domingo, outubro 17, 2010

Notas e impressões

Impossibilitado que fiquei, à última da hora, de rumar ao Porto e assistir ao FITU, fui assistir ao XV TAFUL, evocativo do 15º aniversário da Tuna de Farmácia.
Revi alguns amigos, num ambiente morno e com uma casa cheia q.b. (encher a Aula Magna não deixa de ser tarefa difícil à hora em que joga o Benfica, hehehehe).
Aproveito para não apenas dar os parabéns à TAFUL, mas também saudar o facto de, no guião do certame, se referirem os componentes do Júri. Um bom exemplo de transparência que, infelizmente, a larga maioria dos certame omite.

Não assisti ao certame até ao fim, em boa verdade, mas do que vi e ouvi, achei, na generalidade, medíocre a qualidade do que foi apresentado ao público pelas tunas a concurso.

Mas se escrevo estas linhas, é mais para salientar alguns aspectos que continuam a verificar-se generalizadamente de norte a sul do país.

Uma vez mais, não existe qualquer noção entre o que é um estandarte de tuna e o respeito que o mesmo merece.
Uma vez mais se fazem malabarismos com bandeiras disto e daquilo que depois vão pró chão.
Uma vez mais, se dá lugar à misturas de panos, uns da cidade, outros da universidade, outros da tuna, outros ainda de coisa nenhuma: uma mistura que apenas visa o circo e o malabarismo enão coloca, de facto, o estandarte ou bandeira da Tuna em exclusividade no lugar que deve ter.

Outro aspecto que também voltei a notar, e de aqui falo pela 1ª vez, prende-se com a disposição em palco:

Por que razão os "bandeiras" e pandeiretas ficam quase sempre nas pontas do meio-círculo, da disposição em palco?
Será que os responsáveis não se dão conta que, no que toca ao aproveitamento vocal, é malta que canta "pró boneco"?
Por que razão eles não estão colocados no enfiamento dos micros, mesmo que na 2ª fila? Se só aparecem à frente pontualmente, certamente que no restante tempo deveriam ser aproveitados vocalmente, estando alinhados dentro do grupo e do alcance dos mircros e não fora (até porque esteticamente é aspecto que falha).

Não pude deixar de constatar, também, e uma vez mais, a moda das lapelas das batinas e/ou casacas repletas de pins (depreende-se, em alguns casos, ser uma lapela, porque de facto, ela nem sequer se vê de tantas medalhas de guerra).
Continua a moda dos generalíssimos da ex-URSS, numa proporção de pins igual à estupidez desses preparos. Um espelho em casa e 2 dedos de testa é o que precisariam alguns/algumas, ao fazer tão patética figura de árvore natalícia.

São estes os considerandos que o assistir a mais um certame me sucitou.
Não foram todas as tunas/tunos assim, mas foram demais.

2 comentários:

Ravanelli disse...

Existem rumores que a "Antituna" vai reaparecer...

Anónimo disse...

O autor, uma vez mais, faz um retrato acertivo na analise de vários detalhes que quando reunidos podem de facto penalizar uma determinada tuna aos olhos de quem assiste a determinada actuação (falo apenas na parte visual pois o relato que nos foi dado incidiu mais na questão da disposição das tunas).
O que me levou de facto a deixar aqui uma nota está relacionado com um aspecto que me interessa particularmente, a questão dos estandartes! Podiamos fazer aqui uma distinção entre os estandartes e bandeiras mas esse tema não interessa debater para dar o meu ponto de vista; parece-me de facto uma certa "deslealdade concorrencial" quando assistimos nos palcos a tunas que se apresentam com inumeras bandeiras e bandeirinhas que, como já foi dito, muitas vezes nada representam, sendo uma boa forma de encher com técnicas algo circenses as vistas aos que assistem.
Atente-se a este exemplo: a tuna Y apresenta-se com dois porta-estandartes com as respectivas bandeiras(neste caso vamos imaginar que são as duas da tuna), o primeiro faz uma optíma actuação, o segundo por um azar ou por não estar nos seus dias faz uma actuação que fica a dever muita à qualidade, parece lógico que apesar do 1º estandarte ter cumprido, e bem o seu papel, terá de ser penalizado pela actuação do 2º. Por outro lado a tuna X apresentou "apenas" um porta-estandarte que, não deslumbrando, foi bastante razoavel mas ainda a certa distancia do 1º porta-estandarte da tuna Y.
"Quid Juris" ?
Caso contrário as tunas apresentavam-se com dois ou mais estandartes, aumentando assim as suas hipoteses, esperando que um deles tivesse uma nota elevada, pois podiam arriscar movimentos mais dificeis e arrojados, podendo este principio aplicar-se também na generalidade ao caso das pandeiretas por exemplo.
Caríssimo, espero não me ter alongado mt, um abraço e até breve em "Pax-Julia"?
Paulo Santarém - Tuna Universitária da Figueira da Foz - Bruna