Com efeito existia já uma tradição antes de lhe chamarem Semana Académica, uma tradição com nome (a Queima, em Lisboa, terá origem no ano de 1923) e com a sua praxis, daí que, se concedemos que em urbes onde não havia nenhuma, quiseram evitar a designação "Queima das Fitas" (pois inicialmente nem praxis existiria, nem fitas haveria para queimar), já neste caso se pergunta por que se fez tábua rasa do que existia.
Mais uma vez, estamos em crer que por simples desconhecimento.
1ª Queima das Fitas de Lisboa (ocorrida a 26 Maio)
Ilustração Portuguesa, 2ª Série, Nº 902, de 2 de Junho de 1923, p. 686 (Hemeroteca Municipal de Lisboa)
Seja como for, apenas trazer à tona alguns ecos fotográficos, de 1936 (3 clichés) e 1939, que nos recordam (e devem servir para consciencializar os estudantes da academia de Lisboa) que na Olissipo há um legado à espera de ser (re)descoberto, sendo por isso escusadas tantas invenções em termos de praxis e tradições.
Arquivo Municipal de Lisboa - PT/AMLSB/EFC/000139
Arquivo Municipal de Lisboa - PT/AMLSB/EFC/000140
Arquivo Municipal de Lisboa - PT/AMLSB/EFC/000143
De notar, neste último documento, que o grupo de alunas não estão trajadas, dado ainda não haver um traje transversalmente reconhecido em Lisboa e/ou no país (tal sucederia apenas a partir do ano seguinte, 1940). Até bem tarde, contudo, as raparigas, como em Coimbra, aliás, tinham privilégio do uso de pasta com fitas e capa preta sem uniforme.
Ilustração, 14º Ano, Nº 323 , de 01 Junho de 1939, p.14 (Hemeroteca Municipal de Lisboa).
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