Como dissemos, anda-se agora a perseguir, qual "caça às bruxas", as etiquetas do traje, havendo até quem tenha a distinta lata de passar revista ao interior do traje dos estudantes.
Pois é verdade, lamentavelmente.
E que autoridade tem seja quem for para "chumbar" ou "reprovar" alguém em praxe? Mas anda tudo doido?
Mais adiante explicamos esse erro de revistar pessoas dessa forma.
De toda a maneira, sobre essa perfeita idiotice anti-praxe de avaliar pessoas em praxe, o melhor é lerem AQUI.
Alegam que sendo o traje para igualizar os estudantes, as
etiquetas estão a ir contra essa ideia, e por isso é preciso retirá-las.
A VERDADE E OS FACTOS
O MITO, A MENTIRA DO TRAJE
IGUALIZADOR
É
pois o argumento do traje que serve para tornar todos iguais que serve de
pretexto para atacar as etiquetas, estejam elas à mostra ou não (para alguns
importa é perseguir e pensar depois).
Uma
vez mais, e por mais que tentemos desmistificar, ainda encontramos gente que
parece viver num enclave onde se alimentam de ignorância e parecem impermeáveis
ao saber e ao mundo que os rodeia.
Assim,
ainda há quem defenda e ache que o traje existe para igualizar os estudantes,
para impedir diferenças entre ricos e pobres.
Mas
na verdade, o argumento está errado:
O
TRAJE NÃO SERVE PARA IGUALIZAR E NUNCA TEVE ESSE PROPÓSITO.
O ERRO DE REVISTAR O TRAJE NA
PROCURA DE ETIQUETAS
Sendo o Código de Praxe de Coimbra o mais antigo (data de 1957), estará, por isso, mais perto da fonte que o inspirou, o mesmo se passando, no caso do Porto, para o projecto de código assinada por Balau e Soromenho, em 1983, com base no de Coimbra, o que dizem eles?
- Sobre passar revista ao traje - proibem determinantemente revista ro interior do traje, apenas sendo permitido revistar o que está á vista e sem tocar.
- Arrancar etiquetas - Nada referem. Por isso não é da Praxe ou Tradição a obrigação de arrancar as mesmas. Não proíbem que se tire, mas não apoiam que se arranquem com a justificação de ser Praxe.
A praxe prevê uma dose de reserva individual que não pode nem deve ser ultrapassada.
Esta questão do interior do traje é um princípio mais antigo do que qualquer código. É pura questão de bom-senso. Ninguém tem o direito de expor misérias alheias.
Ora se um indivíduo me aparece trajado, partindo do princípio de que não aparece com a roupa vestida do avesso, não tenho hipótese de ver-lhe as etiquetas. Ninguém tem autoridade para mandar outrem tirar o traje - não há código que o sustente, defenda, preveja ou autorize.
(...)
se as etiquetas não são visíveis, não há forma de saber se o teu traje é mais caro do que o meu -a não ser que, para ver as etiquetas do teu traje, eu violente primeiro um princípio básico de praxe: a reserva da privacidade que nem mesmo um veterano pode violar.
E eis a razão pela qual não faz sentido arrancar as etiquetas.
(...)
Não está em causa o tirar ou não, mas obrigar os outros a tirar e afirmar quer isso é praxe - e pior, revistar os trajes dos outros à procura de etiquetas. Isto não só não é praxe como é um atentado à própria Praxe. "[1]
Como
está bom de ver, não há base alguma que sustente o retirar das etiquetas como
sendo praxe, como sendo obrigatório, muito menos ter a ousada estupidez de
revistar a roupa das pessoas.
E
pena é que sejam precisamente os líderes dos organismos de praxe e seus
ajudantes de campo os primeiros a alimentar a praxe não com rigor e exemplo de
saber, mas precisamente com a sua incompetência total e absoluta.
Uma
vez mais, são os organismos de praxe o veículo de disseminação dessa doentia
obsessão, promovendo-o e/ou permitindo-o, para vergonha de todos, desde logo
porque contraditório do nível intelectual exigido a quem cursa o ensino
superior.
- Então posso arrancá-las?
- PODE, mas nunca por obrigação, por ser praxe ou norma.
- Se me mandarem tirar as etiquetas o que faço?
- Manda essa pessoa pastar já que ela está a ser burra.
- E se me quiser revistar o interior do traje?
-Você recusa e justifica que perante assédio faz queixa na polícia (e faz mesmo), além de ser norma anti-praxe.
Nota:
o que aconselhamos é que não tirem a etiqueta do traje, apenas e só pela
garantia que conferem ao mesmo. Se por uma qualquer razão pretenderem fazer um
arranjo ao traje na casa onde o compraram, convém ter a prova de que foi lá
adquirido e a etiqueta existe precisamente como garante de tal.
[1] In grupo
"Tradições Académicas&Praxe" do FB [em linha], tópico "Praxe
da etiqueta", em 26 de Outubro de 2014.
1 comentário:
Vou falar de forma seria, ri mesmo quando vi que é praxe ter de retirar etiquetas, mas isso é uma estupidez! Graças a Deus que ninguém me disse coisa tal, se não o "Manda essa pessoa pastar já que ela está a ser burra" era apenas um elogio positivo que fazia a tal pessoa.
Outra coisa, passar revista, só se estivesse no serviço militar...
Estudo em Leiria e apenas retirei a etiqueta da minha capa com o propósito de não ser bonito estar a ver-se.
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