não há necessidade de pedidos de desculpa, nenhum mal foi feito.

Eduardo disse...

Caro Renato:

a propósito de uma discussão (um debate, para ser exacto) havida entre mim e o João Caramalho Domingues a propósito do traje feminino, mostrou-me ele uma foto de uma menina trajada (parente dele) de finais dos anos 30. Nessa foto, a menina, que na altura frequentava o Alexandre Herculano, aparece de gorro e... fitas.

Sendo uma liceal, o facto causa maior estranheza. Devido à natural distorção das fotos a preto e branco (sépia, no caso) é impossível determinar a cor das mesmas.

Penso que hoje em dia há aplicações informáticas que permitem converter da escala de cinzas para cor. São de uma cor escura, disso não há dúvida.

No entanto, falei com o Prof. Doutor Aureliano da Fonseca, que também foi "alexandrino" e que foi um dos obreiros da reactivação da tuna e do Orfeão. Disse-me ele que não se lembra minimamente de se usar capa e batina - e muito menos insígnias - naquele liceu, o que contraria a evidência fotográfica... Segundo o (também Prof. Doutor) João Caramalho, a menina (que pelo visto era um bocado avançada para a época) usava frequentemente o traje - e não era caso único.

Ora isto traz-nos de volta ao ponto essencial: a praxe era vivida também a nível liceal. A palavra "Academia" era usada, nessa época, de forma correcta: o conjunto dos estabelecimentos de ensino de uma localidade. Hoje em dia, restringiu-se o uso da palavra apenas aos estabelecimentos de ensino superior.

Há justamente um decreto que vem alargar a possibilidade de uso da capa e batina a todos os liceus (à semelhança do que já acontecia em Coimbra).

Não admira - e é correcto - que se possa falar de praxe no IIP, assim como se podia falar de praxe no Alexandre.

O próprio Balau me contava ainda há dias a praxe que havia no liceu que ele frequentara em Angola - e que era "reconhecida" por Coimbra.

Abraço,

Eduardo

J.Pierre Silva disse...

Renato, permita-me aqui citar a resposta do João Caramalho Rodrigues, que ele colocou no fórum "Praxe Porto" (eu sei que já a leu, mas penso que poderá ser interessante para os leitores do N&M que não costumam ir ao Praxe Porto):

"Caro Renato,

Há aí alguma confusão: a Universidade do Porto e o Instituto Industrial não são "bifurcações" da Academia Politécnica.

Em 1911 a Academia Politécnica pura e simplesmente deu lugar à Faculdade de Ciências, com uma Escola de Engenharia anexa (mais tarde esta Escola de Engenharia autonomizou-se como Faculdade Técnica e ainda um pouco mais tarde mudou de nome para Faculdade de Engenharia). A Universidade do Porto constituiu-se com as Faculdades de Ciências e de Medicina (esta resultado da transformação da Escola Médico-Cirúrgica e com uma Escola de Farmácia anexa).
[Resumida e simplificadamente: a UP resulta da fusão integral da Academia Politécnica com a Escola Médico-Cirúrgica.]

Quanto ao Instituto Industrial, já existia em 1911 e continuou a existir depois. Funcionou durante muito tempo no edifício da Academia Politécnica (o edifício central da UP, onde hoje está instalada a reitoria), partilhou material (de laboratório, por exemplo) com a Academia Politécnica (por isso o Museu do ISEP tem material que foi, também, da Academia Politécnica), mas foi sempre uma instituição separada.
Aí pelos anos 1870 ou 1880 houve um projecto de fusão da Academia Politécnica com o Instituto Industrial (o resultado chamar-se-ia Instituto Politécnico...) mas não foi avante.

Quanto ao desenvolvimento das tradições académicas nestas instituições, é uma história muito mais longa e complicada. Muito resumidamente, no caso do IIP e do ISEP, eu diria que há três fases:

1 - Até aos anos 1930, o IIP participa naturalmente na Academia. Mas convém lembrar que nessa altura também os liceus participavam naturalmente. Creio que os alunos do IIP eram em média mais novos do que os da UP (bastava o 5.º ano do liceu - actual 9.º ano - ou equivalente para entrar no IIP, de forma que um caloiro do IIP teria frequentemente 15 anos) e, correndo o risco de ser um pouco injusto, tenho a impressão de que a participação do IIP em actividades académicas era intermédia entre a dos liceus e a da UP.
[Convém dizer que o que digo sobre o IIP aplica-se também ao Instituto Comercial do Porto, antecessor do ISCAP; durante algum tempo foram até uma só instituição - o Instituto Industrial e Comercial do Porto.]

2 - Entre os anos 1930 e os anos 1970 há uma separação clara entre os liceus, as escolas médias (IIP e ICP) e a UP. Foi a altura em que o Orfeão e a Tuna se tornaram universitários e em que a Queima das Fitas se organizou juntando as Festas da Pasta das quatro faculdades da UP. O IIP também tinha Festa da Pasta, mas não sei quando acabou; sei que não se juntou à Queima das Fitas. Sei que se continuou a usar capa e batina no IIP; sei que houve uma ordem do governo nos anos 50 para restringir o uso de fitas às universidades (eficaz ou não, não sei).

3 - Quando as tradições académicas são retomadas no final dos anos 1970, o IIP tinha desaparecido dando lugar ao ISEP, com a tremenda diferença de ser uma instituição de ensino superior. Tanto quanto sei, o ISEP participou muito activamente nesse retomar. Mas suspeito que houve muito pouca continuidade relativamente ao que tinham sido tradições do IIP.
[Curiosidade: nos anos 1930 os finalistas do IIP usavam fitas cinzentas só.]

Abraço,
João Caramalho Domingues"

RenCardoso disse...

Tem sido uma conversa definitivamente enriquecedora.

Fossem todas as que se subordinam a este tema caracterizadas por metade do bom senso que esta transpareceu, e toda a tradição académica seria vista com outros olhos.

Um abraço a todos os intervenientes, sem esquecer (o professor doutor) João Caramalho, na expectativa que surjam mais debates igualmente proveitosos.

J.Pierre Silva disse...

Caro Renato,

Quem agradece é o N&M, pois se o trabalho desenvolvido tem por base o estudo e investigação (para além do saber empírico), grande parte do mérito e qualidade deste espaço advém dop contributo de muitos amigos, também eles especialistas e estudiosos, gente ponderada que procura a razão, mais do que ter razão.
Obrigado, Renato, pelo seu contributo, esperando que no lo possa dispensar mais vezes 8pois todos ganhamos com isso).

Abraço